O deputado estadual diz que pode apoiar Gustavo Mendanha para governador de Goiás e afirma que deve se filiar ao partido no qual Bolsonaro se filiar

Paulo Trabalho: deputado estadual pelo PSL / Foto: Divulgação

O deputado estadual Paulo Trabalho, do PSL, concedeu uma entrevista ao Jornal Opção, na sexta-feira, 9. A seguir, trechos da conversa.

O sr. vai ficar no PSL?

Depende do presidente Jair Bolsonaro. Não sei se ele vai para o PSL. Preciso saber também quem vai disputar mandato de deputado estadual e federal pelo partido.

Como é a sua relação com o presidente do PSL em Goiás, o deputado federal Delegado Waldir Soares?

O relacionamento é cordial e respeitoso. Se for para ficar no PSL, não há problema. Estou confortável no partido, pois não tenho inimizade com seus dirigentes. Mas minha intenção é acompanhar o presidente Bolsonaro. Porque entrei no partido por causa dele.

O sr. pode ir para outro partido?

Posso me filiar num partido com ideologia semelhante à do PSL. Mas o partido precisa ter uma chapa que fortaleça minha candidatura. Como acabou a coligação partidária, o partido precisa ter uma boa chapa.

Quais os partidos que estão no horizonte do sr.?

Republicanos, Patriota e Avante. Já recebi convites de vários partidos, mas ainda não sentei com seus dirigentes para conversar. Estou, insisto, aguardado a definição do presidente Bolsonaro.

Bolsonaro precisa de partido com estrutura
Major Vitor Hugo, deputado federal, e Jair Bolsonaro, presidente: | Foto: divulgação

Acredita que Bolsonaro pode voltar para o PSL?

Não sei se voltará, mas é possível. Porque Bolsonaro precisa de um partido com mais estrutura. Afinal, em 2022, ele não será uma novidade como foi em 2018. Portanto, precisa das ferramentas que alguns de seus adversários têm nas mãos — como estrutura partidária, tempo de televisão e recursos para a campanha. Num partido pequeno, sem expressão, a situação do presidente ficará complicada. É hora de deixar as picuinhas de lado a agregar forças. O tempo de televisão é importante, pois muitos eleitores se informam pelos programas eleitorais.

O sr. planeja disputar a reeleição?

Minha pretensão não é disputar mandato de deputado estadual. Talvez eu dispute mandato de senador. Mas preciso do apoio do partido.

O Senado é a única opção?

Não. Posso disputar a reeleição. A disputa para deputado federal é mais difícil do que para senador. O PSL tem poucos prefeitos. O voto para senador é diferente.

O deputado Delegado Waldir planeja disputar mandato de senador. Como fica sua posição?

De fato, e admito que a preferência é dele. O deputado federal Major Vitor Hugo também quer ir para o Senado. Nós temos de sentar e estabelecer um diálogo. Em outro partido, será fácil ter espaço para a disputa do Senado? Talvez sim.

Por que a preferência por disputar uma vaga no Senado?

O fato é que o momento é favorável a uma disputa para senador. Iris Rezende não vai disputar mandato de senador. O ex-ministro Alexandre Baldy pensava em disputar mandato de senador e agora deve ir para deputado federal. Não acredito que Henrique Meirelles dispute mandato em Goiás em 2022, até porque não tem força política nem identidade com o Estado em que nasceu. Daniel Vilela pode disputar o governo ou outro cargo. Os candidatos devem ser João Campos e Delegado Waldir. E querem disputar Major Vitor Hugo e Luiz Carlos do Carmo. Nenhum dos adversários me assusta. Mas claro que só vou disputar se, em 2022, o cenário for favorável. Agora, é.

Quem vai disputar para deputado federal pelo PSL?

Os deputados estaduais Humberto Teófilo e Major Araújo devem ser candidatos a deputado federal. Não descarto a possibilidade de Major Vitor Hugo e Delegado Waldir disputarem a reeleição. Com os quatro, a chapa do PSL fica consistente.

Gustavo Mendanha e Ronaldo Caiado
Ronaldo Caiado e Gustavo Mendanha | Foto: Reprodução

Na sua avaliação, quais são os políticos que realmente deverão disputar o governo de Goiás em 2022?

Os nomes mais bem colocados hoje são o governador Ronaldo Caiado, o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha. Daniel Vilela, do MDB, perdeu força. Marconi Perillo tem rejeição alta, mas está se colocando para a disputa. Não sou admirador de Marconi Perillo.

O sr. vai apoiar quem para governador?

Tendo a apoiar um nome consistente e que faça oposição ao governador Ronaldo Caiado. Não tenho a intenção de apoiar a reeleição do governador. Mas pode ser que, adiante, eu o apoie? Não sei. Se Gustavo Mendanha for candidato, há possibilidade de eu apoiá-lo. É jovem, corajoso, gestor eficiente.

O sr. tem presença eleitoral no município de Posse. O prefeito Helder Silva Bonfim enfrenta problemas com a prestação de contas eleitorais. O sr. acredita que ele pode ser cassado?

As contas do prefeito foram amplamente rejeitadas pela Justiça Eleitoral — cerca de 86%. O prefeito Helder pode ser afastado. Se isto ocorrer, o presidente da Câmara assume e tem de convocar eleições em 90 dias. Mas eu espero que o prefeito termine o mandato. É ruim para a cidade perder o prefeito logo no início do mandato. A cidade fica bagunçada. Posse está abandonada há vários anos, a cidade, em termos de setor público, regrediu.