Ante o estardalhaço provocado por sua fala, o ministro da Economia recuou a respeito de suas metáforas bélicas

Numa reunião com empresários e banqueiros — Abílio Diniz, André Esteves, Rubens Menin e José Olympio Pereira — na sexta-feira, 10, o ministro da Economia, Paulo Guedes, parece que, ao falar do ex-ministro Sergio Moro, estava se referindo ao presidente Sergio Moro.

Eis sua fala, ante empresários perplexos: “Se vocês acham que a gente vive um período de Guerra Fria entre governo e Congresso, aguardem. Se o Moro vencer a eleição vai ser uma guerra nuclear. Ou eles botam o Moro pra fora ou o Moro fecha o Congresso”.

Sergio Moro e Paulo Guedes: ministro da Economia produz crise política | Foto: Reprodução

Depois que o jornalista Lauro Jardim, colunista de “O Globo”, publicou a informação, o Posto Tabajara — ex-Posto Ipiranga — recuou e enviou uma nota tentando corrigir o que, de fato, pensa: “O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou ontem em reunião com empresários em SP a confiança de sempre no aperfeiçoamento das nossas instituições democráticas. Perguntado se conflitos políticos velados (‘uma guerra fria entre poderes’) impedem o avanço de sua pauta econômica, relembrou que as resistências foram ainda maiores (‘uma guerra nuclear’) às propostas apresentadas, à época em que estava no governo, pelo ex ministro e agora candidato Sergio Moro. O ministro considera conflitos entre poderes independentes por demarcação de territórios naturais e orgânicos a este aperfeiçoamento institucional. Paulo Guedes repudia que as metáforas bélicas usadas por ele apenas como força de expressão tenham sido descontextualizadas na tentativa de criar descabidas previsões que desmereçam o profundo respeito que tem por seu ex-colega de ministério Sergio Moro, o Congresso brasileiro e a robusta e testada democracia brasileira”.