Em Porangatu uma única família tem três pré-candidatos a prefeito
19 abril 2020 às 00h00
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Os Valadares apresentam três nomes: Eronildo, Givago e Vanuza. Qual deles vai para a disputa: o pai, a mãe ou o filho?
Em Porangatu, cidade-polo do Norte goiano, uma única família tem três pré-candidatos a prefeito. Curiosamente, os três são consistentes — respeitados na cidade — e qualquer um tem chance de ganhar a eleição.
O empresário Eronildo Valadares é pré-candidato pelo DEM e já foi prefeito (pelo MDB). A diretora da Ceasa, Vanuza Valadares, é pré-candidata do Podemos. Ela já foi deputada estadual. O engenheiro civil Givago Valadares pertence aos quadros do Democratas.
Ocorre que os três não podem ser candidatos a prefeito na eleição de 4 de outubro (ou de novembro) deste ano. Porque Givago é filho do casal Eronildo e Vanuza Valadares. E Vanuza e Eronildo Valadares são, civilmente, casados.
Ouvidos pela reportagem do jornal, cinco políticos da cidade propuseram interpretações parecidas, sintetizadas a seguir. No momento, na base do governador Ronaldo Caiado, há o temor de que Eronildo Valadares seja derrotado por Márcio Luis da Silva, do MDB, que está agregando políticos de várias correntes e empresários que querem renovação na política e na administração locais. Já Vanuza Valadares, por sua baixa rejeição, é vista como alternativa, como mais leve para o eleitorado. Prevalece, porém, o comentário de que o marido não permite sua candidatura. Ele estaria alegando para correligionarios que não será “atropelado” por “forças externas” à política de Porangatu. Mas poderia bancar o filho, Givago Valadares.
Givago Valadares tem paixão por política e assessora o senador Luiz Carlos do Carmo, do MDB (talvez a caminho do PSC, do PSD ou do DEM). Num vídeo sobre Porangatu, mostra-se um jovem moderno, arrojado. Sua candidatura poderia reduzir o impacto da candidatura de Márcio Luis, que se apresenta como a verdadeira renovação tanto em termos políticos quanto administrativos.
Mas Givago Valadares vai mesmo para a disputa? Há três interpretações. Primeira: a família estaria preparando o engenheiro para disputar mandato de deputado estadual em 2022. Segunda: a família pode bancá-lo para sugerir ao eleitorado que é adepta da renovação, da modernidade. Terceira: tudo não passaria de um balão de ensaio, pois, no final, o candidato “será” mesmo Eronildo Valadares — que, sim, quer disputar e já articula em toda a cidade (só estaria trabalhando menos devido à pandemia do novo coronavírus). Há quem aposte que seria melhor bancar Givago Valadares agora, pois, mesmo se perder, ficaria conhecido do eleitorado e teria mais chances de postular uma vaga na Assembleia Legislativa na disputa de 2022.
Qual interpretação é mesmo a verdadeira? No momento, não se sabe. Mas uma candidatura de Givago Valadares — que tem um discurso renovador e bem formulado — pode mesmo mexer com os humores dos eleitores de Porangatu. Poderia, por exemplo, empolgar a juventude…