Dois políticos podem ser considerados as grandes revelações políticas de 2024: Márcio Corrêa, de Anápolis, e Wellington Carrijo, de Rio Verde.

Márcio Corrêa, do PL, é dentista (com doutorado) e empresário. Wellington Carrijo, do MDB, é médico. Os dois são, curiosamente, da área de saúde. O primeiro tem 44 anos e o segundo tem 36 anos.

Os dois políticos representam cidades com peso na formatação do PIB de Goiás. Anápolis tem o segundo maior PIB. O PIB de Rio Verde é o quarto do Estado.

Na disputa pela Prefeitura de Anápolis, Márcio Corrêa saiu de bem de trás, enfrentando um candidato, Antônio Gomide, do PT, que parecia invencível. O petista aparecia, no início, com mais de 50% das intenções de voto.

Entretanto, desde o início, com uma autoconfiança incrível, Márcio Corrêa dizia que poderia vencer o petista, desde que organizasse um grupo político forte. Ele montou o grupo, se filiou ao PL, atraiu o ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Wilder Morais e o ex-deputado federal Major Vitor Hugo para a campanha e não rompeu com o vice-governador Daniel Vilela, de quem é amigo.

Márcio Corrêa foi crescendo e, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, deve ir para o segundo turno na frente de Antônio Gomide. Ele surpreendeu, mas pelo trabalho em tempo integral, pela vontade de gerir Anápolis.

Wellington Carrijo/Rio Verde

No quarto mais rico município de Goiás, também o quarto em eleitorado, Rio Verde, o médico Wellington Carrijo também saiu lá de baixo, com menos de 5% das intenções de votos, e, em pouquíssimo tempo, estava em primeiro lugar, à frente de um político experimentado, Lissauer Vieira, do PL, e de outros dois políticos com relativa experiência, Osvaldo Fonseca Júnior, do Republicanos, e Karlos Cabral, do PSB. Daniel Câmara, do partido Novo, aparece em último lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Aos poucos, Wellington Carrijo foi subindo e, de acordo com as pesquisas, deve ser eleito no domingo, 6.

Por que Wellington Carrijo deixou para trás políticos como Lissauer Vieira e Osvaldo Fonseca Júnior, que nada têm de neófitos? Por quatro motivos. Primeiro, porque tem o apoio do prefeito Paulo do Vale, do União Brasil. Trata-se do maior general eleitoral de Rio Verde e do Sudoeste. Segundo, por seus próprios méritos, porque é um médico e cidadão respeitado no município. Terceiro, porque conquistou um vice do Agro, Walter Baylão, do União Brasil, que contribuiu para neutralizar os demais candidatos. Quarto, porque propôs, na campanha, a modernização continuada de Rio Verde.

Pode-se  sugerir que a escolha de Wellington Carrijo e de Walter Baylão, um feito de Paulo do Vale, com o apoio do deputado Lucas do Vale e de um emedebista-danielista, Manuel Cearense, resultou de uma estratégia de rara inteligência e perspicácia. Enquanto a oposição se dividia, com quatro candidatos, o grupo de Wellington Carrijo se manteve unido e ampliou a aliança. (E.F.B.)