O campeão mundial de voleibol diz que não desiste nunca e aposta numa virada de Daniel Vilela na disputa pelo governo de Goiás

Foto: divulgação

Localizado pelo Jornal Opção em Rio Verde, Dante Guimarães Santos do Amaral, o Dante do Vôlei, de 38 anos (o aniversário é no domingo, 30), ao ser perguntado se estava bem, respondeu, bem-humorado: “Melhor do que quando eu estava jogando”. Na verdade, a paixão deste goiano de Itumbiara é o vôlei, esporte pelo qual foi campeão mundial. Era tão bom nas quadras que colegas avaliavam que o esporte ficaria mais bem explicado se seu nome fosse mudado para “Dantôlei”. Amigos, quando ele aparecia, diziam: “Chegou o Vôlei”. Sim, com “V” maiúsculo. Quando o Brasil ficou pequeno para seu imenso talento, mudou-se para o exterior, onde viveu 13 anos. Jogou na Itália, Grécia, Rússia e Japão. Mesmo para os padrões europeus, é, com seus 2,2m, um gigante. Mas espantosa mesmo era a qualidade de seu vôlei.

Escalado para disputar mandato de deputado federal pelo MDB, o jogador adotou o nome Dante do Vôlei. O candidato do MDB a governador, Daniel Vilela, brinca: “O ideal é que o nome fosse outro — ‘Vôlei do Dante’”. Faz sentido, porque não há como contar a história do voleibol, no Brasil e no mundo, sem mencionar Dante como protagonista.

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Em Rio Verde, Dante do Vôlei conversava com eleitores e eleitoras, sempre assediado por todos. Muitos exigiam autógrafos e outros pediam para fazer fotos com o ex-jogador. Atencioso, mereceu comentários elogiosos de políticos e populares. “É um craque também da política”, disse um vereador. Na quinta-feira, 27, fez campanha em Rio Verde e, de lá, foi para Acreúna. Estava em companhia de Vanderlan Cardoso, candidato a senador, e Maguito Vilela, pai de Daniel Vilela. “Uma turma de feras”, disse. “Estou feliz. Porque a política abre uma porta, bem larga, para ajudar todas as pessoas, principalmente as mais necessitadas.”

“A campanha é acirrada e estou trabalhando muito”, afirma Dante do Vôlei. Aprendeu a fazer discursos, fala com simplicidade e precisão. Até por pertencer a uma nova geração de políticos, a de Daniel Vilela, que tem 34 anos, o ex-atleta não é adepto do discurso populista. Aprecia a clareza e a franqueza.

Dante do Vôlei, disputando com raposas da política — Delegado Waldir Soares (PSL), Flávia Morais (PDT), Jovair Arantes (PTB), Demóstenes Torres (PTB), Giuseppe Vecci (PSDB), João Campos (PRB), Magda Mofatto (PR) —, avalia mesmo que será eleito? “Vou responder como atleta: ‘Com muito esforço, acredito que serei eleito’”, disse, rindo. “Mesmo na política, raciocino como atleta: quero ganhar sempre.”

Quando e por que Dante do Vôlei decidiu ser político? “Quando anunciei minha aposentadoria [o ex-jogador admite que alguns colegas já começavam a chamá-lo de “vovô”], em fevereiro deste ano, em Taubaté, senti que precisava de outra atividade, sobretudo de uma atividade em que é possível fazer o ‘bem’ para as pessoas. Sou amigo de Daniel Vilela desde quando ele jogava no time do Goiás ao lado de meu irmão Bruno. Os dois são amigos até hoje. Um dia, Daniel me liga e me convida para ser candidato a deputado federal. Nem pensei muito, e logo aceitei.”

Ao aceitar ser candidato a deputado federal — uma eleição difícil, o postulante precisa obter em torno de 100 mil votos —, Dante do Vôlei frisa que pensou assim: “Quero retribuir o carinho do povo goiano, que me prestigiou nos meus 23 anos de carreira. Quero fazer algo mais”. Os eleitores estão receptivos? “Sinto a indiferença popular com relação aos políticos tradicionais, mas não comigo.”

Dante do Vôlei, seus pais e seus irmãos moram em Itumbiara (há quem aposte que Daniel Vilela vai bancá-lo para prefeito em 2020). “Meu pai, Roberto ‘Careca’, e minha mãe, Emiliana, moram na mesma casa até hoje. Ele, de 64 anos, é professor de Educação Física.” O ex-atleta afirma que Itumbiara “clama por um deputado federal da cidade”.

Mesmo admitindo que Ronaldo Caiado, candidato do DEM a governador, lidera as pesquisas de intenção de voto, Dante do Vôlei aposta numa virada. “A vida ensina que as coisas podem mudar. Daniel Vilela é o político que representa de fato a renovação da política em Goiás. Ele pensa como eu: a gente não recua. Nós vamos até o fim com o pensamento de que podemos virar o jogo e ganhar a disputa.”.

Apaixonado pelo Flamengo e pelo Itumbiara, Dante do Vôlei diz que torce para que os times goianos — Vila Nova, Atlético e Goiás — voltem à série A. “Se eleito, vou ser um incentivador do esporte. Minha prioridade vai ser esporte, educação e saúde. Quer lutar para ocupar, de maneira qualitativa, o tempo das crianças e dos adolescentes. Quadras poliesportivas de qualidade, com professores qualificados, contribuem para integrar as crianças e adolescentes e não raro para impedir que fiquem nas ruas.” (Euler de França Belém)