Bastidores

Há quem aposte que, se expurgado da presidência da Câmara dos Deputados, sobretudo se perder o mandato, Eduardo Cunha poderá aceitar a delação premiada. Não é sua primeira opção. Ele vai lutar, até quando der, para manter-se no comando do Legislativo — de onde retira forças para enfrentar o petismo e o Ministério Público. Porém, dependendo do desenrolar do quadro, estaria disposto a conversar abertamente com os procuradores e com o juiz Sérgio Moro. Se isto acontecer, cai a República — com as elites política e empresarial sangrando intensamente. Cunha tem gordura para queimar e não vai discutir delação premiada agora. Mas ela está no seu horizonte e cada vez menos distante. *Leia mais Eduardo Cunha teme a prisão de sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz, ex-Globo, e de sua filha
A aliados e amigos, Eduardo Cunha estaria dizendo que o que mais teme não é sua queda da presidência da Câmara dos Deputados, e sim a possível prisão de sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz, ex-apresentadora da TV Globo, e de sua filha Danielle. A detenção seria uma maneira de fazê-lo jogar a toalha. Aos aliados, Cunha afirma que tem certeza de que há um conluio entre o governo da presidente Dilma Rousseff, o PR e a Procuradoria da República para tentar destruí-lo. *Leia mais Eduardo Cunha pode aceitar o esquema da delação premiada? Difícil, mas opção está no seu horizonte

[caption id="attachment_29610" align="alignleft" width="620"] Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil[/caption]
O Jornal Opção perguntou a cinco deputados federais: “O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, emplaca 2016 no cargo?” Os cinco, consultados em momentos diferentes, disseram a mesma coisa: Levy já “caiu”, mas ainda “não sabe”. Com escassa experiência nacional, e enfrentando um adversário poderoso e perigoso, Lula da Silva, dificilmente terá condições de continuar no cargo. O ex-presidente insiste que é um ministro negativo e sugere que Henrique Meirelles é o nome certo para o lugar certo.
A ressalva é que Dilma Rousseff desenvolveu uma estranha antipatia por Henrique Meirelles. Talvez seja ciúme. Porque, quando ele era presidente do Banco Central e Lula da Silva era presidente, às vezes era mais ouvido pelo PR do que a então ministra .

[caption id="attachment_29012" align="alignleft" width="620"] Foto: Geraldo Magela[/caption]
O presidente do PSD de Goiás, Vilmar Rocha, diz que o partido fez uma opção pela candidatura do deputado federal Heuler Cruvinel a prefeito de Rio Verde, o que provocou a ruptura com o prefeito Juraci Martins e com o deputado Lissauer Vieira. “Temos apreço por Juraci e Lissauer, mas o nosso candidato é Heuler Cruvinel. Desde o início, era ele que se posicionava como postulante.”

[caption id="attachment_29059" align="alignleft" width="620"] Foto: Fernando Leite[/caption]
Um aliado do prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda (PDT), diz que Abelardo Vaz quer disputar a prefeitura. Mas vários problemas podem impedir o registro de sua candidatura. Duas prestações de contas de convênios de sua gestão como prefeito foram rejeitadas. O Ministério Público denunciou a construção do Centro de Convenções. Há uma ação civil pública para que o líder do PP ressarça o Erário com recursos próprios. É apontado como o responsável por uma ilegalidade que provocou prejuízo ao cofre público. Adversários apontam ilegalidade que envolve a Creche Vó Fia. Trata-se de prestação de contas (recusada) junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
O secretario de Governo da gestão do governador Marconi Perillo, o advogado Henrique Tibúrcio, afirma que é cedo para fazer uma avaliação enfática do quadro político de Goiânia. “O que posso dizer é que Jayme Rincón é o nome mais cotado. Ele e gestor, é competente. Conhece bem a cidade, tem vontade, energia e é ousado”.
O PSD de Goiás já tem uma safra de prefeitos ruins — Luiz Carlos Attié, de Cristalina; Cristóvão Tormin, de Luziânia; e Itamar Barreto, de Formosa — e, para piorar a situação, aceitou a filiação do “alcaide” de Goianira, Miller Assis. Miller Assis foi expurgado do PP pelo senador Wilder Morais, que vai apoiar Carlão Oliveira para prefeito de Goianira. Carlão, ex-prefeito, é o favorito.
Pré-candidato a prefeito de Uruaçu, o decente Valmir Pedro, finalmente procurou boas companhias. Empresários e políticos experimentados de Uruaçu vão trabalhar em sua campanha. A gestão da prefeita Solange Bertulino é tão ruim que, durante a campanha, terá de gritar todos os dias: “Não me deixem só!” Um dos problemas de Solange Bertulino é que, por pirraça, não procura benefícios para o municípios. Não fosse Valmir Pedro, com seu jeitão pacífico, levar obras do Estado para o município, Uruaçu estaria bem pior. Mas o governo do Estado precisa terminar a construção do hospital regional no município. A população já está reclamando da demora. A obra está paralisada.
A oposição em Goianira tem três nomes consistentes para a disputa da prefeitura em 2016. O favorito é o ex-prefeito Carlão Oliveira — seguido de Christian Pereira, do PT do B, e Ercy Rodrigues do Nascimento, sem partido.
Ercy Rodrigues perdeu o comando do DEM para um aliado do prefeito Miller Assis. O senador Ronaldo Caiado teria sido iludido pelo millerista, que é ligado ao secretário Vilmar Rocha, inimigo figadal do democrata. Com o millerista no comando, o DEM continua na base do governador Marconi Perillo. Tudo aquilo que Caiado não queria.
Ercy Rodrigues pode ser vice de Carlão Oliveira para prefeito de Goianira ou mesmo pode disputar a prefeitura. Ele já foi prefeito do município e é um político experimentado, ainda que da velha guarda.

[caption id="attachment_380" align="alignleft" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O secretário de Governo, Henrique Tibúrcio, organiza a última edição do programa Governo Junto com Você de 5 a 8 de novembro, no município de Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal. “O alcance social é extraordinário. Pessoas carentes são atendidas, sem burocracia, e podem resolver vários de seus problemas num único local.”
Por exemplo: tratamento oftalmológico, negociação de um débito fiscal ou a feitura de um documento, como carteira de identidade. “Nós fazemos as consultas e, logo depois, entregamos os óculos. O cidadão percebe a presença efetiva do governo do Estado.”
O PHS pretende lançar candidato a prefeito de Goiânia. A dúvida é se o nome será o do ex-presidente da Câmara Municipal da capital Marcelo Augusto ou o do presidente nacional do partido, Eduardo Machado. Eduardo Machado disse ao Jornal Opção que o partido vai encomendar uma pesquisa qualitativa para aferir o que realmente quer o eleitorado de Goiânia. “O que sei é que o eleitorado não quer políticos tradicionais e políticos que não têm coragem de enfrentar os problemas reais de Goiânia”, afirma Eduardo Machado.
O deputado-delegado Waldir Soares, orientado pelo marqueteiro Marcus Vinicius — o craque que está na Colômbia, onde criou o marketing de uma das campanhas para prefeito de Bogotá —, está conseguindo uma identidade ampla com o eleitorado de Goiânia. A independência que mantém dos líderes políticos e seu discurso praticamente não-político — escapando do tradicional — estão agradando o eleitorado.
Waldir Soares está deixando Vanderlan Cardoso — um político amuado que olha para Goiânia e só enxerga Senador Canedo, sua Paságarda —, cada vez mais para trás e está “colando” no líder, Iris Rezende. É o que mostra um das últimas pesquisas.