O médico prefere disputar mandato de senador em 2022. Mas sua alta popularidade deve levá-lo a disputar na capital

Há políticos que são mais políticos do que gestores. Há políticos que são mais gestores. Poucos são, a um só tempo, políticos e gestores. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), combina o gestor e o político. Curiosamente, não subordina o gestor ao político. Mas jamais deixa de fazer política. A alta política.

Em Goiânia, capital de Goiás e cidade decisiva — com seus quase 1 milhão de eleitores —, Ronaldo Caiado, segundo aliados bem posicionados, planeja apoiar a reeleição do prefeito Iris Rezende. O emedebista é aliado e se tornou amigo do governador, desde quando era candidato a senador, em 2014. Os dois são gestores eficiente e há um outro elemento que os une: não querem o retorno de Marconi Perillo (deve ser candidato a deputado federal em 2022) a cargos majoritários, por considerá-lo um gestor “danoso” ao Erário.

Entretanto, como há a possibilidade de Iris Rezende, não disputar, Caiado não vai ficar parado. Por isso, se Maguito Vilela for o candidato do MDB, o governismo vai bancar a candidatura do deputado federal Zacharias Calil, do DEM.

Zacharias Calil tem afirmado que não planeja disputar a Prefeitura de Goiânia, pois o que quer mesmo é disputar mandato de senador no pleito de 2022. Mas, como as pesquisas apontam que é um candidato com forte potencial, sobretudo por ser médico — e, devido à pandemia do novo coronavírus, o tema saúde deve ser central na campanha de 4 de outubro (ou de novembro ou dezembro) —, é provável que, se Iris Rezende sair do páreo, o deputado federal seja o postulante do DEM em Goiânia.

Sabe-se que, quando se retira Iris Rezende da disputa, as pesquisas apontam que Maguito Vilela lidera. Mas a entrada de Zacharias Calil pode desequilibrar o jogo. O ex-senador Wilder Morais, pré-candidato a prefeito pelo PSC, é cotado ser o seu vice.

Frise-se que, em 2018, Zacharias Calil foi eleito deputado federal com a terceira maior votação — atrás apenas de Delegado Waldir Soares (PSL) e Flávia Morais (PDT), e bem à frente de Francisco Júnior (PSD), João Campos (Republicanos), Glaustin dad Fokus (PSC), José Mário Schreiner (DEM), Magda Mofatto (PL) e Rubens Otoni (PT). Quanto gastou? Uma ninharia perto de todos os outros eleitos.