Por Euler de França Belém

[caption id="attachment_36459" align="aligncenter" width="620"] Paulo Teles está na ativa para as eleições da OAB-GO | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Entrevistado pelo Jornal Opção na sexta-feira, 22, o desembargador aposentado e advogado militante Paulo Teles disse que vai disputar a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção de Goiás. “No momento, estou organizando a montagem da chapa.”
Como era desembargador, como fica a quarentena de cinco anos? “Avalio que tal quarentena é inexistente. Restaurei minha inscrição de advogado na OAB. Antes de ser desembargador, eu advoguei por 23 anos. Acrescento que fui vice-presidente, tesoureiro e conselheiro da Ordem.”
A principal bandeira de Paulo Teles é “a restauração do respeito à instituição”. Ele sublinha que, se eleito, vai trabalhar para “eliminar questiúnculas internas e vai articular uma defesa real e efetiva das ações dos advogados. Meu objetivo é universalizar as ações da Ordem e unir todos os advogados”.
Procede que o sr. pode conquistar o apoio de Leon Deniz? “Nós chegamos a conversar sobre a possibilidade de composição, mas ele optou por ficar ao lado de Lúcio Flávio de Paiva, provável candidato a presidente pelo seu grupo.”
Paulo Teles avalia que, por uma questão de sobrevivência, os grupos liderados por Miguel Cançado e pelo presidente da OAB, Enil Henrique, “tendem a se unir”. O advogado afirma que sabe “estão conversando”. A questão, afiança, é a definição do nome do candidato.
O desembargador aposentado frisa que não teme ser apresentado como candidato da “terceira via”. “O fato é que estou muito empenhado em articular a minha chapa.”
Sustentando que “muita gente não participa da gestão da OAB há vários anos”, Paulo Teles assinala que, se eleito, vai “unir a categoria. O grupo atual está há mais de 20 anos no poder — superando o PT. É hora de mudar”.
O presidente eleito gere a OAB por três anos, com direito à reeleição.

Nas pílulas do PT, levadas ao ar na semana passada, o destaque foi a deputada estadual Adriana Accorsi. O que isto quer dizer? Quase tudo: a delegada de polícia, até pelo apelo do tema da segurança pública, deve ser a candidata a prefeita de Goiânia pelo partido. Adriana Accorsi é a aposta do paulo-garcismo e não é, ao contrário do que muitos políticos pensam, uma candidata fraca. A petista é articulada, tem vivência política — seu pai, Darci Accorsi, foi prefeito de Goiânia — e, last but not least, é bonita e de uma simpatia à toda prova. A exposição redobrada do nome e da imagem de Adriana Accorsi significa que o PT “descrençou-se” da aliança com Iris Rezende. A aliança, se houver, ficará para o segundo turno. Iris não quer a “Menina Accorsi”, como ele a chama, como sua vice, para não ter de assumir a defesa do prefeito Paulo Garcia.

Um fato tem chamado a atenção dos fiéis católicos: a festa da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a matriz de Campinas, gerida pelo padre João Otávio, que será realizada de 22 a 31 de maio, com quermesse e leilões, tem entre os patrocinadores o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende e família, o deputado federal Daniel Vilela, o deputado estadual Humberto Aidar e a vereadora Célia Valadão. O nome de Humberto Aidar e de Célia Valadão nos prospectos da igreja é fácil de explicar. O petista transmite a missa da igreja para a Rádio Difusora. Ele é católico e tem forte ligação com setores da Igreja Católica. Célia Valadão canta na igreja. O que explica o nome de Iris Rezende e Daniel Vilela? Primeiro, Iris já está em pré-campanha para prefeito da capital. Daniel Vilela está plantando para o futuro, pois pretende disputar o governo de Goiás em 2018 ou 2022.
Um deputado afirma que o presidente nacional do PP, senador Cyro Nogueira, pode exigir que o partido lance candidatos a prefeito em todas as capitais e em cidades que têm segundo turno. Em Goiânia, o vice-governador José Eliton prefere bancar Jayme Rincón para prefeito, seguindo os passos do governador Marconi Perillo.
Os ex-prefeitos Colemar Cardoso e Divino Eterno devem formar uma chapa única para disputar a Prefeitura de Guapó. Colemar deve ser candidato a prefeito. Divino Eterno talvez seja candidato a vice. É a chapa que a população chama de Messi e Neymar, quer dizer, com dois craques. Nas ruas, os eleitores brincam: “Precisamos deixar pelo menos 5% dos votos para o prefeito Luiz Juvencio”.

Candidato a prefeito de Goiânia, em 2004 e 2008, Iris Rezende disse que iria resolver o problema do transporte coletivo em seis meses. Dez anos depois, o problema permanece, e agravado. Por isso adversários dizem que, como candidato a prefeito em 2016, o peemedebista dirá: “Vou resolver o problema do transporte coletivo em seis dias. No sétimo dia, se Deus quiser, descansarei”.
O deputado José Nelto convidou o ex-prefeito Geraldo Messias (PP) para se filiar ao PMDB e disputar a Prefeitura de Águas Lindas em 2016. “Ele está estudando a proposta. Fui convidado para disputar, mas prefiro apoiar alguém da cidade.” O PMDB vai bancar candidato. “Se não for Messias, pode ser a ex-primeira-dama Maria Celeste ou o empresário Juraci da Tesoura de Ouro. O prefeito Hildo do Candango (PTB), desgastado, não vai ser reeleito. Vamos eleger o prefeito.”
Sérgio Cardoso deve ir para o Tribunal de Contas dos Municípios. E Olier Alves, especialista em organizar campanhas e na arte da articulação política, de ocupar o seu lugar no governo, na articulação política.

A teoria da conspiração sugere que a reportagem da “Folha de S. Paulo” que informa que o senador Ronaldo Caiado, do DEM, mantém funcionário em “desvio de função”, em Goiânia, teria sido plantada pelo ex-senador Demóstenes Torres. Ledo engano. Os detalhes sobre os funcionários indicados por Ronaldo Caiado — tudo organizado com extrema precisão — sugerem o óbvio: os dados saíram de um gabinete poderoso do Senado, onde, é claro, Demóstenes Torres não tem influência alguma. Nem acesso. Um senador amigo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que Ronaldo Caiado conhece muito bem, dias antes da reportagem ser publicada, na “Folha”, já comentava o assunto em Brasília. Uma teoria conspiratória, para ser crível, verossímil, precisa ter o mínimo de lógica.

Ronaldo Caiado é um dos poucos políticos brasileiros que confrontam o petismo no campo político-ideológico. Isto não agrada muitos setores. Articular sua “destruição” pode não ser nada positivo para a democracia. Na média, trata-se de um político de valor, de muita coragem, posicionado. Não são muitos assim.

Um dos mais gabaritados pesquisadores brasileiros, Gean Carvalho, dono do Instituto Fortiori, diz que Jayme Rincón tem o perfil pedido pelo eleitorado de Goiânia. “É gestor, ágil e tem discurso moderno. Se eleito, ninguém o ‘segura’ mais.” Gean Carvalho diz que, para o eleitorado, num primeiro momento, os políticos são apontados como “iguais”. Porém, aos poucos os eleitores vão identificando as diferenças. O que você recomendaria a um candidato a prefeito de Goiânia? “Que dissesse aos eleitores: vou cuidar de Goiânia como cuido da minha casa.”
Um experimentado advogado eleitoral disse ao Jornal Opção que os políticos não dizem toda a verdade quando discutem a fusão dos partidos. “A maioria dos partidos tem problemas graves com a Justiça Eleitoral — por causa da prestação de contas, malversação de fundos partidários, caixa 2 na campanha.” O resultado é que alguns partidos têm problemas com seu CNPJ. Com a fusão, o novo partido ganha um CNPJ novo. Limpinho.

Sobre José Eliton, o pesquisador Gean Carvalho, do Instituto Fortiori sublinha: “É um político sagaz, inteligente e entende muito bem de política e gestão. Deve ser o candidato a governador da base marconista em 2018. Forte, por sinal”.

O prefeito de Palmas (TO), o colombiano Carlos Amastha, não é dos mais criativos, mas seu estilo gerentão agrada o eleitorado. Ele é o favorito para a reeleição. Os eleitores apreciam a cidade limpa, ônibus com ar condicionado. Nem se importam de pagar um IPTU um pouco mais caro.
O tucano Naçoitan Leite, como não pôde ser candidato em 2012, bancou Danilo Gleic, que foi eleito. Porém, como não tinha nenhuma experiência administrativa, o prefeito de Iporá está fracassando e sua rejeição é altíssima. Gleic acabou por contaminar Naçoitan, que, para muitos, é o prefeito de fato. O empresário Amarildo Martins, mais conhecido como Amarildo do Posto, é o favorito para prefeito de Iporá.