Bastidores

Deputados do Pros fizeram o impossível para tomar o Pros do goiano Eurípedes Júnior — alegando que, não tendo mandato estadual ou federal, não tem tanta força em Brasília. Deram com os burros n’água. Eurípedes Júnior mostrou força e continua com o comando nacional do Pros. Vale dizer que, quando ninguém acreditava, o goiano do Entorno de Brasília montou o partido e o registrou sozinho. Trata-se de um jovem abnegado e, em 2017, possivelmente assumirá mandato de deputado federal.

Numa fase light, o governador Marconi Perillo (PSDB) não planeja impor candidaturas a prefeito em nenhuma cidade. Mas políticos de seu círculo íntimo sugerem que gostaria muito que o deputado federal João Campos (PSDB) disputasse a Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Em Aparecida de Goiânia, contra Euler Morais (PMDB), o possível candidato de Maguito Vilela a prefeito, acredita-se que João Campos pode derrotá-lo. “Euler Morais é um poste de Maguito Vilela, este é popular, mas João Campos tem mais experiência política e é mais popular”, frisa um aliado do governador Marconi.

O que é mais preocupante em Aparecida de Goiânia é a dívida que o prefeito Maguito Vilela (PMDB) vai deixar para o seu sucessor: mais de 200 milhões de reais. Isto se não fizer novos empréstimos de curto prazo. Maguito Vilela deve deixar Aparecida com a imagem de prefeito eficiente. Mas o que vai ficar para a história é a imagem de que foi o prefeito que mais endividou o município. O próximo prefeito, seja do PMDB ou da oposição, estará totalmente engessado. Porque as dívidas que Maguito Vilela vai deixar são de curto prazo, quer dizer, devem ser pagas a partir de 2017.

Não resta dúvida de que o prefeito de Jataí, Humberto Machado (PMDB), é um administrador eficiente e não há informações de que seja corrupto. Mas ele está instalando uma espécie de coronelismo em Jataí, comportando-se como ditador ou caudilho. Quer mandar em tudo na cidade e desqualifica aqueles que lhe fazem crítica. Não há “coronelismo do bem”, ao contrário do que sugere Humberto Machado e seus epígonos.

Pesquisas mostram que o ex-deputado Leandro Vilela aparece em primeiro lugar na disputa para prefeito de Jataí. Mas pesquisas qualitativas mostram um dado preocupante para o peemedebista: há indícios de fadiga de material de seu grupo político, que está no poder há anos, com o breve interregno de Fernando da Folha. O empresário Victor Priori (PSDB), se conseguir articular uma frente política azeitada, pode acabar derrotando Leandro Vilela. Empresário bem-sucedido, apontado como um político decente, é possível que, em 2016, o eleitorado de Jataí decida dar-lhe a chance de gerir a prefeitura. Será uma forma de experimentar uma gestão diferente e mais empresarial. Mas Victor Priori precisa convencer a ala do partido, como o Vinicius Luz, a apoiá-lo integralmente, pois ninguém ganha eleição sozinho, mesmo, como é o caso, quando se tem muito dinheiro. Vinicius seria um vice que representa o novo, além de um político capaz de fazer críticas consistentes e contundentes à oligarquia que não deixa Jataí se renovar.

O presidente do PHS nacional, Eduardo Machado, está de mãos e braços estendidos para receber o deputado federal Jovair Arantes, que o mensaleiro Roberto Jefferson planeja expulsar do PTB. Um dos políticos mais articulados de Goiás, com sólida reputação nacional, Eduardo Machado promete tapete vermelho para receber Jovair Arantes. E até “ambrosia celestial”. Se confirmada a expulsão de Jovair Arantes, vários prefeitos goianos devem acompanhá-lo. Tanto do PTB quanto de outros partidos. São leais mais ao deputado do que aos partidos.

[caption id="attachment_37475" align="aligncenter" width="620"] Talles Barreto: no comando do PTB | Foto: Y. Maeda[/caption]
O deputado estadual Talles Barreto disse ao Jornal Opção que, como não há “janela” para ele — por isso seu mandato poderia ser retomado pelo partido—, dificilmente terá como deixar o PTB, se confirmada a expulsão de Jovair Arantes.
Porém, antes de tomar qualquer decisão, Talles Barreto diz que vai conversar com Jovair Arantes. “Ele é meu líder político, meu aliado e meu amigo. Não tomarei nenhuma decisão sem consultá-lo”, afirma. “Na verdade, quero ficar ao seu lado.”

[caption id="attachment_37473" align="aligncenter" width="620"] Deputado goiano Jovair Arantes e Roberto Jefferson: disputa no PTB | Fotos: Facebook / Marcello Casal Jr. / ABr[/caption]
Na semana passada, Jovair Arantes conversou demoradamente com o correspondente internacional da TV Record em Israel, Herbert Moraes, colunista do Jornal Opção, em Tel Aviv. Estava tranquilo, pouco ou nada preocupado com o sem-mandato Roberto Jefferson.
A um aliado goiano, Jovair Arantes disse que a posição de Roberto Jefferson é isolada no PTB. E tem razão. É possível que a única aliada do ex-deputado é a parlamentar federal Cristiane Brasil, sua filha. A bancada do PTB respeita muito Jovair Arantes, tido como eficiente e atento às reivindicações dos aliados.

O vice-presidente da República e principal articulador político do governo Dilma, Michel Temer, só se refere, de maneira depreciativa, a Iris Rezende e Iris Araújo como “aquele casal”. Michel Temer persiste sugerindo que o PMDB de Goiás precisa ciscar para dentro. Trata-se de um recado: o poderoso chefão do partido, em nível nacional, é favorável à permanência de Júnior Friboi nos quadros do PMDB.

[caption id="attachment_32600" align="aligncenter" width="620"] O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) | Foto: Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados[/caption]
O que mais se comenta em Brasília, do Congresso Nacional aos botecos, é que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, está com “cheiro” de Fernando Collor — o de 1989.
Eduardo Cunha acorda e passa o dia pensando em articular alguma coisa que colabore para reconstruir sua história e, assim, o fortaleça como possível candidato do PMDB, ou de outro partido, para presidente da República em 2018.
Em sua visita a Israel, na semana passada, Eduardo Cunha chegou a ser apresentado pelo governo judaico como potencial candidato a presidente da República.
Político duro, articulador feroz, Eduardo Cunha pretende se apresentar como o anti-PT, quer dizer, como o Fernando Collor dos novos tempos. Com uma diferença, é claro: acredita que o Congresso é fonte de poder.
O PSDB está alarmado com a popularidade de Eduardo Cunha. Porque o partido estava apostando que ganharia com facilidade da “galinha morta” chamada PT na disputa de 2018, mesmo contra Lula da Silva.
Se o tucanato brincar em serviço, Eduardo Cunha vai se apresentar, e pode ser comprado assim pelo eleitorado, como a verdadeira oposição, a mais aguerrida e presente. A oposição tucana é quase ausente, meio fantasmal.

Misael Oliveira apoiou Vanderlan Cardoso para governador em 2014. Mas agora o empresário planeja bancar Zélio Cândido para prefeito de Senador Canedo
Raquel Teixeira não levou em consideração os questionamentos da oscip Ideia
O santo de Aguinaldo Coelho, embora seja considerado cordato, não bate com o santo da secretária da Educação do governo de Goiás
[Aguinaldo Coelho, Raquel Teixeira e Nasr Chaul: quem manda mesmo é a secretária]
Conversa registrada entre dois auxiliares do governador Marconi Perillo no Palácio Pedro Ludovico na segunda-feira, 1º, mostra que a incorporação dos setores cultural e esportivo à Secretaria da Educação não ficou bem resolvida. O diálogo:
Auxiliar 1: Raquel Teixeira queria assumir a Secretaria da Educação com porteiras fechadas.
Auxiliar 2: Ela queria indicar aliados para os principais cargos?
Auxiliar 1: Sim. Tanto para o setor de cultura quanto para o setor de esporte, Raquel Teixeira tentou indicar aliados de sua mais extrema confiança, mas esbarrou no jogo político.
Auxiliar 2: Jogo político? Como?
Auxiliar 1: O governador Marconi Perillo, apesar do veto explícito de Raquel Teixeira, decidiu manter Aguinaldo Coelho, um Caiado, no comando da área cultural. Raquel Teixeira ficou possessa, mas teve de engolir.
Auxiliar 2: Quer dizer que Aguinaldo Coelho manda na área cultural e engessa Raquel Teixeira?
Auxiliar 1: Não é bem assim. Aguinaldo Coelho finge que está mandando, mas não manda em nada. Ele é a verdadeira rainha da Inglaterra da cultura no Cerrado.
Auxiliar 2: O que deve acontecer?
Auxiliar 1: Se Raquel Teixeira continuar na Secretaria da Educação, não restará outro caminho a Aguinaldo Coelho a não ser pedir demissão. Nenhum Caiado, ainda que seja tão cordato quanto Aguinaldo Coelho, aceita tanta humilhação calado. O nome dela para o cargo é Maria Abadia.
Auxiliar 2: Eu ouvi por aí que o objetivo número um de Raquel Teixeira não é implantar as organizações sociais na área de educação. Mas sim defenestrar Aguinaldo Coelho.
Raquel Teixeira é vista como extremamente centralizadora e não entende de cinema e meio ambiente
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), visita o Parlamento de Israel na quarta-feira, 3, às 9h30. Na quinta-feira, 4, ele vai a Ramallah para se encontrar com políticos palestinos. Programação de Eduardo Cunha no Oriente Médio 3 de junho de 2015 – quarta-feira 09h30 Deslocamento da comitiva do Hotel Waldorf Astoria para o Knesset 09h45 Deslocamento do Presidente da Câmara, acompanhado do Embaixador do Brasil em Tel Aviv, do Hotel Waldorf Astoria para o Knesset 10h00 Cerimônia de chegada acompanhada da Guarda de Honra do Knesset e assinatura do Livro de Honra dos Convidados 10h15 Reunião com o presidente do Knesset, Yuli-Yoel Edelstein (Likud) 11h00 Reunião com o líder da oposição, Isaac Herzog (Trabalhista) 11h30 Reunião com membros do Grupo Parlamentar de Amizade Israel – Brasil 11h45 Sessão plenária do Knesset. O presidente da Câmara dos Deputados e delegação ouvirão, da galeria, saudação do presidente do Knesset, e assistirão parte da sessão. 12h15 Visita guiada pelo Knesset 13h00 Retorno para o Hotel Waldorf Astoria 13h30 Almoço oferecido pelo presidente do Knesset. Local: Hotel Waldorf Astoria 15h15 Deslocamento do Presidente da Câmara dos Deputados e delegação do Hotel Waldorf Astoria para o Yad Vashem – Museu do Holocausto 15h30 Visita ao Yad Vashem (acompanhados por guia brasileira) 16h45 Visita ao "Hall of Remembrance", cerimônia de fomento ("rekindling") da chama eterna e deposição de coroa de flores 17h00 Visita ao Memorial das Crianças e Assinatura do Livro de Honra 17h15 Possibilidade de encontro com a imprensa 17h30 Retorno para o Hotel Waldorf Astoria [Há a possibilidade de audiências com o presidente do Estado de Israel, Reuven Rivlin, e/ou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (que acumula a Pasta de Negócios Estrangeiros), entre a visita ao Yad Vashem e o jantar.] 20h00 Jantar oferecido pela Vice-Ministra dos Negócios Estrangeiros, Sra. Tzipi Hotoveli Local: Hotel Waldorf Astoria 4 de junho de 2015 – quinta-feira 08h20 Saída do Hotel Waldorf Astoria (em carros providos pela Embaixada) em direção ao “checkpoint” a ser definido 10h00 Reunião com representantes do Conselho Nacional Palestino 11h00 Reunião com o dr. Saeb Erekat, negociador-chefe da OLP 12h50 Oferenda floral a ser depositada pelo presidente da Câmara no mausoléu de Yasser Arafat, localizado no complexo da Muqata 13h00 Audiência com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional da Palestina, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mr. Riad al-Malki. 15h00 Almoço oferecido pelo embaixador Paulo França ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e comitiva, em Ramala [Retorno a Israel (o presidente da Câmara e comitiva serão esperados no "checkpoint" pelo Embaixador do Brasil em Tel Aviv e pelo Protocolo israelense)] 17h30 Chegada em Jerusalem [Possibilidade de audiências com o presidente do Estado de Israel, Reuven Rivlin, e/ou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, entre a programação na Palestina e a recepção na Residência da Embaixada do Brasil em Tel Aviv (a confirmar)] 19h00 Deslocamento para Tel Aviv 20h00 Recepção na residência da Embaixada do Brasil em Tel Aviv 22h00 Deslocamento para Jerusalém, retorno para o Hotel Waldorf Astoria