Cientistas da Escócia dizem que não há uma nova cepa do novo coronavírus. “Só há um vírus”
07 maio 2020 às 11h43
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“Não houve nenhuma grande mutação no SARS-CoV-2 e as conclusões a que chegaram os pesquisadores de Sheffield e Los Álamos não são corretas”
Sabe-se muito sobre o novo coronavírus, o que não é equivalente a saber tudo. Por isso pesquisas vão corroborar ou contradizer pesquisas. A partir de certo momento, vai prevalecer uma tese, ou algumas teses, a respeito do vírus que já contribuiu para matar mais de 200 mil pessoas em todo o mundo — quase 9 mil delas no Brasil. Mas, enquanto não se chega a um consenso, as pesquisas são, no geral, “preliminares”. Pesquisa do Laboratório Nacional de Los Álamos, nos Estados Unidos, concluiu que a cepa dominante do novo coronavírus — em todo o mundo — é uma variante mais “agressiva” do vírus que surgiu em Wuhan, na China (a Universidade de Sheffield concorda com a tese). Os cientistas americanos alertam que os laboratórios que estão trabalhando para formular uma vacina contra a Covid-19 têm de levar em consideração a nova informação.
A informação divulgada pelos pesquisadores americanos ganhou repercussão internacional, ante a gravidade do que expõe. Mas também gerou contestação. Pesquisadores da Universidade de Glasgow contestam a pesquisa vulgarizada por Bette Korber e outros cientistas dos Estados Unidos. Segundo reportagem publicada no jornal “ABC”, da Espanha, os pesquisadores da Escócia sustentam que “não houve nenhuma grande mutação no SARS-CoV-2 e que as conclusões dos pesquisadores de Sheffield e Los Álamos não são corretas”. Mas admitem que também descobriram mutações no vírus, mas demasiado pequenas, o que “não” possibilita a geração de uma nova cepa.
O estudo da Universidade de Glasgow — publicado na revista “Virus Evolution” — conclui que “só há um tipo de vírus circulando, e não vários”. O cientista Oscar MacLean, chefe da equipe que produziu a pesquisa, sublinha que “a análise evolutiva mostra que a ideia de que existem vários tipos de vírus é infundada”.
Oscar MacLean frisa que “a mutação D614G, que afeta a espícula do vírus, não tem um efeito importante no comportamento do vírus”.
Leia a reportagem sobre a pesquisa da Universidade de Los Alamos
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