Divisão do PMDB em Jataí pode favorecer candidatura do tucano Vinicius Luz
09 abril 2016 às 11h39
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Mesmo discreto, o empresário Victor Priori é apontado, até por aliados, como uma espécie de político-camaleão. Até pouco tempo, era filiado ao PSDB e, de repente, mudou totalmente de ares — migrando para o DEM do senador Ronaldo Caiado. Na verdade, trata-se de uma acomodação política, pois o milionário planejava disputar a Prefeitura de Jataí pelo PMDB — com o apoio do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, de quem é amigo. Porém, segundo um priorista, o peemedebista-chefe não teria conseguido convencer o prefeito Humberto Machado a bancá-lo. Por isso, ao sair do PSDB, Victor Priori foi acomodado no DEM.
Para expor sua insatisfação com os “estrangeiros” do PMDB, Humberto Machado pôs vários candidatos no “aquecimento”, mas, curiosamente, a maioria dos apresentados como postulantes não quer disputar mandato. Ante a indecisão geral, o prefeito escalou como seu postulante o secretário de Administração e Planejamento, Geneilton Filho de Assis. Seu perfil é mais técnico do que político. É um candidato que precisa ser “construído” e “lapidado”. Como o prefeito avalia que pode eleger uma “poste” — e, de fato, transfere voto, ainda que não na quantidade que imagina —, seu auxiliar, embora não muito conhecido, acaba por ser um candidato consistente.
A divisão na base de Humberto Machado e Maguito Vilela pode tornar o PMDB mais vulnerável e beneficiar o candidato do PSDB, Vinicius Luz. Mas é fato que o político que decide, que mexe no quadro político do município, é mesmo Humberto Machado. Apontado como um dos gestores mais qualificados de Goiás, o prefeito é, ao mesmo tempo, citado como um político de matiz autoritário, que “detesta” ser contestado. Com sua eficiência administrativa, devidamente respeitada, o peemedebista tenta, ao seu modo por vezes discreto, calar a voz dos adversários. Porém, a população parece ter assimilado seu modo de ser e o respeita.