Candidatos a deputado estadual e federal, aqueles que esperam ser carregados pelas legendas, têm de ficar atentos à mudança

As regras eleitorais mudaram, mas alguns políticos, preocupados com as ditas questões cruciais — por exemplo, o fim das ligações proporcionais (dribladas com a possibilidade das federações partidárias) —, não estão se atentando para questões que tratam como filigranas, mas são.

Veja-se um exemplo: na eleição de 2018, o Major Vitor Hugo foi eleito com uma votação ínfima — 31.190 votos. Porém, como o deputado federal Delegado Waldir Soares foi eleito com 274.406 votos, o militar foi arrastado pelo companheiro de chapa. Foi “mochilado”, como os políticos dizem.

Em 2022, tal fato não se repetirá, porque as regras mudaram. A linha de corte agora é de 20%, quer dizer, só vai eleito o candidato a deputado que obtiver ao menos 20% do quociente eleitoral. Se não atingir, o candidato não será eleito. Mesmo se o partido tiver sido bem votado. Portanto, pela nova regra, Major Vitor não seria eleito, se obtivesse apenas 31 mil votos. (É evidente que, se for candidato a deputado federal em 2022, o militar reformado terá muito mais votos, porque ampliou suas bases no interior e tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Mas ele tem dito que pretende disputar mandato de governador ou senador.)