O senador Vanderlan Cardoso (PSD) poderá pedir música no “Fantástico” já no domingo, 6? É provável. Porque tende a sofrer a terceira derrota em disputa para prefeito de Goiânia. Em definitivo, parece que não há empatia entre os eleitores da capital e o político que, tendo nascido em Iporá (terra de poetas: Pio Vargas, Edival Lourenço e Carlos Willian Leite; se brincar, o senador é poeta), fez nome como prefeito de Senador Canedo, município do entorno da capital de Goiás.

Na verdade, na política, Vanderlan Cardoso chegou longe: foi prefeito de Senador Canedo, disputou o governo de Goiás e a Prefeitura de Goiânia e é senador. Não é pouca coisa. Mas poderia ter ido muito mais longe. Por que não foi?

Porque parece acreditar que não precisa de um grupo forte, ou seja, de aliança com políticos que tenham seu nível. Pelo contrário, ele se afasta dos grandes líderes e cerca-se de políticos anódinos. Ao assumir o comando do PSD, no lugar de aproximar dos ex-deputados federais Vilmar Rocha e Francisco Júnior (os dois rirão por último), operou para afastá-los de postos chaves, isolando-os. Resultado: teve de remontar o partido com gente anódina, áulicos sem nenhuma experiência política (seu motorista virou vice de Izaura Cardoso em Anápolis).

Quem não tem grupo político forte torna-se “irmão” de derrotas políticas. Agora, na disputa para prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso corre o risco de ficar em quarto lugar, atrás de Sandro Mabel (que tem um grupo forte a apoiá-lo), do União Brasil, de Adriana Accorsi, do PT, e de Fred Rodrigues, do PL. Ele começou bem, mas, como não tem grupo político, foi se desidratando.

A mulher de Vanderlan Cardoso, Izaura Cardoso (PSD), é candidata a prefeita em Senador Canedo. Se as pesquisas estiverem certas, tende a ficar em terceiro lugar, atrás de Fernando Pellozo (União Brasil) e Cristiane Pina (Solidariedade). O que mostra fraqueza mais do senador do que da empresária, que, em termos políticos, é totalmente neófita. Mas, como o senador teria dito que poderia eleger até uma pedra no município, ela acreditou e se tornou candidata. A pedra, ao que parece, virou pó.

Então, se as urnas confirmarem as pesquisas, Vanderlan Cardoso sairá, da disputa eleitoral de 2024, como o principal derrotado, o que poderá impactar na disputa de 2026. Sem o apoio de um grupo político sólido, insulado, com o controle de um partido, o PSD (que quase não vai eleger prefeitos), mas sem membros consistentes, dificilmente terá condições de ser candidato à reeleição. Para não se tornar o novo Marconi Perillo, poderá disputar mandato de deputado federal. (E.F.B.)