Por Redação

A maioria dos ministros que apoiou a anulação dos mandatos seguiu o voto do ministro Alexandre de Moraes, proferido inicialmente no plenário virtual

Eduardo Machado Alencastro Veiga, também conhecido como Goiaba, começou a tocar violão aos 14 anos. Vivendo na capital goiana a maior parte de sua vida, sempre se viu dividido entre a pulsante Goiânia e a mágica Chapada dos Veadeiros, onde parte da família vivia. As memórias dos anos iniciais da adolescência, se dividem entre as noites incríveis fazendo música em Goiânia e os banhos de cachoeira, onde o profundo silêncio da natureza conduzia novos sons para as produções que chegavam cristalinas à capital.
Foi assim por muito tempo. Um ir e vir danado. Participou de projetos diversos como a banda Gloom, que teve larga repercussão em Goiás, mas com o tempo reconheceu que seu caminho era solo. Quando entendeu isso, apresentou ao mundo o álbum “Tranquilo”, em 2017, com 10 faixas, que somam mais de um milhão e trezentos mil plays só no Spotify. O single Tranquilo tem mais de meio milhão de plays e subindo. O sucesso do primeiro trabalho também transformou Goiaba, junto à decisão de viver o êxodo urbano.
Goiaba mudou-se de vez para a Vila de São Jorge - um distrito de Alto Paraíso de Goiás na Chapada dos Veadeiros com pouco mais de mil habitantes - e se viu afastar da cena musical de Goiânia. Na capital, onde começou sua jornada na música, alguns amigos com quem trabalhou, quando questionados sobre o músico, diziam: “sumiu como Belchior”.
A história de Goiaba, no entanto, dá margem para outras reflexões. A primeira é que ter saído de Goiânia, onde o palco da música independente já é constituída em Goiás como indústria, talvez deixe quem vive em Goiânia com uma ideia muito distante do que acontece nos interiores: uma produção imensa e ainda mais potente.
Durante o período em que alguns diziam que Goiaba desapareceu, a música ficou ainda mais profunda. Dentre os projetos musicais que desenvolveu, estão a criação do Festival da Primavera (2018 e 2019) e o Festival de Música Autoral da Vila (2018 e 2019). Seu trabalho como diretor de palco da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, instituição realizadora do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros.
Goiaba produziu o single de Erê, "Velho Mandingueiro", o álbum "Todas as Plantas", de Clara Poema, fez a engenharia de som de Paula De Paula em seu novo trabalho, a produção do EP "Prazo de Validade" de Pôli Moraes, a produção de Conrado Pera no Ao vivo no Mirante da Janela. Goiaba também produziu os álbuns "João Canta Brandão", co-produziu o EP "Pra Ela" de Bruna Mendez. Atuou como guitarrista e violonista em diversas gravações nos álbuns "Massa Ativa", "Todo mar que nega a terra cede à sua calma" e por último, voltou a compor.
Em abril de 2025, Goiaba lançará um novo EP com quatro faixas, mas antes do lançamento oficial, “Plantare”, a sua música de trabalho, chega às plataformas digitais no dia 14 de março, trazendo uma profunda reflexão sobre o agronegócio que avança de modo ostensivo no cerrado brasileiro e, principalmente, no território da Chapada dos Veadeiros.
Outra discussão de “Plantare” é o direito ao cultivo da maconha. Goiaba defende em sua mais nova canção, que a descriminalização da maconha e sua regulamentação colocaria fim ao tráfico de drogas.
Na canção, o trecho "como pode proibir uma planta de existir" reforça uma posição importante do músico sobre a gigante contribuição medicinal da maconha para pessoas com diversos tipos de doença. E, em contrate a isso, a necessidade de autorização judicial para o plantio e consumo da maconha.
A produção autoral de Goiaba e o território
Diante de uma vida que acontece na Chapada dos Veadeiros, Goiaba se enxergou no meio do Brasil. "Um Brasil que não é tão carregado da cultura do entretenimento e propõe uma cultura mais popular, das roças e paisagens incríveis que evidenciam a força da natureza e do ser humano". Goiaba conta que "Plantare" é uma obra que começou em 2017, mas que só foi concluída em 2024. Um processo de criação com músicos diversos: Rayssa Almeida que criou gravou o baixo; Raphael Mosquito que criou e gravou a bateria; Zé Nigro que gravou o sintetizador e teclas; e Goiaba que finalizou com a letra, a voz e o violão. Goiaba conta ainda que sua música está mais madura e técnica.
"Plantare" é um single que faz parte do EP "Praga", que será lançado em abril, possível graças a aprovação no Fundo Estadual de Arte e Cultura, gerido pela Secretaria de Estado da Cultura e Governo de Goiás.

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Comitiva solicitou que Itamaraty organize encontro com embaixadores de diversos países que também têm relevância no setor de turismo religioso, como México, Portugal, Irlanda, Colômbia, Polônia

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por Abílio Wolney Aires Neto* e Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado**
O livro denso e farto em documentos de época, cuida das raízes históricas de Anápolis, que remontam ao século XIX, com registros de viajantes e naturalistas que documentaram suas impressões sobre a região. O naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, em 1819, descreveu a Fazenda das Antas como um engenho de açúcar em mau estado, mas com um rancho limpo e espaçoso. Outros viajantes, como Raimundo José da Cunha Matos (1824) e Francis Castelnau (1844), também mencionaram o Rio das Antas e a localidade adjacente como pontos de referência em suas expedições.
O marco oficial da fundação de Anápolis ocorreu em 1870, quando fazendeiros locais, como Camilo Mendes de Morais e José Inácio de Souza, doaram terras para o Patrimônio de Nossa Senhora de Santana, no Sítio do Monjolo. Em 1871, Gomes de Souza Ramos construiu a capela em homenagem à santa, cumprindo uma promessa de sua mãe. A devoção religiosa foi um fator importante para a coesão social e o crescimento do povoado.
Oscar Leal, em 1887, descreveu a então vila das Antas como um local isolado, com cerca de 800 habitantes, duas ruas principais, clima saudável e terras férteis. Apesar das limitações, como poucas lojas e tabernas, a região tinha potencial agrícola significativo. Em 1884, a vila passou a se chamar Campos Ricos, em alusão à fertilidade do solo, e foi elevada à categoria de Freguesia de Santana das Antas em 1873. Posteriormente, tornou-se vila em 1887, com instalação oficial em 1892.
A Comissão Cruls, em 1892, e figuras como Leopoldo de Bulhões reforçaram a percepção de Anápolis como um lugar promissor. Com terras férteis, a vila já produzia café, fumo e outros gêneros, e atraía comerciantes e tropeiros. Segundo o professor Joaquim Ferreira dos Santos Azevedo, Anápolis tinha elementos para se destacar em Goiás.
A movimentação de tropeiros ao longo do século XVIII contribuiu para o início do povoamento da região. Os rios João Cezário, Góis e Antas serviam como pontos de descanso e orientação. Fazendeiros e comerciantes se estabeleceram, desenvolvendo atividades econômicas e práticas religiosas antes mesmo da construção da capela. Desde 1833, já se realizavam festas em homenagem a Santana.
No entanto, foi apenas em 1871 que a construção da capela consolidou o povoado, que já contava com algumas casas e uma população crescente. A história documenta várias mudanças de nome para a localidade, refletindo o desenvolvimento da região: de Sítio das Antas e Bairro dos Rodrigues até Capela de Santana das Antas e, posteriormente, Freguesia de Santana dos Campos Ricos.
Em 1886, a localidade conhecida como Santana das Antas teve seu nome restabelecido e, em 1887, foi elevada à Vila de Santana das Antas. Em 1907, por meio da Lei nº 320, a vila foi transformada em cidade com o nome de Anápolis, sugerido pelo deputado Abílio Wolney. A origem do nome é destacada no artigo de Moisés Augusto de Santana, publicado em 1904 no jornal Lavoura & Comércio de Uberaba, Minas Gerais. Nele, Moisés afirma que foi o deputado Abílio Wolney quem sugeriu o nome “Anápolis” durante sua campanha para deputado federal em 1900, quando passava pela região. Moisés carinhosamente se referiu à vila como “Cidade de Ana”, uma homenagem à padroeira Santa Ana. O nome Anápolis agradou tanto que foi adotado oficialmente, consolidando-se como o nome da cidade. Esse fato foi corroborado por historiadores como Zoroastro Artiaga e Haydée Jayme.
No início do século XIX, viajantes já percorriam a região, destacando-se a fazenda de Manoel Rodrigues dos Santos, que em 1859 reunia casas e uma escola. A tradição conta que, em 1859, Dona Ana das Dores, ao perder um animal com uma imagem de Nossa Senhora de Santana, interpretou o ocorrido como um sinal divino e prometeu construir uma capela. Em 17 de maio do mesmo ano, a licença para a construção foi emitida, resultando na capela dedicada à Santa Ana, mãe de Nossa Senhora e padroeira local.
Em 1907, a vila foi elevada à cidade e recebeu o nome de Anápolis, sugerido pelo deputado Abílio Wolney, como destacado ao longo do artigo completo de Moisés Augusto de Santana, publicado no Lavoura & Comércio de 1904. Este nome reflete a devoção a Santa Ana e foi adotado após um período de crescimento econômico, com destaque para a agricultura e o comércio. Em 1908, foi estabelecida a primeira agência postal teleférica e, em 1920, a rodovia Anápolis-Roncador foi inaugurada. Outros marcos importantes ocorreram nos anos seguintes, como a instalação de energia elétrica, o início da construção de casas de tijolos e a fundação do primeiro hospital.
Durante o período entre 1923 e 1927, o intendente Graciano Antônio da Silva modernizou a cidade, promovendo obras de infraestrutura, como pavimentação de ruas e construção de calçadas. O setor da saúde também foi desenvolvido, com a inauguração do Hospital Evangélico Goiano em 1927. Na década de 1930, a cidade já contava com automóveis e com a primeira empresa de transportes.
Anápolis também teve um papel estratégico na segurança nacional com a instalação da Base Aérea em seu território, o que levou à suspensão das eleições e à nomeação de prefeitos entre 1973 e 1985, quando a autonomia política foi restaurada.
Enfim, a cidade de Ana
Santana das Antas. Anápolis. Terra de tradições e de denodo, com uma gente dedicada ao bem servir. História de luta e coragem. História de tradição e trabalho. História de enfrentamentos e vitórias. História literária com suas páginas eternas. História administrativa e política. História dos estrangeiros que também adotaram aquele chão. Anápolis é tudo isso e muito mais.
Irmanados por esse ideal de amor à cidade de Ana, primeiro pelo laço de sangue com a família Jayme, ali radicada há mais de um século; segundo pelo trabalho jurídico exercido na localidade; terceiro, por tudo que Anápolis significa no cenário goiano, nasceu essa obra A alma Anapolina em páginas antigas, que consta de mais de uma centena de reportagens e papeis antigos, que buscam retratar o que foi a cidade em outras eras, na contribuição para a história de Goiás.
O primeiro capítulo está dedicado à revivescência da história de Santana das Antas, desde 1875, em documentos de fonte primária, manuscritos históricos de grande valor, ao contar como foi a gênese de Anápolis e seus enfrentamentos ainda no século XIX, em documentos assinados por gente importante na época como Gomes de Souza Ramos, Francisco da Luz Bastos, João Fleury Alves de Amorim, Francisco Herculano de Pina, João Sardinha de Siqueira, João Vaz da Costa, José da Silva Batista, Alarico Torres Verano, Luiz Caiado de Godoy, João Luiz de Oliveira, Francisco Lopes de Azevedo Filho, Joaquim Câmara Filho, Plínio Jayme, Godofredo Sandoval Batista, Humberto Crispim Borges, Haydèe Jayme Ferreira, além de muitos outros.
Esses documentos originais revelam, em síntese, toda a movimentação coletiva para a formação da cidade de Anápolis, nos aspectos geográficos, históricos, sociais, políticos, administrativos e jurídicos, além de evidenciarem os pioneiros na construção da cidade, sua solidificação econômica e sua inserção no cenário de Goiás como comunidade desenvolvida e futurista.
O segundo capítulo aparece com as notas sobre a Literatura em Anápolis, por meio de reportagens antigas sobre Antesina Santana e Silva, Arlindo Costa, Salomão Jorge, Adahyl Lourenço Dias, Ursulino Tavares Leão, José Asmar, Humberto Crispim Borges, João Asmar, DeclieuxCrispim, Paulo Rosa, João Luiz de Oliveira, Eurico Xavier de Vellasco, Alex Batista Arantes, Célia Siqueira Arantes, Haydèe Jayme Ferreira. Apresenta obras em prosa e verso, cuja temática está ligada à cidade de Anápolis, suas tradições, usos e costumes e afirmação no cenário cultural goiano, notadamente com a Academia Anapolina de Letras e ULA.
O jornalismo anapolino é o tema do terceiro capítulo, com reportagens sobre os principais veículos de comunicação impressa da cidade, bem como seus jornalistas mais proeminentes, desde os anos 1920, há mais de um século. Aparecem matérias nos jornais Correio oficial, O verbo, O Annápolis, Jornal Folha de Goiaz, O Popular e Diário da manhã. Também as publicações como Revista A cinquentenária, Revista Santana, Revista Anápolis ontem e hoje. Destacam-se os nomes de Jarbas Jayme, Basileu Pires Leal, João Luiz de Oliveira, Haydèe Jayme Ferreira, Lili Rossi, Benedito Odilon Rocha, Inajá Jayme, Pitanga do Prado, João Friedmann.
O quarto capítulo traz reportagens sobre os pioneiros anapolinos, em épocas distintas como João Asmar, Lena Leão, Jeverson Chaves, José Marques Filho, Nassim Miguel, Odorico Leão, Capitão Azevedo, Luiz Caiado de Godoy, Jamel Cecílio, Anapolino de Faria, Mary Martin, Laila Issa Navarrete. São reportagens em tempos diferentes, que destacam a homenagem aos cidadãos de destaque em atividades diversificadas, que se perpetuaram no tempo e na história Anapolina.
A área esportiva é destaque no capítulo seguinte, com a lembrança dos craques em tempos diversificados, com reportagens dos anos 1950 e 1960, em revistas locais. Depois, o próximo capítulo destaca sobre as manifestações artísticas do povo anapolino, como nas artes plásticas, no teatro, na dança, no cinema, a Rádio Karajá; bem como a memória musical da cidade, com os nomes evocados por Maria Carmem Xavier Nunes, Luiz Carlos Mendes, Célia Siqueira Arantes, dentre outros.
Há um capítulo dedicado à vida política e administrativa de Anápolis, desde o século XIX, sendo o primeiro documento datado de 1898. Há descrições sobre o orçamento da Vila de Santana das Antas, da intendência e depois da Prefeitura Municipal. Aparecem nomes como Graciano Antonio da Silva, Jarbas Jayme, WolneyMartins, Anapolino de Faria, Jonas Duarte, Henrique e Adhemar Santilo, e outros grandes nomes, de relevância para a cidade, assim como para o Estado de Goiás.
O próximo capítulo é dedicado à revivescência da assistência social em Anápolis, com o registro de reportagens antigas sobre o Abrigo dos velhos professorNicéphoro Pereira da Silva, Obras assistenciais Bom Jesus, Santa Casa de Misericórdia, Sanatório Espírita de Anápolis, Aprendizado agrícola Monsenhor Pitaluga e a Escola de Enfermagem. Páginas sobre a solidariedade Anapolina, sempre pronta na bendita obra de servir aos menos favorecidos.
No capítulo 09 aparecem reportagens sobre a antiga Estação Ferroviária de Anápolis, inaugurada em 1935, há 90 anos, como marco do desenvolvimento goiano naquela época, até sua desativação e atual situação na cidade. Também, um capítulo sobre o Museu Histórico de Anápolis, suas histórias e suas lutas no cenário goiano, como forma de manter viva a memória anapolina para as futuras gerações. Também, um pequeno capítulo sobre a história da Base Aérea de Anápolis, por meio de antigas reportagens.
O último capítulo versa sobre reportagens antigas que destacam a história da medicina em Anápolis, nas figuras imponentes de James Fanstone e seu quase centenário Hospital Evangélico Goiano, José Elias Isaac, e muitos outros pioneiros que, na cidade também fizeram história.
Assim, essa coletânea de reportagens servirá para a revivescência da alma Anapolina, por meio de antigas reportagens do acervo do Dr. Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado, como forma de perpetuidade de toda uma luta secular para que Anápolis pudesse alcançar o que é hoje, símbolo de desenvolvimento e futuro.

CURADO, Bento Fleury Araújo, 2025, E book, 2025.
NETO, Abílio Wolney Aires, Kelps 2017: A Cidade de Ana - Anápolis

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por Zenilde Nunes Batista*
Vamos. Mas, colega, eu não vou dar meu apoio explícito a ninguém neste primeiro momento. Essa é a minha resposta a qualquer pessoa que me peça voto, a priori. Eu apoio é a disputa, e torço para que ela seja acirrada. Vou esperar pacientemente que as candidatas se posicionem de forma muito clara e objetiva sobre como pretendem tratar as situações de assédio que acontecem na Universidade.
Não existe mais pra mim esse negócio de "a nossa querida UFG", bordão criado e que tem a intenção clara de apelar às nossas emoções, colocando a instituição em que trabalhamos como uma figura, uma personagem, objeto de nossos afetos. Mas isso já deu, se revelou a pior das falácias. Eu já caí nessa cilada no passado, faço o mea culpa.
Entretanto, a UFG hoje pra mim é a repartição, o lugar onde trabalho, com muita dignidade, competência e responsabilidade, dando o meu melhor e de onde, com o meu suor, tiro o meu sustento, e é isso.
Claro que existe uma "querida UFG". Mas para um nicho bem específico e reduzido de pessoas, apenas. Aquelas que vivem há anos penduradas nos figurões, sempre com uma direção aqui, outra acolá, uma bolsa aqui, outra acolá... E voltar para sua posição de soldado de "baixa patente" não se coloca no horizonte. Aí fica fácil bancar essa hipocrisia de "nossa querida UFG".
Um dia, no banco da psicóloga, cheguei à conclusão de que vivi, por anos, em uma bolha na Universidade. Por muito tempo, achei mesmo que assédio e perseguição a agente público era uma coisa que não acontecia em nossa instituição. Posso dizer que conheci um outro universo uefegeano depois que saí desse casulo. Hoje, depois de ouvir relatos e também de ter passado por poucas e péssimas, consigo visualizar, com a lupa distanciada, como as coisas acontecem de fato.
Sempre demonstrei apoio publicamente ao candidato ou à candidata que entendia ser a melhor escolha para a universidade, mas hoje, a decepção é o que me move.
Há bem pouco tempo, quando eu estive em uma situação inadmissível no ambiente de trabalho, que me trouxe intenso sofrimento emocional, o meu apoio não veio, em nenhuma medida, de nenhum dos gestores que sempre ajudei a eleger.
É de conhecimento do público interno da UFG o desarranjo - pra ser generosa com as palavras - que se instalou na Editora UFG, meu órgão de lotação, em agosto/2024, quando o vice-reitor deu voz de exoneração ao então diretor da Editora.
E com a chegada do novo diretor, uma operação foi arquitetada contra mim: fui ameaçada de remoção de ofício, acossada,... e por fim, isolada em uma das livrarias da UFG. Não fui removida porque resisti, sozinha, porém firme, dando conta da violência institucional, no meu caminho tortuoso. Pessoas incríveis me apoiaram sim, MEUS COLEGAS, meu pares de outros Órgãos e Unidades. Mas, do topo do Olimpo, não teve figurão e nem figurinha nenhuma me dando qualquer tipo de apoio, uma conversa, uma carinha de espanto se admirando daquela situação absurda, nada... Enfim, a história é longa e o que importa é que agora estou bem. Quem quiser saber mais, pergunte-me no privado.
Quanto aos meus pares que me ajudaram, adoraria agradecer de público, porque me foi tão caro, tão importante o acolhimento que recebi naquele momento… Mas não o farei, pois os assediadores existem e estão por aí, à solta e precisamos estar atentos, inclusive para não comprometer os colegas. Mas quem gastou tempo conversando comigo sabe, e eu agradeço para sempre.
Bem, para terminar a história, além de mim, outra colega também sofreu perseguição na editora. Foi convidada a se retirar peremptoriamente, sob o eufemismo de “dimensionamento da força de trabalho” (contém ironia) e sem nenhuma justificativa plausível foi colocada à disposição da PROPESSOAS.
À guisa de conclusão, o que quero enfatizar, é que o personagem que engendrou tudo isso foi nomeado pela representação máxima da Gestão Superior. Foi chancelado pela casta dirigente - essa gestão acidental que nos restou desde 2022.
E agora pergunto: Será que uma das chapas aceitará apoio dessa gestão, que nomeia e chancela perseguidores, ao mesmo tempo em que publica uma resolução para prevenção ao assédio (piada pronta)? Isso para mim é um ponto crucial.
No início das minhas considerações, eu me referi às “candidatas” porque, por ora, temos duas candidaturas manifestas, de duas mulheres valorosas, cujas trajetórias têm todo o meu respeito. O que não se sabe ainda é sobre outras possibilidades, sobre o despontar de uma terceira via, uma quarta, por que não? Se a Universidade é um lugar de exercício da democracia, seria salutar que o debate se ampliasse para além de duas chapas.
Por fim, mas não menos importante: a matemática, a meu ver, é bem simples antes de votar - como será a partir do ano que vem? Quem recebe apoio, tem uma “dívida” com os apoiadores. É do jogo político, e é assim que funciona: quanto a isso, nada de novo debaixo do Sol. Mas a minha pergunta é: como a próxima gestão pretende lidar com as figuras que acossam e afligem colaboradores? Os perseguidores continuarão em postos de comando?
Fica o convite à reflexão.
*Zenilde Nunes Batista. Eleitora no processo eleitoral UFG 2025. Negra. Secretária Executiva. Egressa da UFG, onde aprendi a exercer a criticidade.

Tudo o que temos, enquanto mulheres, foi à custa de luta, suor, sangue e enfrentamento. É por ter clara consciência sobre isso que me soa tão perturbador o crescente movimento antifeminista

Se Lincoln Tejota for indicado, Sebastião Tejota deve se aposentar no TCE para disputar mandato de deputado estadual

A secretária é peça-chave para Goiás continuar em primeiro lugar no Ideb. Por isso tende a ficar no governo