Por Thiago Burigato
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, deve ser o ministro das Cidades do segundo governo da presidente Dilma Rousseff. Está praticamente confirmado. Mas o PP promete-lhe uma verdadeira guerra pelo cargo. O Ministério das Cidades é tido como um feudo do PP. Mas Dilma Rousseff garante que vai “desfeudalizar” seu segundo governo. Uma missão, diria Tom Cruise, praticamente impossível, dada a famosa governabilidade — sempre celebrada com cargos, grana e prosa.
Se depender do vice-presidente da República, Michel Temer, o deputado federal Pedro Chaves deve ser o próximo presidente do PMDB. Moderado, nada dado à ideia de caça às bruxas, é agregador e tem o respeito das bases.
O vice-presidente Michel Temer não quer derrotados no comando do PMDB goiano, sobretudo aqueles que vivem um quadro de amor permanente com as derrotas. Porém, para enfrentar o peso-pesado Iris Rezende, acredita-se que é preciso apostar noutro peso-pesado, como o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. O prefeito antes tinha receio de enfrentar Iris Rezende. Agora, está dando declarações fortes e, ao mesmo tempo, sensatas. Ele quer salvar o PMDB e a única forma de fazê-lo é afastar Iris Rezende do comando e das disputas eleitorais. O peemedebista-chefe se tornou um especialista em derrotas.
Uma coisa é certa: a turma que está no poder no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é “devagar quase parando”, afirmam os oposicionistas. “O Crea perdeu força nos últimos tempos, porque a gestão é burocrática, pouco atuante e chapa-branca. O prefeito Paulo Garcia (PT) autorizou a construção de edifícios em praticamente todos os lugares de Goiânia e o Crea não se manifesta”, afirma um engenheiro. “Em Goiânia, há um crime ambiental em quase todas as esquinas do Setor Bueno e o problema está se alastrando pelos setores Marista e Oeste. Dentro de pouco tempo, se o descontrole persistir, Goiânia não terá mais casas em vários setores — só prédios. É o que Paulo Garcia chama de sustentabilidade e nós, engenheiros e agrônomos, chamamos de sistema danoso ao meio ambiente”, afirma um integrante da oposição no Crea.
A cúpula nacional do PT não gostou de saber que o PT elegeu quatro vereadores e, devido à incapacidade de agregar do prefeito Paulo Garcia, perdeu três — Djalma Araújo (foi para o Solidariedade), Tayrone di Martino e Felisberto Tavares. Só Carlos Soares, embora crítico do petista-chefe, o apoia.
O PT nacional quer entender porque, no primeiro turno, o prefeito Paulo Garcia votou em Iris Rezende (para governador) e em Iris Araújo (para deputada federal) e não nos candidatos do partido. Um vereador escreveu um relatório amplo e vai encaminhá-lo à direção nacional, com detalhamento das razões (ou falta delas) pelas quais o prefeito Paulo Garcia trocou Antônio Gomide, desde o primeiro turno, por Iris Rezende. O líder político teria se tornado mais irista do que petista. Vai provocar escândalo.
Não procede que o mensaleiro Delúbio Soares vai assumir uma secretaria na Prefeitura de Goiânia. Trata-se de fofoca da oposição. Delúbio Soares, embora seja amigo íntimo de Paulo Garcia, avalia que, se assumir algum cargo, queima o prefeito petista do ponto de vista político. Quando não está preso, Delúbio Soares frequenta o apartamento de Paulo Garcia e vice-versa, mas têm um acordo para não aparecerem juntos publicamente.
Dois empresários, Ilésio Inácio Ferreira, da Construtora Consciente, e Helenir Queiroz, presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg), têm pretensões políticas. Ilésio Inácio Ferreira pode se filiar a um partido político — PT ou Pros — com o objetivo de disputar a Prefeitura de Goiânia. Consta que o empresário Júnior Friboi pode bancá-lo. Helenir Queiroz, cotada para assumir a presidência do Sebrae, é mencionada como possível candidata a prefeita em 2016. Consultada, afirma que não está disposta. Porém, quando seu nome é citado, fica lisonjeada.
O vereador Thiago Albernaz, do PSDB, disse a um líder político que, ante a possível candidatura de Jayme Rincón a prefeito de Goiânia, deve sair do páreo. Thiago Albernaz gostaria de ser vice de Jayme Rincón, mas admite que será difícil, porque os dois pertencem ao mesmo partido. A tendência é que o vice do presidente da Agetop pertença a outro partido, como PP, PTB ou PSD, para ampliar o tempo de televisão.
Policiais militares e civis começam a defender o nome de Frederico Jayme para a Secretaria de Segurança Pública. Delegados, agentes, coronéis, majores, tenentes, sargentos, cabos e soldados frisam que Frederico Jayme tem autoridade e respeita a ação dos policiais. “Frederico Jayme nunca fica ao lado dos bandidos”, diz um delegado.
Iris Rezende teria perguntado a Sandro Mabel se ele aceita ser seu vice na disputa para prefeito de Goiânia. Sempre escorregadio, Sandro Mabel teria desconversado. Mas ficou de pensar. Em 2016, o peemedebista-chefe terá 83 anos.
Paulo Garcia não teve condições de dar garantia a Iris Rezende de que bancará Adriana Accorsi como sua vice. A cúpula do PT regional vai enfrentar o paulo-garcismo e pretende bancar um candidato a prefeito em Goiânia, possivelmente Adriana Accorsi (Articulação) ou Humberto Aidar (PT Pra Vencer). Petistas mais abertos, e não submetidos ao populismo de Iris Rezende, rejeitam aliança com o PMDB de Iris Rezende. E perguntam: “Por que o PMDB não apoia o nosso candidato na capital?”
Quem quer uma presidente qualitativa na Câmara Municipal de Goiânia? Cristina Lopes, do PSDB, é o nome certo. Mas, como sublinha um vereador, a tucana não tem chance nenhuma de ser presidente. Porque não aceita esquemas e negociatas. Tempos horríveis em que os honestos são escanteados.
De um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE): “Se o conselheiro Kennedy Trindade pensa que vai controlar a presidente Carla Santillo, uma filha de Henrique Santillo, está redondamente enganado. Carla é indomável”.
Teme-se que o TCE se torne, doravante, um balcão de negócios. Não pela presidente recém-eleita, Carla Santillo, que é íntegra e rejeita participar de esquemas pouco católicos e de jogadas com empreiteiros. Há conselheiros seriíssimos. Mas pelo menos dois, quando passam perfume, o cheiro é de empreiteiras.