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Friboi (priemiro à direita) deve começar périplo pelo interior para iniciar a organização de candidaturas para prefeito | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção

Trava-se uma guerra surda pelo controle do PMDB de Goiás. De um lado, o grupo do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela — do qual participam o empresário Júnior Friboi, o deputado federal eleito Daniel Vilela, os deputados federais Leandro Vilela e Pedro Chaves e o prefeito de Jataí, Humberto Machado. Ma­guito, que fala em nome do grupo, insiste que, para sobreviver, o PMDB precisa se renovar, e já. Do outro lado, o grupo de Iris Rezende trabalha, em tempo integral, para travar a renovação.

Recentemente, Iris Rezende convocou Samuel Belchior para uma conversa. O deputado estadual avisara-lhe que, a partir de 2015, iria cuidar de seus negócios — loteamentos que valem milhões de reais — e que deixaria a presidência do PMDB em março, abrindo espaço para a disputa pelo comando. O ex-prefeito de Goiânia fez um apelo veemente ao jovem líder peemedebista: “Não renuncie”. Ante o apelo, feito com olhos lacrimejantes, Samuel Belchior decidiu continuar na direção do partido até o final de 2015, quando será realizada eleição para a presidência do Diretório Regional do partido.

A tese de Iris Rezende: se a disputa fosse feita em março, no calor de sua derrota para o governo — seu terceiro fracasso eleitoral —, tendo ficado com a imagem de que não permite a renovação, ele seguramente perderia o controle do partido para o grupo de Maguito Vilela-Júnior Friboi. O deputado Daniel Vilela provavelmente seria eleito presidente do PMDB. Se isto acontecesse, na opinião do irismo, Iris Rezende não conseguiria se candidatar a prefeito de Goiânia ou indicar seu possível candidato.

Mas é provável que Iris Rezende tenha apenas adiado sua derrocada no partido. Porque, a partir de 2015, com a ida de Daniel Vilela para a Câmara dos Deputados e em decorrência de Iris Araújo deixar de ser deputada federal, vai se tornar, politicamente, mais frágil. Seu grupo não tem nenhum deputado federal. O grupo de Maguito Vilela tem dois deputados federais, Daniel Vilela e Pedro Chaves, além dos prefeitos de Aparecida de Goiânia e de Jataí. Em termos nacionais, Iris Rezende praticamente não contará, e isto vai influenciar localmente.

O grupo de Maguito Vilela-Júnior Friboi projeta o seguinte cenário: impedir que Iris Rezende seja candidato em Goiânia, ou lance um nome de seu grupo, e bancar nomes consistentes tanto na capital quanto em Aparecida de Goiânia. Ao mesmo tempo, o empresário, com apoio de Maguito Vilela e Daniel Vilela, vai começar um périplo pelo interior para iniciar a organização de candidaturas para prefeito nas principais cidades do Estado.

Se Iris Rezende conseguir disputar a Prefeitura de Goiânia, Júnior Friboi vai buscar abrigo noutro partido, como o Pros. Porém, se o empresário se tornar figura dominante do partido, cacifando-se para a disputa do governo de Goiás, em 2018, o ex-prefeito vai, aos poucos, se afastar, abrindo até a possibilidade de desfiliar-se.