Bastidores

Wilder Morais tem muito dinheiro — sobrando para aventuras eleitorais —, mas, em campanhas majoritárias, dinheiro não é tudo. Eleitoralmente, o senador do PP é mais pesado do que um Boeing. E vai enfrentar dois candidatos duríssimos e experimentados: Marconi Perillo, do PSDB, e a senadora Lúcia Vânia, do PSB.

O empresário Vanderlan Cardoso garante que será candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB. Mas Lúcia Vânia pode substitui-lo, sobretudo se Jayme Rincón, do PSDB, não for candidato. Acredita-se que a senadora pode aglutinar a base, o que não ocorre com o ex-prefeito de Senador Canedo.

Ao inaugurar obras no interior, na semana passada, o governador de Goiás, Marconi Perillo, arrancou elogios dos prefeitos, notadamente de oposicionistas, que o avalizaram como “republicano”. Os prefeitos lançaram, mais uma vez, Marconi Perillo para presidente da República. Vários disseram que, enquanto alguns Estados “exportam” sua crise para o país, Goiás “exporta” expansão econômica e qualidade administrativa.

Vanderlan Cardoso diz que conversou com o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira, recentemente. Nada ficou decidido sobre aliança, mas representou uma abertura. O empresário Zélio Cândido, do ramo de postos de gasolina, é filiado ao PSB e é o nome preferido de Vanderlan Cardoso. Este, em conversa com o Jornal Opção, citou também o deputado estadual Sérgio Bravo (que nove entre dez políticos avaliam que não tem nenhuma experiência administrativa) como possível candidato a prefeito. “Zélio Cândido”, sublinhou Vanderlan Cardoso, “está na minha base política e Misael Oliveira está caminhando para outra seara”. O prefeito de Senador Canedo deve trocar o PDT pelo PSDB do governador Marconi Perillo. Noutras palavras, Vanderlan Cardoso está dizendo que Misael Oliveira está trocando de líder: ele, Vanderlan, pelo tucano-chefe.

[caption id="attachment_44688" align="aligncenter" width="620"] Lúcio Flávio estaria sempre " dando aula" | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Apoiadores de Lúcio Flávio Paiva, candidato a presidente da OAB-Goiás, recomendam que o jovem dê menos “aula”, ao conversar com seus pares, e seja mais direto nos assuntos. Falta-lhe espontaneidade e, diria o Italo Calvino de “Seis Propostas Para o Próximo Milênio”, leveza.
O tom professoral de Lúcio Flávio sugere que é arrogante e pedante — o que o jovem professor certamente não é. Mas a impressão que fica é que habita um pedestal e não aprecia conviver com as pessoas ditas comuns.
Advogados avaliam que, se for eleito, vai “gerir” a OAB com as portas fechadas e vai receber apenas um grupo “de amigos”. Os “amigos do Lúcio Flávio”.

[caption id="attachment_41446" align="aligncenter" width="620"] Dilma e Marconi: acima de partidos | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil[/caption]
A presidente Dilma Rousseff, do PT, tem apontado o tucano-chefe de Goiás como o gestor que trabalha muito e reclama pouco. A petista-chefe tem dito que o governador Marconi Perillo (PSDB) pensa mais no país, na estabilidade da economia, do que em questiúnculas político-partidárias.

Cristalizou-se a tese de que o presidente da OAB-Goiás, Enil Henrique, comporta-se como se fosse um veterano político populista, ou até um caudilho. Ele garantiu, para toda a categoria, que não seria candidato à reeleição. Mas agora sustenta que “está” candidatíssimo. Pelo menos não pode falar em renovação de métodos. Politicamente, Enil nasceu “velho”e, até, superado.
Integrantes do grupo OAB Forte dizem que Enil Henrique, ao ser escolhido para ser o presidente-tampão, garantiu, com todas as letras, que não seria candidato à reeleição. Porém, picado por carrapatos “vermelhos” e puxas-tudo, não cumpriu o acordo de cavalheiros.

Enil Henrique está ficando sozinho na OAB-Goiás. É provável que, daqui a alguns dias, comece a clamar: “Não me deixem só” ou “Que fique alguém pelo menos para me ajudar a apagar as luzes”. Um fim melancólico. Se perder a eleição, Enil Henrique, hoje adulado por um grupo de “amigos”, vai sentir o peso do esquecimento, a solidão dos que caem.

Antes de a OAB-Forte assumir o comando da OAB-Goiás, a infraestrutura para os advogados era de uma pobreza franciscana. Pós-Felicíssimo Sena, Eli Alves Forte, Miguel Cançado e Henrique Tibúrcio, o quadro mudou. A OAB goiana tem uma das maiores estruturas do país. Pode-se falar, sem medo de errar, que há um a.OF e um d.OF na Ordem dos Advogados do Brasil-Seção de Goiás. Até a oposição concorda.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, está entusiasmado com o programa Inova Goiás, que, lançado na semana passada, já desperta o interesse de governadores de vários Estados e, mesmo, do governo federal.
Comandado pelo vice-governador José Eliton, secretário de Desenvolvimento, tende a contribuir para que Goiás dê, finalmente, um salto qualitativo em termos de economia-tecnologia-

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Fica-se com a impressão de que o presidente Enil Henrique está ficando sozinho ou perdendo o apoio das figuras mais expressivas
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Talmon Pinheiro Lima foi lançado pré-candidato a presidente da OAB de Anápolis.
Aliado de Lúcio Flávio Paiva, pré-candidato a presidente da OAB-Goiás, Talmon Pinheiro é um advogado competente e com forte e consistente presença nas redes sociais.
Talmon integra o grupo que faz oposição à OAB Forte e também ao grupo do presidente da OAB-Goiás, Enil Henrique.