Iris Rezende (governo), Júnior Friboi (vice-governador) e Antônio Gomide (senador): esta a chapa dos sonhos do primeiro | Fotos: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção
Iris Rezende (governo), Júnior Friboi (vice-governador) e Antônio Gomide (senador): esta a chapa dos sonhos do primeiro | Fotos: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção

No início, em algumas esferas, acreditava-se que Iris Re­zende, que se apresentou como pré-candidato a governador de Goiás pelo PMDB, na semana passada, e Júnior Friboi estavam jogando, com o objetivo de conquistar mídia positiva para a oposição. Na verdade, os dois peemedebistas e seus respectivos grupos estão em confronto aberto. É possível, até, que aquele que perder na convenção passe a apoiar outro candidato. Por isso, o irismo quer retirar Friboi do páreo o quanto antes, para evitar traumas, oferecendo-lhe a vice. Friboi, ante a oferta, levada pelo ex-senador Mauro Miranda e pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, respondeu com uma nota dura, sugerindo que vai disputar a convenção e que, sob o comando de Iris, o PMDB perdeu quatro vezes para governador e está há 16 anos fora do poder. A nota foi vista por alguns como um rompimento e, sobretudo, como afirmação de que está no páreo e que não se intimidou com o lançamento de Iris. “Friboi vai pagar para ver e, enquanto isso, vai continuar seu intenso trabalho no interior”, afirma um deputado.

Hábil no manejo do jogo político, Iris, se possível, quer montar uma chapa com Friboi na vice e Antônio Gomide (PT) para senador. O irismo avalia que, se participar da chapa majoritária, Gomide esvazia o governador Marconi Perillo em Anápolis. O município tem sido, nas últimas eleições, um reduto marconista. (Há quem aposte que Gomide “esvazia” muito mais se for candidato a governador — daí setores peemedebistas defenderem que sua candidatura, longe de ser negativa, é positiva para as oposições.)

Há outro aspecto discutido pelo irismo. Avalia-se que, com a definição de Iris, a partir de agora Friboi tende a cair nas pesquisas, desidratando-se até ao ponto da inanição. Percebendo a possibilidade, Friboi gostaria de convocar prévias para definir agora o nome do candidato do PMDB. Até a convenção, que será realizada em junho — até o dia 30, uma segunda-feira —, daqui a 85 dias, Júnior, se Iris continuar crescendo nas pesquisas, ou estabilizando-se no pico, dificilmente convencerá o peemedebismo a apoiá-lo, mesmo tendo muito dinheiro para pôr na campanha.

Integrantes do PMDB afirmam que, se Iris crescer nas próximas pesquisas, “bye, bye, Friboi”. Os aliados de Friboi contrapõem: os índices de 30% a 35% são do PMDB, não de Iris. O irismo discorda: o percentual seria mesmo de Iris. Os iristas dizem que, mesmo quando o nome de Iris é retirado da pesquisa, Friboi não chega a 15%. Portanto, o índice mais alto pertence a Iris e não ao peemedebismo — ao menos é a avaliação do irismo. Teme-se que, com um Friboi fragilizado, Marconi seja eleito no primeiro turno.