Advogado Habib Tamer Badião recebe título de cidadão goianiense

05 abril 2014 às 09h28

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Advogado, professor de história e radialista será homenageado na quinta-feira na Câmara Municipal de Goiânia. Polêmico, o presidente da Confederação Nacional das Entidades Libano-brasileiras (Confelibra) é a favor do monarquismo e da pena de morte
O advogado, professor de História e radialista — ele participa de um programa na Sucesso FM — Habib Tamer Elias Merhi Badião receberá o título honorífico de Cidadão Goianiense na quinta-feira, 3, às 20h, na Câmara Municipal de Goiânia. A sessão solene foi proposta pelo vereador Anselmo Pereira (PSDB).
De família cristã maronita, Badião, como gosta de ser chamado, nasceu no Líbano, na cidade de Qantara, distrito de Akkar, norte do país árabe, em 1952. Aos 7 meses de idade chegou ao Brasil, no porto de Santos, a bordo de um navio italiano. Após desembarcar no litoral paulista, a família veio para Goiás, fixando-se em Inhumas (GO). Em 1954, mudou-se para Goiânia, mais especificamente no bairro de Campinas. Atleticano, ele ressalta que por onde passa, não esconde que é goianiense e que se orgulha de ter criado filhos e o neto na capital goiana. “Recebo com muito orgulho este título, pois sou goianiense. Fui criado na Campininha das flores, quando ainda era uma cidade à parte de Goiânia, separada pelo Lago das Rosas”, diz.
Seu primeiro emprego foi aos 8 anos, ajudando o pai, Tamer Elias Merhi, a vender roupas prontas que vinham de São Paulo. Aos 16 anos começou a dar aulas de Ciências em vários colégios. Em 1970, mudou-se para capital federal, onde cursou História na Universidade de Brasília (UnB). Em 1977 formou-se em Direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC). Casado com a advogada Eliane Aires Merhi, o casal é pai de dois filhos: Felipe Merhi e Tamer Merhi e avô de um neto.
Polêmico
Badião sempre foi uma figura polêmica em Goiânia. Em 1970 foi preso pelo Regime Militar por ser considerado subversivo e amargou dois meses de detenção por motivações políticas. Monarquista, ele defende a volta da família real dos Orléans e Bragança para a chefia de Estado do País, argumentando que dos 25 países mais ricos do mundo, 19 são monarquias parlamentares. “A Proclamação da República foi um golpe arquitetado pelo Pentágono [Quartel General das Forças Armadas dos Estados Unidos] para instaurar uma elite banqueira no comando do Brasil com influência americana. Hoje a presidente Dilma Rousseff não tem força para dissolver o Congresso Nacional, mas, se o sistema de governo fosse monarquista, o rei teria poder para dissolver este parlamento corrupto, comandado por banqueiros”, afirma.
Ele também defende a pena de morte para traficantes, assaltantes, estupradores, corruptos e homicidas. “Bandido tem é que morrer. Enterrado em pé, para não ocupar espaço”, dispara o bordão que o tornou popular e polêmico. Entusiasta da cultura e tradições árabes, principalmente a culinária, ele diz que é difícil separar o seu lado libanês do brasileiro. “O Brasil tem 8 milhões de descendentes de libaneses. Nós somos a nação dentro da nação. Somos dois povos que identificam com a alegria, festa e a família acima de tudo.”