Se o presidente da Câmara dos Deputados cair, a próxima batalha será um ataque mortal contra o governo petista

Eduardo Cunha e Dilma Rousseff foto da Dilma Rousseff alx_3933406-high_original

Célio Rezende

Se os meios de comunicação forem zelosos na cobertura do “caso Cunha” e o final deste escândalo resultar na prisão do suposto “meliante”, a acusação petista, de que toda a mídia é seletiva, mentirosa e visa exclusivamente promover o “golpe”, perde o sentido. Afinal, Cunha é tido como o algoz número um da presidente Dilma Rousseff, do PT. Mais inimigo até do que os próprios líderes do PSDB e do DEM.

Parece que os “companheiros” petistas não entenderam este jogo primário do xadrez político ou estão atordoados. Eles estão fazendo uma campanha pesada nas redes sociais para que a grande mídia amplie a sua cobertura no calvário do moribundo presidente da Câmara dos Deputados — pensando apenas em desviar o foco da movimentação pró-impeachment.

Ora… É um “tiro no pé”. A mídia, que até então estava ficando chata e repetitiva, durante a cobertura desta interminável Operação Lava Jato, agora ganhou “de bandeja” a possibilidade de revitalizar os seus noticiários e robustecer a sua credibilidade. É claro que, com Cunha morto politicamente e o jornalismo dos grandes veículos capitalizando em cima do seu “cadáver”, a próxima batalha será um ataque mortal contra o governo petista, com amplo apoio e credibilidade popular. Eu não devia, mas estou ajudando.

Célio Rezende é publicitário com foco em marketing eleitoral.

[A foto acima é da revista Veja]