O Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) realizou nesta sexta-feira, 16, uma operação contra uma funcionária da liderança do Partido Republicano da Ordem Social (Pros). Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) estiveram no apartamento dela em Águas Claras e cumpriram um mandado de busca e apreensão. A suspeita teria cometido crimes de extorsão e falsidade ideológica porque divulgou supostas informações falsas acusando um desembargador de receber propina.

De acordo com as investigações, a funcionária identificada como Liliane de Sousa Dantas teria criado uma história para causar desconfiança com uma decisão do Tribunal de Justiça do DF. A motivação teria sido por conta de uma disputa de poder dentro do próprio Pros, entre dois lados que desejam controlar o partido.

Entretanto, alguns meses após a determinação da Justiça, a funcionária teria iniciado as denúncias falsas contra um dos desembargadores que votou a favor do lado vencedor. A suspeita dizia que ele teria recebido propina por meio da irmã e que os valores seriam de R$ 5 milhões para votar a favor da decisão. 

Além de buscar anular a decisão sobre a liderança do partido, Liliane também teria exigido R$ 80 mil da irmã do desembargador, do novo presidente do Pros e de uma advogada. Só que nenhuma das partes teria aceitado a suposta chantagem. 

Nota do Pros

Por meio de uma declaração, a sigla afirmou que “estranhou” a decisão do Ministério Público do DF e cobrou que as autoridades investiguem o desembargador acusado. Confira a nota abaixo:

O Partido Republicano da Ordem Social vem a público manifestar a sua estranheza com a operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), na manhã desta sexta-feira (16). 

Apesar de fatos e provas a respeito do envolvimento da irmã do Desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, DIAULAS COSTA RIBEIRO (que é oriundo do MPDFT), com a parte que se tornou Presidente Nacional do PROS, após decisão capitaneada pelo referido magistrado, o Ministério Público, de forma surpreendente, tem se empenhado em investigar a denunciante de tais fatos e não os denunciados. 

Não há notícia de qualquer investigação por parte do Ministério Público a respeito da gravação divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, no dia 04.08.2022, na qual noticia que MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA afirmou que realizou pagamentos ‘picados’ para a advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO, irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, que lhe deu voto favorável em recursos de seu interesse (…).

Por fim, o partido informa que tomará todas as providências jurídicas necessárias para que todos os fatos sejam apurados e a verdade real apresentada. 

Brasília/DF, 16 de dezembro de 2022