Bastidores

Lúcio Flávio não está mais preocupado com campanha. O clima é de já ganhou e as discussões giram em torno da divisão de cargos. Fontes de dentro da campanha contam que até o lobby da OAB e as possíveis ações advindas do status de diretoria da Ordem estão sendo loteados, afinal, estão dizendo que a instituição foi sempre cartão de visita para abocanhar grandes causas.

[caption id="attachment_46254" align="alignright" width="620"] Daniel Vilela pode sair enfraquecido da disputa para presidente do PMDB regional | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Quatro dos cinco deputados estaduais — Ernesto Roller, Bruno Peixoto, José Nelto e Adib Elias, exceto Paulo Cezar Martins (que é visto como “o mais tucano dos peemedebistas”) — fecharam questão na semana passada: bancam José Nelto para presidente do PMDB regional.
O deputado Ernesto Roller diz que José Nelto, como deputado estadual, está baseado em Goiânia e, por isso, terá mais facilidade de comunicação com as bases do partido em todo o Estado. “A bancada do PMDB na Assembleia Legislativa é um agente da oposição ao governo de Marconi Perillo. Portanto, é legítimo que um deputado estadual assuma a presidência estadual do partido. Eleger José Nelto é valorizar aqueles que fazem oposição diária e sistemática à gestão tucana”.
Se Daniel Vilela perder para José Nelto, a derrota poderá enfraquecê-lo para a disputa do governo em 2018. Porque, se é incapaz de ganhar uma eleição para dirigir um partido, como se articulará para uma eleição mais pesada como a do governo de Goiás?
A turma do arranja-tudo está em campo para sugerir que Daniel Vilela desista da disputa. Mas não será nada fácil. “Como candidato a governador, ele não deveria disputar a presidência do partido”, sugere José Nelto.
A campanha de Lúcio Flávio virou do avesso. Todo mundo manda, basta que tenha dinheiro ou seja parente do “chefe”. Luiz Paiva, irmão de Lúcio Flávio, virou rei e, pelas críticas dos aliados, despótico. Ele e sua turma (composta de caciques) dão as ordens, passando por cima até do próprio irmão e, sobretudo, de Leon Deniz. Advogados sugerem que Luiz Paiva só obedece ao capital. Estaria dizendo, literalmente, para quem quiser ouvir: “Quem quer fazer parte tem de ser advogado de grife e pagar no mínimo 20 mil reais, somente para integrar o conselho da seccional; para o conselho federal a taxa é de 70 mil a 200 mil para o cargo”.
Fontes bem informadas do meio advocatício garantem que quem está ajudando a bancar as despesas da campanha de Lúcio Flávio Paiva a presidente da OAB-Goiás — juntamente com o advogado Leon Deniz — é o empresário Júnior Friboi, dono do frigorífico Mataboi, ex-acionista da JBS-Friboi e sócio do empresário Ilésio Inácio (apontado por um vereador como “dono de Goiânia”) na construção de edifícios, shopping e hotel em Goiânia. Até o espaço físico é do empresário José Batista Júnior. A reclamação é de que Lúcio Flávio partidarizou a campanha, num acordo de fazer a OAB estar presente na campanha eleitoral. Ao que tudo indica, PT e PMDB seguirão juntos na campanha de Lúcio Flávio.
Sobre a chapa formada por ex-integrantes da OAB Forte, advogados qualificados, muitos nem engajados na campanha, fazem algumas perguntas que não querem calar: como podem advogados que até bem pouco tempo estavam com a situação, de repente, criticarem a OAB Forte? Como pode um Rafael Lara, por exemplo, conselheiro seccional titular eleito pela OAB Forte, apontar falhas nas contas da OAB se ele mesmo ajuda a fiscalizá-las? O posicionamento de Rafael Lara depõe contra ele mesmo. Para dizer o mínimo, segundo um advogado, ele tem sido omisso. Aliás, sobre o mesmo Rafael Lara, aliados de Leon Deniz o qualificam como “insuportável”. Somente Lúcio Flávio teria simpatia por Rafael Lara e continua bancando o amigo na chapa.
Ligado à Igreja Universal, o PRB planeja bancar o nome de Gilvan Máximo para prefeito de Goiânia. Gilvan não foi eleito para deputado federal.
Com a agenda do Fórum Brasil Central, o secretário de Gestão e Planejamento do governo de Goiás, o economista e deputado federal licenciado Thiago Peixoto (PSD), cresceu no e fora do governo de Goiás. É visto como um estrategista. Thiago Peixoto mantém uma relação intelectual e estratégica com Roberto Mangabeira Unger, que, em Harvard, é visto como um pensador de políticas públicas.
O PMDB chegou a estudar a possibilidade de expulsar o deputado estadual Paulo Cezar Martins de seus quadros. Ele teria dito aos outros quatro deputados do partido: “Não me chamem para reuniões da bancada”. Paulo Cezar Martins sente-se mais à vontade, segundo dois deputados do PMDB, quando participa das reuniões das bancadas dos partidos governistas. “Paulo Cezar é tucano disfarçado de peemedebista”, critica um peemedebista histórico.
O governador Marconi Perillo e o vice-governador José Eliton vão mostrar, mais uma vez, força política. Na quinta-feira, 24, dez prefeitos vão se filiar ao PSDB — junto com Eliton. Mas é possível que o número cresça até o dia da filiação. Vereadores e ex-prefeitos também devem se filiar.
No lugar de ficar irritada, a presidente apreciou a franqueza do tucano-chefe
Na quinta-feira, 17, em Brasília, no encontro com o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, a presidente Dilma Rousseff, do PT, pediu ao tucano-chefe que apoiasse a aprovação do imposto do cheque, a remoçada CPMF. Entretanto, apesar de estimar a petista-chefe, com quem mantém um relacionamento republicano e de respeito, ele disse que, por uma questão de coerência, não poderia mudar de posição.
Marconi Perillo, que sempre foi contra a CPMF, ajudou a barrá-la no Senado, no governo de Lula da Silva.
Curiosamente, no lugar de ficar irritada, Dilma Rousseff apreciou a franqueza de Marconi Perillo.
O ex-deputado federal pode disputar a Prefeitura de Aparecida. Mas só se for o nome de consenso da base do prefeito Maguito Vilela
O bacharel em Direito estaria sendo discriminado por setores do PSDB
Aliados dizem que o bacharel em Direito Maione Padeiro [foto: arquivo pessoal] pode trocar o PSDB pelo DEM. Ele pode disputar tanto a Prefeitura de Aparecida de Goiânia quanto mandato de vereador.
Tucanos sublinham que Maione Padeiro estaria sendo “discriminado” por setores do PSDB. “Fica-se com a impressão de estão mais preocupados em formatar uma cúpula e ignorar as bases do partido no município”, frisa um integrante do partido.
A petista-chefe é pródiga em elogios ao tucano-chefe, que apresenta como político e gestor responsável
Iris Araújo pode ser a tertius? O peemedebista-chefe não tem como apoiá-la
O tucano de Catalão demonstrou articulação e chegou a assustar o deputado Black Gold