Adriana Accorsi deve voltar ao jogo para disputar a Prefeitura de Goiânia

06 agosto 2023 às 00h02

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Delegada de polícia licenciada, a deputada federal Adriana Accorsi, do PT, é, ao lado do deputado federal Rubens Otoni, a principal referência do PT em Goiás. Em Brasília, é vista como “darling de Lula da Silva”. O presidente tem apreço pela parlamentar, que, além de proativa, é uma política decente e construtiva. Há pouco, numa visita a Goiânia, o vice-presidente Geraldo Alckmin virou-se para um político e disse: “Que menina despachada”. Referia-se, em tom elogioso, à parlamentar.
Há algum tempo, numa entrevista na redação do Jornal Opção, Adriana Accorsi disse que iria optar por ficar em Brasília, apoiando a governabilidade da gestão de Lula da Silva. O PT nacional a percebe como articuladora eficiente, sobretudo por ser agregadora e, por isso, não criar problemas para o partido na Câmara dos Deputados. Mas tudo indica que Lula da Silva tem nova missão para a parlamentar.
Aos 50 anos, a idade da razão, Adriana Accorsi gostaria muito de ficar em Brasília, porque o Congresso Nacional é uma universidade de política — onde se faz, em apenas quatro anos, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Mas, como líder e militante do PT, sabe que está a serviço do partido.
De acordo com um petista histórico, com militância em Brasília e no país, “Lula vai pôr Adriana Accorsi em campo para a disputa da Prefeitura de Goiânia”. Chegou aos ouvidos do presidente informações de que o ex-presidente Jair Bolsonaro está articulando em Goiânia e Anápolis, debaixo de suas barbas, com o objetivo de lançar candidatos nas maiores cidades do Estado.
Lula da Silva teria dito que vai fortalecer Adriana Accorsi, contribuindo para formatar uma frente política para sua campanha. A iniciativa visa também aumentar a musculatura do deputado estadual Antônio Gomide, que será o candidato do PT a prefeito de Anápolis no espectro da esquerda. O presidente teria chegado a examinar pesquisas de Goiânia e Anápolis. Estaria entusiasmado com os dois parlamentares.
Segundo a fonte petista, Lula da Silva, dado seu escasso tempo, vai concentrar suas energias políticas nas capitais e nas cidades com mais de 200 mil eleitores — onde há segundo turno. “A aposta de Lula é Adriana Accorsi, porém, embora ele não tenha mencionado a questão, por que não uma chapa com Ana Paula Rezende, do MDB, com o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira na vice? Aí se faria uma troca: o MDB indicaria o vice de Antônio Gomide em Anápolis. É possível? Não sei, mas são possibilidades. Em São Paulo, o PT vai apoiar o candidato do Psol a prefeito, o deputado federal Guilherme Boulos.”
A cúpula nacional do PT está mapeando a situação política das capitais em todos os Estados — assim como cidades que, mesmo não sendo capitais, têm um grande eleitorado, como, em Goiás, Aparecida de Goiânia (mais de 330 mil eleitores) e Anápolis (quase 300 mil eleitores). Cidades com segundo turno serão o foco do PT, o que não significa que cidades de médio porte e mesmo menores serão abandonadas. Não serão. Mas vai haver uma concentração mais ampla de esforços nas grandes cidades.

Depois de mapear as possíveis candidaturas, os articuladores do PT vão começar a operar a montagem de frentes políticas. “Nós sabemos que, em Goiânia, não basta firmar coligações entre PT, PSB e PC do B. Nós vamos buscar novos aliados, como o PDT e o MDB, que participam do governo federal. Insisto: o MDB está no nosso radar e lideranças locais e nacionais deverão abrir conversações com o vice-governador Daniel Vilela. Há poucos dias, ouvi do próprio Lula que ele era amigo de Maguito Vilela [pai de Daniel Vilela] e que chegaram a jogar bola juntos”, afirma o petista. “A disputa eleitoral em Goiânia é muito acirrada e, por isso, precisamos de uma aliança eleitoral altamente competitiva. Vamos entrar no jogo para ganhar, e não para fazer figuração”, assinala.
Um segundo petista disse ao Jornal Opção: “A rigor, não sei se Lula está pressionado Adriana Accorsi para ser candidata em Goiânia. Mas o que sinto é que ela mesma está se animando. Porque as pesquisas que seu capital eleitorado é alto. É a história do cavalo arreado na porta”. O repórter inquire: “Como fica o suplente de deputado federal Edward Madureira?” O membro do diretório responde: “Não sei. Mas o ideal, dado que nada de concreto se definirá agora, é que se mantenha no jogo, e continue dialogando com os membros do partido e de segmentos organizados da sociedade. Deve ficar no jogo, insisto. A candidatura dele está mais distante, mas quem sabe poderá ser vice da própria Adriana Accorsi. O fato é que o PT tem dois bons nomes para a disputa. Adriana Accorsi é mais política e Edward é mais gestor, ou seja, um bom somatório de forças”. (E.F.B.)