Por Yago Rodrigues

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Das vidas desfeitas pela ditadura de 1964 ao “mundo cão” das favelas cariocas

De autoria de um dos mais importantes ficcionistas brasileiros, o professor e arquiteto Helio Brasil, a obra reúne cinco novelas inesquecíveis para o leitor

Lançamentos

Livro Livrolanca De sangue vermelho, a plebeia Mare Barrow consegue um emprego no palácio real, onde descobre que tem um poder misterioso. Em meio aos nobres prateados, desencadeia uma dança fatal. A Rainha Vermelha Victoria Aveyard Seguinte R$ 34,90   Música Música O segundo álbum da banda brasiliense Scalene, o intitulado “Éter” enfim chega às prateleiras. Com influência de Muse, Queens of Stone Age e Radiohead, o grupo demonstra maior maturidade. Éter Scalene Som Livre R$ 24,90   Filme evereste Em 1996, dois grupos de alpinistas liderados por Rob e Scott se unem na tentativa de escalar o monte Everest, mas uma grande nevasca coloca a vida de todos em risco. Everest Diretor: Baltazar Kormakur Universal Pictures R$ 39,90

“Brasília 12 Ateliês” reúne importantes fragmentos da história da arte

[caption id="attachment_55541" align="alignleft" width="620"]Divulgação Divulgação[/caption] Com curadoria de Lêda Watson e Newton Scheufler, a coletiva “Brasília 12 Ateliês” reúne o trabalho de 12 artistas. São fragmentos da história das artes plásticas na capital brasileira, importantes referências e tradições resgatadas por eles, como Betty Bettiol, Darlan Rosa, Glênio Bianchetti (in memorian), Lelo, Luiz Costa, Marlene Godoy, Milan Dusek, Milton Ribeiro (in memorian), Omar Franco, Ricardo Stumm e Toninho de Souza. O resultado veio de visitas realizadas pelos curadores ao longo de três anos a diversos ateliês. As obras podem ser vistas na Galeria Principal da Caixa Cultural de Brasília, que fica na Asa Sul. A exposição comemora os 55 anos da capital e os 35 anos da Caixa Cultural. Com inauguração em novembro, a mostra chega às suas últimas semanas. A visitação é de terça a domingo, das 9h às 21h, e a mostra fica em cartaz até 17 de janeiro. Entrada franca.

Encontro de Bike na Praça Cívica

Em virtude dos feriados de Ano Novo e Carnaval, a Escola Bike Anjo realiza, nos meses de janeiro e fevereiro, as EBA’s no segundo domingo de cada mês. Se você ainda não participou ou não sabe o que é, se liga, pois no domingo 10 a equipe da escola se reúne a voluntários, que até mesmo disponibilizam algumas bikes para uma volta no anel interno da Praça Cívica. Você também pode levar a sua e vale lembrar que, para crianças menores de oito anos, é preciso levar a bicicleta. Gratuita, a inscrição é realizada no início da atividade, às 9h. Não esqueça sua garrafa d’água, protetor solar e um lanchinho, além, é claro, de roupas confortáveis e adequadas à atividade física.

Rocknbeats Vegas

O Centro Cultural Joana Dark, em Anápolis, vira palco da Rocknbeats “Férias em Las Vegas”. Realizada do dia 8 de janeiro, a festa, que já é sucesso em cidades como São Paulo, Salvador, Fortaleza e Maceió, promete o melhor de Vegas. Dentre as atrações, Roleta de Shots, Cassino Vale-Drink e Capela de Casamento. Ainda vai rolar luz fluorescente, tintas neon, glowsticks e painel de recados. Os ingres­sos antecipados custam R$ 15.

Rápidas

  • No segundo sábado de 2016, 9 de janeiro, a Disk 90 “Férias em Hogwarts” chega para animar muito a galera na Diablo Pub.
  • Com rodadas de cerveja amanteigada, feijões mágicos, Harry Bong, caça ao tesouro de Grifi­nó­ria e suco de abóbora alcóolico, a festa segue no em­balo dos hits dos anos 1990, além de brinquedos e doces.
  • E ainda vai ter concurso Máquina do Tempo em que você envia sua foto da década de 1990 e concorre a brindes. Os ingressos custam R$ 25, antecipados.

Playlist Opção

Bora descobrir quais as músicas da última playlist de 2015? É só dar play! magüeRbeS – Futuro Mariah Carey – Auld Lang Syne Mark Knopfler – Privateering Motley Crue – Shout at The Devil Motörhead – Ace Of Spades O Rappa – Eu Não Sei Mentir Direito The Beatles – Revolution The Piano Guys – Titanium / Pavane

“Deitei para repousar e ele mexeu comigo” continua em exposição no CCBB

[caption id="attachment_55174" align="alignright" width="620"]Exposição continua em Brasília | Divulgação Exposição continua em Brasília | Divulgação[/caption] A exposição “Deitei para repousar e ele mexeu comigo”, de Fábio Baroli, continua em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília (CCBB–DF). Com abertura no mês de abril, a exposição já foi apreciada por mais de 9 mil pessoas e, por isso, foi prorrogada até o dia 11 de janeiro. Com curadoria da crítica de arte e arte educadora Renata Azambuja, a mostra, que traz 112 obras do artista, tem como conceito a noção de percurso, história e memória. A exposição chega ao público por meio da experiência pictórica de Baroli, criada a partir do que ele chama de “antropomatutologia”, expressão que designa o conhecimento do matuto que abriga o conjunto de sua produção e alinha o recorte curatorial. São cenas diversas, íntimas, de amor e transgressão. A visitação é de quarta a segunda, das 9h às 21h. A entrada é franca.

A Sociedade Cavalieri na Caixa de Brasília

Após temporada em São Paulo, a exposição “A Sociedade Cava­lieri”, que teve abertura em novembro, continua em cartaz na Caixa Cultural Brasília até o domingo, 3 de janeiro. A mostra conta a história de uma sociedade secreta de artistas que, por mais de 300 anos, teria reunido em ateliês da Europa Ocidental alguns dos maiores nomes da arte de todos os tempos. Numa mescla de ficção e realidade, cabe ao público desvendar o que é verdadeiro da fábula. “A Sociedade Cavalieri” fica em exposição na Galeria Vitrine da Caixa no DF. A visitação é de terça a domingo, das 9h às 21h. A entrada é franca.

Guns N’Roses

Na noite do sábado, 2 de janeiro, a banda Nightrain, conhe­cida em Goiânia por sua qualidade e profissionalismo nos palcos, canta o melhor do grupo de hard rock formado em Los Angeles, na Califórnia, em 1985, Guns N’Roses. Nightrain promete embalar os clássicos do rock. A apresentação será realizada no recém-aberto Faroeste Rock Bar, que fica na Avenida C-182, no Jardim América. A festa começa às 20h. A entrada custa R$ 10 (valor sujeito a alterações).

Rápidas

- Nos dias 27 e 28 de dezembro, a escola Nadal Sfredo vira palco de batalhas do bom Rap goiano. Os grupos que se apresentam são Família Pobre Loko, D'sarme, Gaspar, The Lobus, Vagal Crew, Família Avr, Uinxame e Wu Thang Thug. - Além das rimas, um espaço será destinado ao grafitti e outro ao skate. Será realizado ainda um torneio de futsal e basquete. Os organizadores lembram do cuidado com o patrimônio e que não será respeitado pichação. A entrada é 1kg de alimento não perecível.

O Natal do Menino

[caption id="attachment_55114" align="aligncenter" width="620"]Reprodução Reprodução[/caption] Miguel Jorge Especial para o Jornal Opção Neste Natal, que não se percam as esperanças, mesmo entradas em melancólica desarmonia. Mesmo a se digladiarem entre o sim e o não, Abrir-se em alegrias para os sonhos que se têm para sonhar. Não se percam as vozes no sobrevoo de outras vozes, Dos que se crêem felizes com o princípio eterno do amar. Socorrem-nos as rezas a partir do agora. As comezinhas causas das cozinhas, a segurança de não mais sentir-se armado, Pois a realidade da vida é igual à própria vida. (o menino plantou uma árvore de Natal. Nasceram nela olhos mecânicos. Em um deles viam-se bombas, como que disfarçadas em pombas. Em outro, corações partidos, esvaziados de lembranças). - Vale mais o interior das pessoas, a horizontalidade dos dias, - O elo das flores, o virar das esquinas sem medo. - As alvas manhãs sem condenações. - As alegrias das casas, embora adversidades tantas. (O menino ficou imaginando: se plantasse outra árvore, o que nasceria dela? Era bem difícil adivinhar. Viria outro planeta em seu socorro? Alguém lhe traria de volta os patins que ontem lhe roubaram? As vozes voltariam cheias de calor?) Neste Natal, várias chaves abrirão novas portas, esperamos. Músicas, murmúrios, milagres a se renovarem, ausentes de qualquer surpresa. Pois, Natal é dar voltas ao mundo, é dar rimas ao universo, é iluminar com novas luzes velhas estrelas. (O menino fechou os olhos, alguém acendeu uma luz. Era o sonho que voltava, talvez a iluminar seu futuro. Havia coisas belas, figurações de anjos, campos de céus, e uma criança a sorrir na manjedoura). Neste Natal, precisa-se recorrer às harmonias das cores, todas elas. Esquecer as armas, mesmo as que se havia imaginado, que bombas são intervalos para pesadelos. (O menino ajoelhou e rezou. Não sabia por quem, ou para quem, mas orava. Estava diante dele mesmo a se dizer: que os homens, os deuses, as religiões não podem pesar-se em balanças. As almas se reconhecem, os corações abrigam-se nas cores que os céus apontam. O mesmo céu que dá vida às flores, nos intriga com seu silêncio). O menino não se lembrou de mais nada, nem mesmo dos patins. Sabia que a vida era cheia de atalhos. Não havia perturbações, nem desânimo em seu coração. Lá fora, as árvores arrebentavam-se em florações e quem por lá passasse certamente ergueria os olhos para elas. Certamente sorririam. Certamente não teriam mais pensares para absurdas geografias. Verdadeiramente o dia teria sido. Natal de 2015

Playlist Opção

Playlist Opção Um pouco mais cedo, a Playlist desta semana vem mais que especial. As canções natalinas são o desejo da equipe do Jornal Opção de um feliz Natal, fresquinho e cristalino que vem por aí. Boas festas, ao som, é claro, de boas músicas! The Beatles - Christmas time Coldplay - Christmas Lights Elvis Presley feat. Martina McBride - Blue Christmas Fifth Harmony - All I Want for Christmas Is You Mariah Carey feat. Michael Bublé - All I Want For Christmas Is You Pato Fu - Boas Festas Roupa Nova - Natal Todo Dia Slipknot - Spit It Out Garotos Podres - Papai Noel

Hoje, tudo apagado. Pegou fogo o Museu

[gallery size="full" type="slideshow" ids="55049,55050,55051,55048"] Yago Rodrigues Alvim Da tevê ligada, a fumaça. A moça disse que nem a Estação da Luz está aberta. Fecharam tudo, de certo até por luto. As madeiras do Museu da Língua Portuguesa se incendiaram. Lá dentro, as poesias de tinta nas paredes escorrem devido às chamas. Lembro-me, de uma memória não tão amarela assim, da primeira vez e ainda única que o visitei. Já com alguns bons anos nas costas, fui menino tardio. Conheci São Paulo já com 21. O que a mim mais encantou foram os tais encontros. Do que fala Caetano, nem era só a Ipiranga e a Avenida São João. Séculos atrás se abraçam às mais novas referências. O caos mistura tudo ali. Dá medo e foi o que senti. A passagem era única, em casa de amiga eu ficaria. Ela, que tinha a labuta de ir ao trabalho, comigo, só à noite poderia ficar. Guardei no bolso o sentimento bastardo, pois o vislumbre da descoberta era maior. Perambulei as ruas e foi o bendito o primeiro que visitei. Nítido, passa pelos olhos o momento que desci da condução e caminhei, com a mochila carteiro abraçada ao corpo, à Pinacoteca, lugar que visitaria na saída do Museu. Já na entrada, todo o embaraço seguia. Ainda assim, a câmera continuava a mão. Dos registros, pastas e pastas. Precisava que aquilo perdurasse, fosse como fosse. No ínterim, vez e outra me esbabacava pelo que só o tempo do olho apreendia. Ficou a lembrança de uma sala escura, de vozes que ainda escuto declarando-se sobre a vida — o que nada mais é a Literatura dos homens. Constelavam estrelas, pontinhos de luz versados. Hoje, tudo apagado. Pegou fogo o Museu. Sei como não, mas parei de escutar. A moça só gesticula em meio a fumaça. Foi a única, primeira-última vez? E as chamas continuam consumindo páginas e páginas de séculos atrás. Patrimônio incendiado. Cecília, acuda aos anjos. Pegou fogo o Museu. Brinquedos Incendiados * Uma noite houve um incêndio num bazar. E no fogo total desapareceram consumidos os seus brinquedos. Nós, crianças, conhecíamos aqueles brinquedos um por um, de tanto mirá-los nos mostruários — uns , pendentes de longos barbantes; outros, apenas entrevistos em suas caixas. Ah! Maravilhosas bonecas louras, de chapéus de seda! Pianos cujos sons cheiravam a metal e verniz! Carneirinhos lanudos, de guizo ao pescoço! Piões zumbidores! — e uns bondes com algumas letras escritas ao contrário, coisa que muito nos seduzia — filhotes que éramos, então, de M. Jordain, fazendo a nossa poesia concreta antes do tempo. Às vezes, num aniversário, ou pelo Natal, conseguíamos receber de presente alguns bonequinhos de celulóide, modesto cavalinhos de lata, bolas de gude, barquinhos sem possibilidade de navegação... – pois aquelas admiráveis bonecas de seda e filó, aqueles batalhões completos de soldados de chumbo, aquelas casas de madeira com portas e janelas, isso não chegávamos a imaginar sequer para onde iria. Amávamos os brinquedos sem esperança nem inveja, sabendo que jamais chegariam às nossas mãos, possuindo-os apenas em sonho, como se para isso, apenas, tivessem sido feitos. Assim, o bando que passava, de casa para a escola e da escola para casa, parava longo tempo a contemplar aqueles brinquedos e lia aqueles nítidos preços, com seus cifrões e zeros, sem muita noção do valor – porque nós, crianças, de bolsos vazios, como namorados antigos, éramos só renúncia e amor. Bastava-nos levar na memória aquelas imagens e deixar cravadas nelas, como setas, os nossos olhos. Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças queriam ver o incêndio de perto, não se contentavam com portas e janelas, fugiam para a rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. A elas não interessavam nada peças de pano, cetins, cretones, cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam pelos cavalinhos e bonecas, os trens e palhaços, fechados, sufocados em suas grandes caixas. Brinquedos que jamais teriam possuído, sonhos apenas da infância, amor platônico. O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um fumoso galpão de cinzas. Felizmente, ninguém tinha morrido – diziam em redor. Como não tinha morrido ninguém? , pensavam as crianças. Tinha morrido o mundo e, dentro dele, os olhos amorosos das crianças, ali deixados. E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos. Até que um dia também desaparecêssemos sem socorro, nós brinquedos que somos, talvez de anjos distantes! * Conto de Cecília Meireles.