Por Euler de França Belém
Pesquisas indicam que o médico Zacharias Calil (PMB) “qualifica”, se indicado para vice, a candidatura do deputado Waldir Delegado Soares (PR). Pesquisas sugerem que Zacharias Calil é respeitado na classe média, nicho onde Waldir Soares ainda não é forte, quer dizer, não entra com facilidade.
Política é, acima de tudo, onda. Por isso, há quem aposte que, se for eleito prefeito de Goiânia, o deputado Waldir Delegado Soares deve disputar o governo de Goiás em 2018. A capital seria o trampolim para o Estado. O líder do PR aproveitaria, assim, a onda.
O prefeito de Catalão, Jardel Sebba (PSDB), fez autocrítica publicamente. Disse que os dois primeiros anos foram muito difíceis, e explicou os motivos. Ao final, na sua exposição pública, feita na internet, frisou que conseguiu recuperar a administração. A população aprovou o que disse Jardel Sebba, avaliando que foi sincero. Já a oposição foi pega com as calças na mão, pois não esperava a ação do prefeito.
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, aceitou o convite do governador de Goiás, Marconi Perillo, para ocupar uma secretaria extraordinária, que fará a ponte entre o Estado e Brasília. Eduardo Machado figura entre os cinco políticos com tráfego excepcional em Brasília. Acima dele, no momento, só o ex-deputado federal Sandro Mabel, que tem sala no Palácio do Planalto, e o deputado federal Jovair Arantes.
Com a ida do executivo Edivaldo Cardoso para a Agência Brasil Central, o médico Antônio Faleiros é cotado para presidir a Ceasa. Há quem avalie que Edivaldo deveria ficar na Ceasa e Faleiros ir para a ABC. Eduardo Machado, segundo um aliado de Faleiros, é cotado para a Secretaria de Gestão Estratégica.

[caption id="attachment_50286" align="alignleft" width="620"] Secretária Raquel Teixeira: rainha da vaidade | Foto: Alexandre Parrode / Jornal Opção[/caption]
Há uma insatisfação generalizada na área cultural com a secretária de Educação e Cultura do governo de Goiás, Raquel Teixeira.
Centralizadora, Raquel Teixeira interfere em todos os setores, mas não entende nada, por exemplo, de cinema. Cinéfilos, em tom jocoso, dizem que, quando mencionam Truffaut, a secretária pergunta logo: “É alguma comida francesa?”.
Brincadeira à parte, é fato que Raquel Teixeira não entende de cinema e artes plásticas. Mas adora palpitar em todas as áreas. A secretária deveria confiar um pouco mais em sua equipe. A vaidade de ter que anunciar tudo, até a aquisição de um livro, é outro fator que desmotiva seus auxiliares.
Lucas Kitão é uma das principais apostas do PSL para vereador em Goiânia. Ele conta com o apoio do deputado estadual Lucas Calil e de parte significativa dos líderes jovens da capital. O empresário Renato Silva é um dos coordenadores da campanha de Lucas Kitão. “Trata-se de um candidato qualitativo”, afirma.
Ex-presidente da Câmara Municipal de Anápolis e secretário de Governo da Prefeitura de Senador Canedo, Joaquim Liminha diz que, dada sua experiência, percebe que Misael Oliveira será reeleito prefeito. “Ele fez mais obras do que muitos prefeitos famosos e midiáticos.”
Felisberto Jacomo disse ao Jornal Opção que, como a gestão de Dioje Ikeda (PDT) melhorou, sobretudo depois da construção de um parque ao redor de um lago — “a população aprovou” —, “mais do que nunca, o PP precisa bancar a candidatura de Abelardo Vaz”. “Abelardo Vaz tem condições de derrotar Dioje Ikeda. Seu histórico qualitativo, para efeito de comparação, é mais amplo”, afirma Felisberto Jacomo.
O prefeito de Formosa, Itamar Barreto (PSD), um dos mais mal avaliados do Entorno de Brasília, finalmente, acatando o que dizem as pesquisas, desistiu de disputar a reeleição. Itamar e o grupo de Sebastião Caroço, que se estranham com frequência, podem se unir para lançar um candidato mais consistente, não para ganhar, o que parece impossível, e sim para perder de maneira menos vergonha para o candidato do PMDB, Ernesto Roller — líder absoluto nas pesquisas.
O ex-deputado federal Sandro Mabel diz que sugeriu que Vanderlan Cardoso, do PSB, fosse indicado como vice de Iris Rezende na disputa pela Prefeitura de Goiânia. “Não sei se ele aceitará. Mas seria positivo para os dois.” Sandro Mabel afirma que o PMDB tem condições de eleger o prefeito de Goiânia. “Iris Rezende é um candidato consistente e tem experiência administrativa.”
O ex-deputado federal Sandro Mabel (PMDB) é um exímio analista de pesquisas. O Jornal Opção perguntou: “Fala-se que Waldir Delegado Soares (PR) não tem experiência como gestor e um candidato a prefeito de uma capital precisa ter projetos amplos, e não apenas na área de segurança pública. Se é assim, por que aparece colado em Iris Rezende, que é muito mais experiente?” A resposta de Sandro Mabel: “A popularidade de Waldir Soares tende a ser circunstancial, dada a crise de segurança pública do país. Ele é produto deste momento. Mas observe que está há mais de um ano na Câmara dos Deputados, que é o lugar de se produzir projetos para resolver os problemas do país, e o que ele fez de fato para melhorar a segurança pública? Na verdade, não fez nada. Portanto, pela minha experiência política, acredito que o delegado é o tipo de político meteórico, que tem arrancada, mas não consegue chegar. Tende a ser o primeiro a chegar atrasado. Não estou falando mal do parlamentar, e sim examinando aquilo que ele próprio, na campanha, terá de explicar: o que está fazendo de fato na Câmara dos Deputados?” As pesquisas de intenção de voto, ao menos no momento, “tendem a não refletir o quadro pós-campanha. O eleitor de Goiânia é politizado e com alto índice de escolarização. Ele não decide a eleição agora, quando não há campanha e não se sabe quais são os projetos dos candidatos. O eleitor decide em cima da hora e, por vezes, surpreende todo mundo, inclusive os políticos. Anote e me cobre depois. Quem viver, se quiser, verá”.

Ricardo Molina sugere que o assassinato de Luiz Carlos Rugai e Alessandra Troitino pode ter ligação com o tráfico de cocaína e maconha. Dono de produtora tinha patrimônio incompatível com sua renda

[caption id="attachment_67634" align="alignright" width="620"] Divulgação[/caption]
Contos de Kolimá — A Editora 34 está “doando” ouro para os leitores brasileiros: a primorosa obra de Varlam Chalámov, “Contos de Kolimá”, com tradução direta do russo. Trata-se da história da vida cotidiana no Gulag — os campos de trabalho forçado (verdadeiros campos de concentração) criados por Stálin — escrita por um escritor notável.
A editora lança agora mais dois volumes dos “Contos de Kolimá”: “A Margem Esquerda” (304 páginas, tradução de Cecília Rosas e prefácio de Roberto Saviano) e “O Artista da Pá” (424 páginas, tradução de Lucas Simone e posfácio de Varlam Chalámov).
A jornalista e escritora Svetlana Aleksiévitch, Nobel de Literatura de 2015, afirma que Varlam Chalámov é “o maior escritor do século 20”. Pode até não ser o maior, pois este tipo de campeonato não tem vencedores, só perdedores, sobretudo os leitores, mas é mesmo um grande escritor. Mais do que isto: sua literatura, por ser testemunho dos mais confiáveis, é extremamente útil para as pesquisas dos historiadores. É literatura e é documento (sem a chatice do didatismo da denúncia pura e simples).
O escritor britânico Malcolm Lowry (1909-1957) é mais conhecido, no Brasil, por seu romance “À Sombra do Vulcão”. Em 1944, quando passava uma temporada no Canadá, a cabana de um pescador na qual havia se hospedado pegou fogo. O escritor britânico salvou o manuscrito de “À Sombra do Vulcão”, mas outro manuscrito, de mil páginas, queimou inteiramente. Malcolm Lowry estava escrevendo o romance “Rumo ao Mar Branco” (“In Ballast to the White Sea”) havia nove anos. Durante anos, não se falou mais no assunto. Porém, em 2000, revela José Riço Direitinho, no jornal “Público” (edição de 30 de maio), Jan Gabrial, primeira escritor do escritor, apresentou uma versão menor da obra. “O romance — uma espécie de ‘elo perdido’ entre ‘Ultramarina’ (1933), o seu primeiro livro, ‘À Sombra do Vulcão’ [publicado em Portugal como ‘Debaixo do Vulcão’, 1947] — viria a ser publicado em 2014”. O poeta Daniel Jonas traduziu e prefaciou “Rumo ao Mar Branco”, para a Editora Livros do Brasil, de Portugal. No prefácio, Daniel Jonas escreve: “É claro que este esqueleto de ‘In Ballast’, não sendo propriamente o cadáver do romance enfunado de Lowry, não deixa de se constituir como uma espécie de caveira sobre a qual espreitamos num afã anatomo-patológico de tentarmos imaginar como seria a sua carne, a sua pele e as suas feições”. O romance é uma obra inacabada. Malcolm Lowry cultivava a “estética do excesso”. O resenhista sublinha que o romance, que ficou menor do que o autor pretendia, “idealmente excessivo teve o fogo como grande editor. Na verdade, grande da enorme qualidade literária das obras do autor inglês deve-se exatamente a esse ‘excesso’, ao nível de profundidade a que por vezes chega com o excesso de efeitos aplicados na escrita, incluindo múltiplas intertextualidades e contínuos diálogos surdos com autores que são sempre convocados”.