Mendanha troca 80 mil aparecidenses para assar as pernas atrás de derrotado com 118 votos

13 dezembro 2021 às 22h43

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Quer bater perna por aí? Quer conhecer Goiás ao mesmo tempo que o Major Vitor Hugo? Tudo bem, mas não precisa abandonar Aparecida
Nilson Gomes
O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (sem partido), passou o fim de semana buscando gente para engrossar eventual candidatura a governador. Andou bastante. De Ceres, voltou trombeteando a conquista do apoio de Alexandre Almeida França, tido como presidente do MDB local. Simultaneamente, no sábado e no domingo, o governador Ronaldo Caiado fez o oposto de Mendanha: passou os dois dias em Aparecida e atendeu a urgências de 80 mil pessoas no Mutirão Iris Rezende.
Mendanha rodou 500 quilômetros ida e volta ao Rio da Almas para seduzir Almeida França, que, apesar de presidente, não é MDBista como Daniel Vilela ou como foram Mendanha e seu pai, Léo Mendanha, ou os recém-falecidos Iris Rezende, que dá nome ao mutirão negligenciado pelo prefeito, e Maguito Vilela, pai do sujeito mais traído de Goiás. França tem todo o direito de mudar de partido, assim como Mendanha acaba de pular naquele poço de piranhas descrito por Bernardo Élis (aos livros, moçada). Em 2016, França foi candidato a vereador pela Rede. Obteve míseros 118 votos e ficou distante da Câmara de Ceres (ao site do TSE, turma!).
Onde Mendanha foi amarrar suas ilusões: enquanto Caiado ajudava 80 mil aparecidenses, Mendanha se regalava com um sujeito de 118 votos. Surgiu em seu evento também o empresário Zé Buriti, dono de uma revenda de motos. Nos textos sobre a adesão de Buriti, diz-se que está no MDB desde 1966. Um problema desse pessoal é ser conhecido de outras épocas, não necessariamente de 55 anos atrás. Buriti já esteve com diversos partidos, inclusive o PSDB e satélites.

Eita, Mendanha que virou beira de meio-fio, só junta tranqueira.
Observe-se a série de imagens da viagem de Gustavo e do Mutirão Iris Rezende. A diferença é maior que entre a Serra Dourada e o Morro do Mendanha. Nem os pacientes se submetendo a exame oftalmológico durante o mutirão ficam de cara tão feia quanto a moçada que rodeia Mendanha durante os discursos no interior do Estado. Não é possível que sua companhia, antigamente tão agradável, tenha se tornado pior que dedo no olho. O que faz a cara ruim é a ausência de perspectivas.
Veteranos de campanhas, vitoriosas ou não, decoraram esse enredo: o único derrotado será Gustavo Mendanha, pois presta, ao contrário da malta que o acompanha e das mochilas de chumbo que estão pendurando em suas costas. Mendanha é inexperiente com cabra ruim, nasceu e se criou entre pessoas boas, militou num grupo de sujeitos sérios, não está preparado para conviver com trastes juntados a grito, como os vistos ao seu lado por toda banda. Estuda-se a expressão de cada rosto nas rodas, colide-se com a biografia e tudo que há a dizer ao amigo Gustavo é: fuja enquanto é tempo.
Eis algo de que Gustavo Mendanha ainda dispõe: tempo. É jovem, está no início de mais um mandato. O mesmo não se pode falar da população de Aparecida. Ela não tem mais tempo pra nada, odeia enrolação e vive com pressa. Acostumou-se ao ritmo de Maguito, que Mendanha manteve nos quatro primeiros anos graças aos milhares de projetos apresentados em ministérios pelo maior administrador que a cidade teve em 100 anos de história. Aparecida não merece comemorar seu centenário, no início de 2022, em meio a incertezas: reelegeu seu gestor quase à unanimidade e seu gesto é trocar 80 mil aparecidenses pela adesão de Alexandre Almeida França, repelido pelos ceresinos e agora foi catapultado para a política estadual pela falta de lideranças de Mendanha.
Quer bater perna por aí? Quer conhecer Goiás ao mesmo tempo que o Major Vitor Hugo? Tudo bem, mas não precisa abandonar Aparecida. Por enquanto, está sendo apenas temporariamente; a partir de abril, será em definitivo. E é aí que o leitão torce o rabicó: Anápolis não perdoou Antonio Gomide por jogar a cidade na enxurrada e crescer o olho pro lado de palácio. Mendanha ainda pode ganhar uma pecha que não coube a Gomide: a de ingrato.
Aos fatos.
Maguito Vilela e seu filho Daniel Vilela escolheram Gustavo Mendanha para presidente da Câmara de Aparecida e, depois, candidato a prefeito. Com a popularidade de Maguito, graças a duas formidáveis gestões, elegeria para seu sucessor quem quer que lançasse. Maguito preferiu Gustavo. Daniel teve de convencer o grupo, na boa e na marra, para Gustavo ser engolido. Conseguiu. Desceu rasgando em uns, ficou atravessado em outros, porém, conseguiu. Mais uma vez, Maguito mostrava seu tino para revelar equipe. Acertou em cheio, pois Gustavo realmente deu conta. Graças aos recursos e à metodologia deixados por Maguito, mas deu conta.
Cinco anos depois, o escolhido de Maguito não tem de se submeter à humilhação de saracotear interior afora atrás de Alexandres Franças. É constrangedor. O trabalho realizado em Aparecida o capacita para algo mais. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer, apenas ainda não chegou a hora de isso acontecer. Mendanha ainda vai refletir muito, muito mais que ouvinte de Geraldo Vandré.
Quem o convenceu a trair Daniel Vilela é gente que fez por ele o mesmo tanto que o filho de Maguito?
Quem o inflama a sair candidato tem estofo para eleger um governador?
Conhece o grupo que o rodeia nos lugares visitados ou só neste artigo ficou sabendo que França é recém-chegado ao MDB e tirou pálidos 118 votos? Em Carmo do Rio Verde, vizinha de Ceres, Júnior Marra obteve mais que o dobro dos votos de França e ficou na suplência. Com 118 votos só triunfaria em São Patrício, mais que a Maria do Zé da Lola, o Marcinho do Dió e a Milda do Lauri
Está pronto o retrato da fossa marítima em que Mendanha se enfia. Enquanto 80 mil aparecidenses aguardavam a parceria da prefeitura, pois necessidade não tem partido, seu prefeito assava a parte interna das coxas atrás de Alexandres Franças. Numa região de cento e poucos mil moradores, 80% apareceram no Mutirão da Moradia. Na adesão de uma liderança da expressão de Alexandre França, nem 18 de seus eleitores compareceram à cerimônia fúnebre.
Nilson Gomes é advogado e jornalista.
Réplica
“Zé Buriti não é um mero revendedor de motos, foi um dos pioneiros da
cidade, um dos maiores agropecuarista de Goiás”
Caro Nilson Gomes
Eu como formado em Letras também, reconheço que não é fácil escrever ainda mais com qualidade.
Sobre sua matéria em que cita de forma tendenciosa e com várias situações infundadas na fala, venho firmado na verdade, lhe contar algumas coisas.
O senhor se esquece que Zé buriti não é um mero revendedor de motos, foi um dos pioneiros da cidade, um dos maiores agropecuarista de Goiás além também de participar efetivamente da política goiana, sendo reconhecido por aqueles que sem demagogia conhecem a história da cidade.
Não ia nem citar o que diz a meu respeito, tão baixo, de todo interesse não é mesmo? A matéria sai de acordo com a conveniência da situação que lhe é favorável.
Sobre o meu respeito, fui um dos candidatos mais jovens de Goiás com nem 20 anos de estrada, já era presidente da Rede, partido que ajudei a fundar no estado, levando várias das assinaturas do vale do São Patrício para a consolidação do partido.
Minha campanha defasada de apenas um mês não tive escolha era manter por mais que havia voltado pra Ceres há pouquíssimo tempo, semanas. Com dignidade tive os votos que recebi, com corações de esperança em 2016.
Tendo em vista minha história e minha cidade eu tenho orgulho, hoje, mais de meia década depois, sou Neuropsicopedagogo atendo em Goiânia, em Ceres e também Gestor da faculdade Unifatecie.
Vc não conhece as pessoas pelas quais se referiu, sinto muito por isso, sinto também pela sua desonestidade intelectual.
Tenta de forma rasteira, desqualificar, mas jamais irá suprir a honestidade e a moral pela qual se referiu. Vida que segue, eu acredito na humanidade, todos podem progredir, inclusive você que se diz conhecedor de política mas utiliza subterfúgios de 3 eleições atrás para de forma tendenciosa acreditar que iria menosprezar alguém, não meu caro, para quem, no seu caso tem processos na justiça por espalhar mentiras na internet, pra quem já trabalhou perto de congressista cassado, que nem convém citar, ou até mesmo para aquele que se lançou pré candidato mas não teve apoio nem da própria equipe, fica fácil falar coisas que lhe vem a mente sem nenhum fundamento, não é mesmo? Cada um sabe a cruz que carrega, e no mais lhe desejo harmônia.
Fraterno abraço,
Alexandre França