Izalci Lucas pode ser vice de Leila Barros na disputa pelo governo do Distrito Federal?

19 setembro 2021 às 00h00

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O senador parece perceber que sua principal adversária é a senadora, e não Ibaneis Rocha, por isso a quer na vice
Aliados do senador Izalci Lucas, do PSDB, conseguiram “plantar” uma nota “inteligente” na coluna “Radar”, da revista “Veja”. A rigor, o editor da coluna não falhou, pois, afinal, se trata de uma “ótima” informação: a senadora Leila Barros (Cidadania), a Leila do Vôlei, “vai” ser a vice do tucano na disputa pelo governo do Distrito Federal.
Juntos, de fato, são imbatíveis. Izalci Lucas e Leila Barros são políticos respeitáveis em Brasília. Leila Barros pode vencer o governador Ibaneis Rocha, do MDB? Pode. No segundo turno. Izalcy Lucas pode derrotar o emedebista? Pode. No segundo turno.

Porém, juntos, Izalci Lucas e Leila Barros podem ganhar de Ibaneis Rocha já no primeiro turno.
Portanto, há lógica na nota do bem-informado e qualificado Robson Bonin, editor da “Radar”.
Mas, às vezes, há falta de lógica na própria lógica. Por que Leila Barros, talvez mais popular do que Izalci Lucas, não pode tê-lo como vice na disputa para o governo do Distrito Federal em 2022? Citá-la como vice, sem acrescentar que se pode ser vice da senadora, é, de alguma maneira, uma maneira de desmerecê-la.
Digamos que Izalci Lucas seja eleito governador em 2022, com Leila Barros na vice. Quando chegar 2026, o tucano tende a ser candidato à reeleição. Leila Barros terá ficado oito anos fora dos holofotes, no segundo plano, às vezes sem nenhuma participação no governo. Quando chegar 2030, talvez não seja mais lembrada e é possível até que, se for reeleito, Izalci Lucas não a apoie.

Finalmente, outra pergunta crucial: por que uma política do nível de Leila Barros, respeitada no Congresso e em Brasília, vai trocar o mandato de senadora para ser vice? Não há, seguramente, nenhuma lógica.
Ibaneis Rocha, mal avaliado, parece acreditar que a estrutura da máquina pública e sua estrutura pessoal — é milionário — vão garantir sua reeleição. Estrutura de fato pesa em eleição, mas às vezes não é suficiente. O fato de Izalci Lucas trabalhar para ter Leila Barros na vice talvez signifique que esteja percebendo que seu grande adversário não é Ibaneis Rocha, e sim a jovem senadora.

Fala-se também que a ministra Flávia Arruda (PL) pode disputar o governo. Mas, quem sabe orientada pelo marido, a raposa José Roberto Arruda, ela praticamente nada fala, esperando um “clarão” do quadro político. Consta que é o nome preferido do presidente Jair Bolsonaro, mas, a um ano da eleição, chegou a hora de se posicionar. Não pode ficar esperando Ibaneis Rocha se desgastar ainda mais para se apresentar aos eleitores. Um aliado afirma que, se Ibaneis Rocha melhorar — com os pacotes de bondades típicos do último ano de governo —, a tendência é que dispute mandato de senadora ou de deputada federal.