O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu o sigilo do relatório produzido pela Polícia Federal (PF) a partir da análise do telefone de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi expedida nesta sexta-feira (16), devido à divulgação parcial de vários trechos do relatório pela imprensa nacional.

Segundo informações divulgadas pela revista Veja, foram encontradas mensagens no celular de Mauro Cid que indicavam um “roteiro de golpe”, incluindo o afastamento dos ministros do STF Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, além da nomeação de um interventor para restaurar a “ordem constitucional”.

O coronel Jean Lawand também foi mencionado nas mensagens, sugerindo a realização do golpe. Os conteúdos das mensagens incluíam pedidos para que Cid convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país, após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além disso, a PF teria encontrado uma suposta minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e textos de apoio a um eventual golpe de Estado no celular de Cid. A GLO é uma operação militar que permite ao presidente convocar as Forças Armadas em situações graves de perturbação da ordem, quando as forças tradicionais de segurança pública se mostram insuficientes.

Diante do vazamento parcial dos documentos sigilosos, o ministro Alexandre de Moraes solicitou ao diretor-geral da PF a abertura de um procedimento de apuração sobre o vazamento.