Por Euler de França Belém

Parlamentares que têm conversado com o ex-presidente Lula da Silva têm percebido que seu grau de irritação é muito maior com os “desarranjos” — cautos e incautos às vezes usam o termo “malfeitos” — do governo da presidente Dilma Rousseff, sobretudo com a própria petista, do que com as oposições. Na opinião de Lula da Silva, na versão de seus interlocutores, as oposições estão aí para criticar, para aproveitar as brechas e falhas de quem está no poder. Porém, quando a Dilma Rousseff, teria cometido erros primário, como não segurar a própria base política e perdê-la em questão segundos, horas, dias ou meses.

O deputado estadual Luis Cesar Bueno, do PT, sublinha que, em Brasília, tudo é possível — inclusive o impeachment não passar. Quando se trata do Congresso Nacional, a multiplicidade de interesses dos parlamentares, tudo é possível e, por vezes, impossível.
De um deputado estadual: em Goianésia estuda-se a possibilidade de o PSDB lançar José Mateus para prefeito e o PMDB lançar Mara Naves para vice. É o primeiro prenúncio da aliança nacional que se esboça entre os dois partidos. Mateus & Mara é quase nome de dupla sertaneja. Tucanos e peemedebistas mantêm uma relação civilizada em Goianésia. Mas há quem aposte que o PMDB vai bancar Renato de Castro ou Gilberto Naves para prefeito do município. O segundo garante, de maneira peremptória, que prefere continuar advogando.

A deputada estadual Eliane Pinheiro, do PMN, frisa que os eleitores “estão apreciando o discurso consistente e equilibrado de Giuseppe Vecci”. Eliane Pinheiro diz que o estilo franco e direto, sempre posicionado, nunca deixando nada sem responder, tem agradado dos eleitores ricos aos de classe média e pobres. “É impressionante como Giuseppe agrada todas as classes sociais, sem nenhuma distinção. Ele varia o discurso, tornando-o mais palatável, mas, a rigor, expõe suas ideias com firmeza, sem populismo.”

O vereador Tayrone di Martino fez as malas para mudar-se da Câmara Municipal de Goiânia para o governo de Goiás. Falta apenas definir o cargo. Tucanos de alta plumagem dizem que Tayrone di Martino é articulado e faz política pelo menos em duas cidades: Goiânia e Trindade. É um político de “dois mundos”. Mais: mantém forte ligação com a Igreja Católica, notadamente com o padre Robson, um dos religiosos mais influentes de Goiás.
Candidato a prefeito, Carlão Alberto Oliveira está visitando todas as casas de Goianira. Ele quer saber o que as pessoas pensam de fato, sem a mediação pura e simples de pesquisas. No contato pessoal, o ex-prefeito Carlão percebe que os eleitores têm ideias precisas sobre o que querem para a cidade.

Comenta-se que o chefão do PDT, Carlos Lupi, dialoga muito bem com a presidente Dilma Rousseff e com o quase-presidente Michel Temer. Carlos Lupi ameaça expulsar qualquer deputado do partido que votar pelo impeachment. Porém, como teme perder deputados, há quem aposte que pode ter conversado com Michel Temer e, na hora agá, não expulse ninguém. No máximo, daria uma advertência. Perder deputados federais — “por quase nada”, no dizer de um deputado — não é um bom negócio para nenhum partido. Por isso, se a deputada Flávia Morais votar pelo impeachment — na semana passada, saiu de uma reunião chorando —, atendendo aos reclames de seus eleitores, a tendência é que seja advertida e mantida no PDT.
O PSDB vai bancar Vilson Santos para prefeito de Jussara. Ele tem o apoio do deputado estadual Virmondes Cruvinel e da tucana Maria Amélia, mulher do conselheiro do TCM Joaquim de Castro. Ex-vice-prefeito e ex-vereador, Vilson Santos é apontado como um político articulado e popular. Pressionada pelo deputado estadual Cláudio Meirelles, a prefeita Tatiana Ranna, do PTC, deve disputar a reeleição. Desgastada e mal avaliada pela população, Tatiana estaria desistindo de concorrer, mas, como é muito ligada ao parlamentar, teria recolocado seu nome no páreo. Mas há quem acredite que, adiante, banque outro nome.

Os cargos do governo federal em Goiás serão ocupados por peemedebistas, tucanos, republicanos, pepistas e petebistas — se a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment e Michel Temer assumir a Presidência. O PMDB quer ficar com os cargos estratégicos. O problema é que o partido só tem dois deputados federais e nenhum senador. A tendência é o PSDB e sua base política saírem fortalecidos.
Danilo Rios, do PR, e Luizão Antônio Rodrigues, do PSB, devem disputar a Prefeitura de Aragoiânia. A duplicação da principal via de acesso a Aragoiânia e a refundação do município como cidade-universitária são bandeiras de Danilo Rios. O candidato quer, agora, ampliar seu quadro de alianças políticas. Por ter sido prefeito, Luizão Antônio é mais conhecido e é apontado como favorito. Mas tem processo na esfera federal — é acusado de improbidade administrativa (na sua gestão desapareceu um gerador de energia elétrica) — e, ficar caracterizado que é ficha suja, não poderá disputar a reeleição em 2 de outubro deste ano.

Flávia Morais consultou vários advogados na semana passada. A lei é interpretada de várias maneiras. Mas a deputada federal concluiu que, se for expulsa do PDT — no caso de votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, contrariando a orientação da cúpula do partido —, não poderá disputar a Prefeitura de Trindade na eleição de 2 de outubro. Não dá mais tempo de ser transferir de partido para o próximo pleito. Aliados chegaram a sugerir que deve correr o risco. Até porque, se Dilma Rousseff sofrer o impeachment — a votação de domingo é uma preliminar da decisão do Senado —, Carlos Lupi, o poderoso chefão do PDT, não terá mais condições morais de expulsar deputado. O mais crível é que, se Michel Temer assumir a Presidência da República, Carlos Lupi passe a frequentar o Palácio Planalto e a lutar por um ministério — como se nada tivesse acontecido.

O deputado federal Alexandre Baldy tem sido elogiado por Michel Temer e Eduardo Cunha como uma articulador de primeira linha. Numa roda de aliados, Temer teria dito, em virtude da juventude do presidente do PTN em Goiás: “É o mascote do impeachment”.
Incansável na articulação, sugerindo que nasceu para fazer política e não cuidar de negócios, Alexandre Baldy trabalhou em tempo integral para convencer o Pros, dirigido pelo goiano Eurípedes Júnior, a apoiar o impeachment.
Alexandre Baldy mostrou dados e sugeriu que o nome do futuro é Michel Temer e que o nome do passado é Dilma Rousseff. Convencido, Eurípedes Júnior desembarcou do governo federal e declarou apoio ao impeachment da petista.

Goianos que visitaram Palácio do Jaburu, na semana passada, chegaram a perguntar, em tom jocoso: “É a festa de Trindade, a romaria começa aqui?” Ante um Michel Temer atônico, os políticos, sobretudo Sandro Mabel, esclareceram do que se tratava. Aí o vice-presidente da República riu com vontade. A cerimônia do beija-mão, no Palácio do Jaburu, impressiona. Consta que até um petista apareceu por lá, meio desconfiado. Já no Palácio do Planalto e no Palácio Alvorada, o clima é de velório. A presidente Dilma Rousseff anda cabisbaixa. Ela, que não é corrupta, em termos financeiros, lamenta ter de deixar o governo com a imagem negativa, mas avalia que a história lhe fará justiça.
Organizador do maior encontro de muladeiros da América Latina, que reúne mais de mil pessoas, o produtor rural Naçoitan Leite é apontado como favorito para a disputa da Prefeitura de Iporá. Mas enfrenta uma oposição consistente de um professor e de um ex-prefeito. O problema de Naçoitan Leite é que o prefeito de Iporá, um primo, é mal avaliado. Para piorar, os opositores afiançam que o tucano é o prefeito de fato. “Por que ‘reelegê-lo’ se a gestão vai mal?”, pergunta um ex-prefeito.

[caption id="attachment_38135" align="alignright" width="620"] Jardel Sebba | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
O deputado estadual Adib Elias (PMDB) tem o hábito de dizer que, segundo as pesquisas, já está praticamente eleito prefeito de Catalão.
Uma pesquisa divulgada pelo “Diário da Manhã”, com 400 entrevistas, registrada na Justiça Eleitoral em 8 de abril sob o número 02068/2016 e feita pelo Instituto Tocantins Market, sugere outra possibilidade. O levantamento foi feito de 6 e 8 de abril, com margem de erro de 4,9 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Segundo a pesquisa, o prefeito Jardel Sebba (PSDB) lidera, com 33% das intenções de voto dos eleitores de Catalão. Adib Elias aparece com 31%.
Adversários de Adib Elias ressaltam que o peemedebista, como tem contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), pode se tornar ficha suja e, por isso, pode não ter condições de disputar a Prefeitura de Catalão.
Numa visita ao Jornal Opção, Adib Elias disse que não é ficha suja e que vai disputar a prefeitura.