Pergunta que não quer calar: quem poderá bater Daniel Vilela em 2026?
19 março 2023 às 00h08
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“Na política não existe cedo, só tarde”, segundo dizia uma das maiores “raposas” da história da vida pública brasileira, o mineiro Tancredo Neves.
Nesse sentido, é importante dizer que, quando se discutem as eleições de 2024, automaticamente também está em pauta o pleito de 2026. Se o curso vai mudar – para ambas – até lá, não importa: a discussão estará em voga no momento atual.
E, hoje, não há verdade para dizer além de que o maior favorito para suceder Ronaldo Caiado (União Brasil), favorito a se eleger para o próximo mandato à frente de Goiás, é justamente aquele que o sucederá na cadeira principal do Palácio das Esmeraldas daqui a três marços: Daniel Vilela (MDB), seu vice.
É uma costura que foi feita ainda em 2021, quando, deixando a rivalidade construída na disputa de 2018, o herdeiro de Maguito Vilela se dispôs a compor com o governador, levando praticamente todos os emedebistas para a base aliada e, a partir daí, lhe garantindo uma reeleição ainda em primeiro turno.
Mais do que isso: diante do cenário atual da política goiana, o que se prevê no momento – é preciso sempre enfatizar essa expressão “no momento” – é outra reeleição tranquila: a do próprio Daniel, que deverá ser o governador de direito, com a muito provável renúncia de Caiado para disputar a Presidência (como prioridade) ou o retorno ao Senado (o chamado “plano B”).’
Por incrível que possa parecer, não deve vir da turma do “velho” Tempo Novo (na verdade, o termo correto seria “carcomido”) o maior adversário do presidente do MDB em 2026. As derrotas em sequência de Marconi Perillo, em 2018 e 2022, repetem para o tucano a hecatombe que atingiu Iris em 1998 e 2002, ao perder, em sequência, o governo do Estado e a disputa de um Senado com duas vagas.
À direita dos tucanos está a extrema direita, com o PL, que deverá colocar na disputa um nome “conservador”, mas quem seria? O senador Wilder Morais (PL)? Este parece muito mais interessado na sucessão municipal. O deputado youtuber Gustavo Gayer? Também vale a mesma afirmação. Um dos majores, Vitor Hugo ou Araújo? O ex-deputado fracassou na onda bolsonarista em 2022 e o segundo não foi nada bem na tentativa em 2020 na capital.
Talvez seja da centro-esquerda goiana que possa aparecer algum nome em ascendência nos próximos anos. Vai depender muitíssimo de como caminhará o governo Lula. Se o cenário econômico estiver em bonança, ou pelo menos com sinais de melhoria em relação à conjuntura atual, o ganho político vem no embalo, mesmo para Estados direitistas, como Goiás.
E até esse ponto pode ser favorável a Daniel Vilela: e se houvesse uma chapa que compusesse MDB na cabeça (com ele próprio, obviamente), alguém de confiança de Ronaldo Caiado para vice (do União Brasil ou uma sigla próxima) e um nome da centro-esquerda moderada, indicado pelo governo federal para o Senado? Depois da frente ampla entre PT e o “tucano de alma” Geraldo Alckmin (PSB), não é impossível.
Sim, política muda muito, mas parece inviável que Lula e Caiado – apesar do bom convívio administrativo que parecem estabelecer – um dia façam uma aliança direta. Ambas as bases teriam alta resistência ao acordo. Mas, com uma boa pitada de MDB no meio do sanduíche, tudo pode se resolver.
Enfim, tudo conspira em favor de Daniel Vilela. Pelo menos, no momento.