Defesa de Bolsonaro alega que publicação de fake news ocorreu por efeito de remédio
26 abril 2023 às 13h06
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Ao explicar para a Polícia Federal (PF) sobre o compartilhamento de vídeo com informações falsas questionando o resultado das últimas eleições, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou que ele estaria sob efeito de medicamentos.
Durante o depoimento Jair Bolsonaro afirmou que compartilhou “sem querer” o vídeo. O ex-presidente admitiu que a intenção nem era publicar o vídeo com a mensagem falsa no Facebook, mas enviar pelo Whatsapp.
O advogado de defesa de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, confirmou as declarações e acrescentou que o presente estaria medicado na data. Na ocasião, Bolsonaro tinha acabado de receber alta após internação de tratamento por obstrução intestinal, que incluiu medicação com morfina.
“Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. Observo, inclusive, que essa postagem foi feita na sua rede social de menor importância”, disse Cunha Bueno.
Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da gestão Bolsonaro, também conversou com a imprensa após os depoimentos e negou que a postagem possa ter sido feita pelo filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro. Carlos era publicamente conhecido como responsável pelas redes do presidente.
“Não foi [o Carlos Bolsonaro]. O metadado do Meta [empresa que controla o Facebook] indicará isso”, disse.
Vídeo
O vídeo que gerou toda a polêmica é o que um procurador de Mato Grosso do Sul aparece dizendo falas conspiratórias sobre o processo eleitoral brasileiro. Em uma das afirmações, ele chega a dizer que, no Brasil, o povo não tem o “poder” na apuração dos votos das urnas eletrônicas.
A publicação em questão – que foi apagada duas horas depois de postada – motivou a abertura de inquérito em que Bolsonaro é um dos principais suspeitos de ter sido o autor intelectual dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Depoimento
O depoimento de Jair Bolsonaro à PF, que durou cerca de duas horas, faz parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. Na avaliação da investigação, uma postagem feita dois dias após as invasões ligaria o presidente aos atos. A postagem foi apagada logo após a publicação.