Bastidores

[caption id="attachment_63253" align="aligncenter" width="620"] Victor Priori, do DEM, Vinicius Luz, do PSDB, e Geneilton Filho, do PMDB, são os três principais postulantes à Prefeitura de Jataí[/caption]
Mesmo discreto, o empresário Victor Priori é apontado, até por aliados, como uma espécie de político-camaleão. Até pouco tempo, era filiado ao PSDB e, de repente, mudou totalmente de ares — migrando para o DEM do senador Ronaldo Caiado. Na verdade, trata-se de uma acomodação política, pois o milionário planejava disputar a Prefeitura de Jataí pelo PMDB — com o apoio do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, de quem é amigo. Porém, segundo um priorista, o peemedebista-chefe não teria conseguido convencer o prefeito Humberto Machado a bancá-lo. Por isso, ao sair do PSDB, Victor Priori foi acomodado no DEM.
Para expor sua insatisfação com os “estrangeiros” do PMDB, Humberto Machado pôs vários candidatos no “aquecimento”, mas, curiosamente, a maioria dos apresentados como postulantes não quer disputar mandato. Ante a indecisão geral, o prefeito escalou como seu postulante o secretário de Administração e Planejamento, Geneilton Filho de Assis. Seu perfil é mais técnico do que político. É um candidato que precisa ser “construído” e “lapidado”. Como o prefeito avalia que pode eleger uma “poste” — e, de fato, transfere voto, ainda que não na quantidade que imagina —, seu auxiliar, embora não muito conhecido, acaba por ser um candidato consistente.
A divisão na base de Humberto Machado e Maguito Vilela pode tornar o PMDB mais vulnerável e beneficiar o candidato do PSDB, Vinicius Luz. Mas é fato que o político que decide, que mexe no quadro político do município, é mesmo Humberto Machado. Apontado como um dos gestores mais qualificados de Goiás, o prefeito é, ao mesmo tempo, citado como um político de matiz autoritário, que “detesta” ser contestado. Com sua eficiência administrativa, devidamente respeitada, o peemedebista tenta, ao seu modo por vezes discreto, calar a voz dos adversários. Porém, a população parece ter assimilado seu modo de ser e o respeita.

[caption id="attachment_63249" align="aligncenter" width="620"] Deputado federal Waldir Soares e o atual vice-prefeito, Agenor Mariano | Fotos; Fernando Leite[/caption]
O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), diz que o deputado federal Waldir Delegado Soares, do PR, tem o mérito de ter sido o deputado mais bem votado em Goiás e em Goiânia, na eleição de 2014. “Respeito-o por isto. Mas faço-lhe uma pergunta: se disputar a Prefeitura de Goiânia, como está anunciando, estará respeitando seus eleitores? O delegado está menosprezado os 100 mil votos que obteve na capital. Vai desprezar os 270 mil votos que obteve em todo o Estado? Parece que é consenso de que foi eleito para mudar as leis do país na Câmara dos Deputados. Em um ano e três meses, o que de fato apresentou em Brasília? O eleitorado vai cobrar isto na campanha.”
“Outra coisa: se perder para prefeito, vai disputar a reeleição em 2018? Ademais, dada sua politização, o eleitorado de Goiânia sabe que um prefeito não tem condições de resolver o problema da segurança pública de sua cidade”, afirma Agenor Mariano.

Um dos mais qualificados políticos de Goiás, o advogado Abelardo Vaz (PP) disse ao Jornal Opção que não está animado para disputar a Prefeitura de Inhumas e, se eleito, governar. Como as torcidas do Goiás e do Vila Nova, ele sabe que, se disputar, pode encomendar o terno da posse. O prefeito Dioji Ikeda não é ruim, é apontado como decente, mas as expectativas em relação ao líder do PDT eram muito grandes, e ele não correspondeu. Por isso a cidade clama pela volta de Abelardo Vaz. Publicada a nota na qual Abelardo Vaz comentou que poderia apoiar o médico João Antônio, do PSD, para prefeito, o Jornal Opção recebeu mais de dez ligações telefônicas, vários e-mails e mensagens de políticos, marqueteiros (como Ademir Lima) e populares de Inhumas. Todos diziam: “Abelardo Vaz será candidato a prefeito”. Há um clamor popular — não é apenas dos políticos, dos aliados do ex-prefeito. Como Abelardo Vaz vai escapar da pressão das ruas, além da pressão de seus aliados, ninguém sabe — nem ele mesmo. Se sair candidato, será um fenômeno: terá sido imposto pelas ruas. Abelardo Vaz não é do tipo de político que diz que não é candidato para “jogar”. Seu ânimo político é mesmo baixo. Mas, pressionado, cada vez mais, dificilmente deixará de ser candidato. É o que dizem as ruas, de maneira enfática, e os políticos. Se Abelardo Vaz não entrar no jogo, o prefeito Dioji Ikeda, um jovem de valor, tem chance de ser reeleito.

[caption id="attachment_55085" align="aligncenter" width="620"] Foto: Rodrigo Cabral[/caption]
O governador de Goiás, Marconi Perillo, está 100% focado na administração pública, sobretudo porque avalia que a crise econômica não permite descuido. Mesmo assim, o tucano-chefe está acompanhando, com pesquisas e olhos de lince, todo o mapa político-eleitoral do Estado — com redobrada atenção. Ele está sempre examinando pesquisas qualitativas e qualitativas sobre as principais cidades.
O terceiro foco é a política nacional. O tucano-chefe goiano tende a ser candidato a presidente da República ou a vice de Geraldo Alckmin ou Aécio Neves. É notório que o país começa a avaliá-lo como gestor eficiente. A romaria de políticos e gestores de vários Estados, examinando sobretudo sua ação na área de saúde, significa que o Brasil definitivamente o descobriu — e como administrador e político competente e criativo.

[caption id="attachment_63147" align="aligncenter" width="620"] Deputado federal Jovair Arantes | Foto: Zeca Ribeiro[/caption]
Com o sucesso da relatoria na Comissão de Impeachment, o deputado federal Jovair Arantes (PTB) planeja entrar no jogo de 2018 com cacife alto.
Jovair Arantes quer ser o sucessor de Eduardo Cunha no comando da Câmara dos Deputados e depois disputar uma das cadeiras de senador em Goiás.
Henrique Arantes, filho de Jovair, herdaria as bases do pai e seria lançado para deputado federal.

Poucos políticos são tão obstinados quanto José Nelto. Durante um período, devido a uma espécie de doping político — a história da ficha suja —, foi nocauteado e sumiu do mapa, concentrando-se em suas atividades de empresário do ramo imobiliário (tem vários loteamentos no Estado). Mas, como Iris Rezende, o que adora fazer é mesmo política. Por isso voltou ao palco e se elegeu deputado estadual. Mas, em 2018, não quer permanecer na Assembleia Legislativa — tido como um local modorrento do estilo “sim, senhor” e “não, senhor”. José Nelto planeja ser candidato a senador, em 2018. Se não der, vai a deputado federal.

O destino da próxima vaga que surgir no TCM já tem nome e endereço: será do secretário Sérgio Cardoso. Cunhado do governador Marconi Perillo, Sérgio Cardoso é um articulador político habilidoso e acompanha o tucano-tucano há vários anos.
Os marqueteiros Ademir Lima e Nilson Gomes vão travar um duelo politicamente mortal em Goianira. Ademir Lima trabalha para o prefeito Miller Assis, do PSD. O jovem político é um dos mais desgastados do Estado, mas o marqueteiro tem fama de “levantar mortos”. A pedido do senador Wilder Morais, Nilson Gomes vai coordenar o marketing da campanha de Carlão Alberto Oliveira, do PSDB. O jornalista é apontado como craque.

Acatando conselho do jornalista e marqueteiro Nilson Gomes, Carlão Alberto Oliveira, candidato do PSDB a prefeito de Goianira, deve convocar para ser seu vice um político mais jovem, possivelmente Christian Pereira. Carlão lidera as pesquisas de intenção de voto, mas, seguindo conselho de Nilson Gomes — da equipe do senador Wilder Morais —, não vai apostar na tese do “já ganhou”. Daqui para frente, vai falar menos e trabalhar mais.
Um conselheiro relata: “Não há no Tribunal de Contas do Estado alguém tão articulado quanto o conselheiro Kennedy Trindade, ex-presidente da Agetop (no tempo em que era Crisa) e ex-deputado estadual. Ele deverá ser o próximo presidente do órgão. Seu principal objetivo será concluir e mobiliar a nova sede do TCE”. Helder Valin é o principal articulador da candidatura de Kennedy Trindade. Eles são carne, unha e, por vezes, cutícula.

[caption id="attachment_62681" align="aligncenter" width="620"] Fotos: Y. Maeda / Alego[/caption]
O deputado estadual Chiquinho Oliveira está dizendo, para quem quer e para não quer ouvir, que não vai abrir espaço para José Vitti substituir o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Helio de Sousa.
Chiquinho Oliveira articula nos bastidores e garante que está conquistando apoios de deputados novatos e de deputados veteranos. Ele tem dito que o Palácio das Esmeraldas — leia-se o governador Marconi Perillo — tem simpatia por sua postulação.
José Vitti, por seu turno, não dorme no ponto e está conversando com deputados aliados e da oposição. Petistas e peemedebistas simpatizam mais com ele, porque avaliam que Chiquinho Oliveira é mais governista do que o governador Marconi Perillo.

Marcus Vinicius Queiroz, marqueteiro de primeira linha — com uma eleição presidencial no currículo e vitórias importantes no Tocantins —, negociou com o candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, Giuseppe Vecci. Mas não fecharam — nem interromperam — a negociação. Giuseppe Vecci, vale dizer, aprecia as ideias de Marcus Vinicius. O principal problema pode ser financeiro.

[caption id="attachment_63236" align="aligncenter" width="620"] Ao fundo, Carlos Sampaio, e o deputado Rogério Rosso | Foto Fábio Pozzebom / ABr[/caption]
O deputado Rogério Rosso, do PSD-DF, é apontado como charmoso, mas sem conteúdo. Ele é conhecido como o mais eduardocunhista dos defensores do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Na Comissão do Impeachment quem dá um banho, pelo conhecimento, é o deputado federal Carlos Sampaio, do PSDB de São Paulo. É craquíssimo.
O prefeito de Goiandira, Erick Marcus dos Reis e Cruz, é apontado como o político mais folclórico do Sudeste de Goiás. Recentemente, organizou um jejum coletivo contra a dengue e a zika, despertando a atenção do país para o “mesmerismo”. Mas o jejum mais frequente é o de falta de qualidade de sua gestão. Esperto, trocou a canoa do PT, que está afundando, pelo barco do PTB. Mas em outubro vai enfrentar uma pedreira — Odemir Moreira, candidato do PSDB a prefeito. Ligado ao prefeito de Catalão, Jardel Sebba, ao deputado Gustavo Sebba, ao secretário Sérgio Cardoso, do governo do Estado, e à Igreja Católica, o tucano é apontado como favorito para a disputa. Trata-se de um político bem avaliado, com capacidade de agregação.
O marqueiteiro Alberto Araújo fechou com o deputado Lissauer Vieira, do PSB, na campanha para prefeito de Rio Verde. Lissauer Vieira está crescendo e seus aliados apostam que ele vai acabar disputando, pau a pau, com Paulo do Vale, do PMDB. Sua campanha pode desidratar Heuler Cruvinel, apontado como “doutor em arrogância” .