COMPARTILHAR

A escolha de um nome interno é a mais sugerida. Mas a sociedade pode pressionar por um nome externo

Rodrigo Maia, do DEM, é cotado para a Presidência da República | Foto: Luiz Macedo/ Agência Câmara

O Jornal Opção conversou com deputados federais a respeito dos possíveis candidatos a presidente da República na eleição indireta — caso Michel Temer renuncie ou seja cassado pela Justiça (há possibilidade de a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer ser cassada).

Jovair Arantes, do PTB, afirma que é cedo para avaliar, sobretudo porque Michel Temer continua na Presidência e sustenta que não vai renunciar. “No caso de afastamento, o mais provável é que alguém da Câmara dos Deputados, que representa 513 votos, mais do que os 81 do Senado, seja eleito para substitui-lo.” O petebista sugere que é muito difícil viabilizar o senador Tasso Jereissati (PSDB) e o ex-ministro Nelson Jobim. “A Câmara dificilmente bancará um senador.”

Giuseppe Vecci, do PSDB, diz que os nomes mais cotados são Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, Nelson Jobim e Jereissati. “Pode-se até não apreciar os nomes, mas são os mais citados.” Thiago Peixoto, do PSB, sugere que o Congresso deve optar por um nome interno. “A ressalva é que a sociedade vai ser dura e pode cobrar um nome externo, dado o desgaste do Legislativo. Rodrigo Maia é o nome interno favorito. Pessoalmente, prefiro um nome de fora. Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati geram uma polarização política que não é positiva.”

Thiago Peixoto frisa que o escolhido deve ser um líder capaz de “pacificar” o país, um político conciliador, e “avançar na agenda das reformas. Sei que é difícil escolher um nome de fora do Congresso, mas pode ser o melhor caminho”.

Uma dos problemas de Nelson Jobim é que, além de sócio do BTG Pactual (investigado pela Justiça), deu consultoria para empresas citadas na Operação Lava Jato. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do PSD, embora seja apontado como honesto e competente, foi presidente da holding J&F, que dirige a JBS-Friboi, da família do delator premiado Joesley Batista.

Alexandre Baldy (PTN) diz que as principais alternativas são Tasso Jereissati e Rodrigo Maia. “Mais ninguém”, frisa.

Fábio Sousa (PSDB) sublinha que o presidente escolhido por eleição indireta deve ser “um político que reúna respaldo popular e parlamentar. Deve ser alguém que, além de vivência, tenha passado ilibado. Ao mesmo tempo, deve ser alguém que não queira disputar a Presidência em 2018. Ou seja, trata-se de um político que entenda que sua missão história é apaziguar a nação. Não sei se a população vai acatar alguém da Câmara ou do Senado”.