Eleitor de Goiânia pode apostar no novo com fama de gestor ou no outsider incontrolável
29 agosto 2015 às 15h01

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Um pesquisador experimentado disse ao Jornal Opção que seu instituto está fazendo pesquisas em várias regiões do Estado, como o Entorno do Distrito Federal, e que está surpreso com os resultados. Ele sublinha que os eleitores estão mais desencantados do que nunca com os políticos. O desencanto é antigo, admite, mas agora piorou. Em alguns municípios, mesmo na pesquisa estimulada, com a apresentação dos nomes dos pré-candidatos, o percentual de indecisos ou de eleitores que não querem votar em ninguém supera o de qualquer político.
A informação sugere o quê? Sobretudo que aqueles políticos que se apresentarem de modo tradicional, que se sentirem “donos” do eleitorado, podem ser derrotados de maneira surpreendente. Um político como Iris Rezende, que tende a se considerar como “senhor absoluto” da maioria dos eleitores de Goiânia, pode ser surpreendido por algum fenômeno novo.
Em 2016, se o quadro continuar de pessimismo exacerbado, é possível que ocorrem dois fenômenos — com a prevalência de um deles.
Primeiro, o eleitorado, cansado dos políticos tradicionais, pode eleger um outsider — incontrolável, supostamente avesso a conchavos — ao estilo do deputado federal Waldir Soares (PSDB), mesmo sabendo que não tem experiência administrativa e que terá dificuldade com a montagem de uma base parlamentar.
Segundo, os eleitores podem optar pelo novo, mas não o novo pelo novo, e sim o novo com experiência de gestão. O que tende a favorecer o presidente da Agetop, Jayme Rincón (PSDB). Responsável pelas principais obras do Estado, inclusive em Goiânia, Rincón tem paixão por política, mas é essencialmente um gestor eficiente, daqueles que sabem arrancar as ideias do papel e transformá-las em obras. Rincón, por sinal, é candidatíssimo.
Uma vitória de Iris Rezende (PMDB) ou de Vanderlan Cardoso (PSB) não consagra a renovação, e sim uma aposta na tradição, quer dizer, em gestores que, quando eleitos, funcionaram.