Por Euler de França Belém

[caption id="attachment_59511" align="alignright" width="620"] Deputado estadual Adib Elias | Foto: Y. Maeda[/caption]
Depois de dialogar com a Procuradoria da República, o Tribunal de Contas dos Municípios vai repassar ao Tribunal Regional Eleitoral a lista dos políticos com contas públicas rejeitadas — os “populares” fichas sujas — no dia 2 de agosto deste ano.
O TRE junta as listas do Tribunal de Contas da União, do Tribunal de Contas do Estado e do TCM e decide quem não poderá disputar eleição no dia 2 de outubro deste ano. É o TRE, e não os tribunais de contas, que decide pela impugnação ou não de candidaturas. Rigorosa, a Justiça Eleitoral cobrou informações inclusive sobre as multas aplicadas aos políticos (vereadores e prefeitos). Sinal de que a mão será pesada com políticos corruptos ou desorganizados.
Nem todos os mencionados na lista do TCM estarão impedidos de disputar eleição (acrescente-se que algumas contas ainda estão sendo examinadas). Adib Elias, que tem contas rejeitadas, poderá disputar? É provável, mas com liminar.
O Palácio do Planalto informou ao governo de Goiás que o leilão da Celg vai sair a qualquer momento. O presidente Michel Temer comentou que assim como o governo goiano quer dinheiro para concluir obras, o governo federal precisa dos bilhões da privatização para ajustar suas contas.

[caption id="attachment_44216" align="alignright" width="620"] Foto: Alexandre Parrode[/caption]
O PMDB adotou a seguinte estratégia: nos municípios em que não tem candidato consistente vai bancar o postulante que tem condições de derrotar o candidato do governo do Estado. Em Itumbiara, o quadro é complicado. Porque, se José Gomes da Rocha (PTB) puder disputar — o deputado federal Jovair Arantes (PTB) garante que não há nenhum empecilho —, não há espaço para a renovação. O petebista pode encomendar o terno da posse. Bancado por uma aliança entre o PSB, o PPS e o PMDB, o ex-vereador Gugu Nader sustenta que lidera as pesquisas — desde que o nome de Zé Gomes não seja listado. “Acredito que, dada a movimentação política, o candidato será mesmo o prefeito Chico Balla. Eu tenho plenas condições de derrotá-lo”, afirma Nader.

[caption id="attachment_68316" align="alignright" width="620"] Divulgação[/caption]
Apontada como executiva do primeiro time, além de ser uma articuladora nata — pelo menos três partidos cogitaram lançá-la pra deputada —, a superintendente da Caixa Econômica Federal em Goiás, Marise Fernandes de Araújo, vai ocupar cargo de direção em Brasília. A nomeação vai sair nas próximas semanas. Com trânsito livre em vários partidos, dado ao fato de ser diplomática, Marise mantém relacionamento cordial com o governador Marconi Perillo (PSDB).

[caption id="attachment_68314" align="alignright" width="620"] Iris Rezende: sempre é candidato quando diz que não é candidato[/caption]
Um fato intriga os políticos: Iris Rezende é “mais” candidato quando diz que “não é” candidato. Mas há quem aposte que, desta vez, o peemedebista pode ficar fora da disputa, surpreendendo os especialistas em Iris — os “irislogistas”. O Jornal Opção saiu a campo e ouviu seis peemedebistas. Três são iristas de carteirinha. Dois são ligados ao deputado federal Daniel Vilela e ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. O último é quase anti-irista. Os seis concordam num ponto: Iris tem mesmo vontade de disputar a Prefeitura de Goiânia. Um sublinhou: “Ele gostaria mais de ser prefeito do que de disputar a eleição. Por mais que seja saudável e uma campanha em Goiânia seja menos cansativa, trata-se de um homem que, em dezembro, fará 83 anos”.
Os políticos afirmam que Iris Rezende é um apóstolo de campanhas menos dispendiosas, sobretudo depois que deixou o poder. No momento, teria condições de reunir cerca de 3 milhões de reais, mas para sua campanha, não para fazer campanha de candidatos a vereador. O irismo avalia que os candidatos a vereador precisam mais de Iris do que este deles. Outra questão: ele estaria com receio de perder a disputa para Waldir Soares (PR) e, sobretudo, para Vanderlan Cardoso (PSB). Mas, afinal, vai ser candidato? Os seis apostam que sim. “Quando se lançar, deslancha e descola do delegado Waldir”, afirma um danielista.

[caption id="attachment_67719" align="alignright" width="620"] Divulgação[/caption]
Candidato a prefeito de Jataí pelo PMDB, Geneilton de Assis esteve no escritório político de Iris Rezende, no Setor Marista, na semana passada. Ficou perplexo com a quantidade de pessoas que estavam na casa, que parecia mais um espaço para comício do que um lugar para micro reuniões. Trata-se de uma agenda de candidato a prefeito de Goiânia, não de um “velhinho” aposentado.
“Se Iris Rezende não for candidato a prefeito, mas não permite que outro nome seja lançado, para que possa fortalecer seu projeto, só resta pensar que o decano da política de Goiás quer destruir o PMDB em Goiânia”, afirma um deputado. O parlamentar sublinha que o PMDB não tem mais tempo para construir uma nova candidatura, já que os candidatos de outros partidos já estão postos. “O delegado Waldir Soares supera os 20% e Vanderlan Cardoso aparece com cerca de 11%. Um candidato ‘novo’ do PMDB possivelmente, se lançado agora, teria no máximo 5% das intenções de voto. Portanto, se não for candidato, depois de ter impedido o ‘nascimento’ e ‘fortalecimento’ de outro postulante, isto quer dizer que se preocupa mais com ele do que com o partido. Iris pode ter vários defeitos, mas sempre pensou no partido. Terá mudado? Espera-se que não.”
[caption id="attachment_61889" align="alignright" width="620"] Foto: Renan Accioly[/caption]
Na campanha deste ano, sobretudo se Iris Rezende (PMDB) for candidato a prefeito, o petismo vai criar coragem e deve apresentar o dossiê das dívidas deixadas pelo peemedebista.
Assim como Iris Rezende está colocando “artilheiros” (Agenor Mariano na linha de frente) para “atirar” no prefeito Paulo Garcia — tratando-o como “sparring” —, o PT vai escalar seus “artilheiros” (como Luis Cesar Bueno e Humberto Aidar) para metralhar a candidatura do peemedebista. Até o asfalto “sonrisal” será apontado e criticado.
Petistas garantem que Iris Rezende fez asfalto de baixa qualidade e deixou para Paulo Garcia pagá-lo e, sobretudo, restaurá-lo.

[caption id="attachment_37045" align="alignright" width="620"] Foto: Arquivo pessoal[/caption]
A cúpula do PSDB vai trabalhar em peso na campanha do vereador Vinicius Luz para prefeito de Jataí. Aos 39 anos, com forte atuação na Câmara Municipal, trata-se de um político articulado. O que lhe falta é estrutura financeira.
Mas, se tiver o apoio necessário, tende a ameaçar a postulação do milionário Victor Priori (DEM) — que afirma liderar as pesquisas de intenção de voto — e do candidato da máquina, Geneilton de Assis, do PMDB.
Vinicius Luz é apresentado como terceira via e, sobretudo, símbolo da renovação da política de Jataí. Se o eleitor optar pela tradição, fica com Victor Priori ou com o candidato do prefeito Humberto Machado (PMDB).

[caption id="attachment_58991" align="alignright" width="620"] Foto: Renan Accioly/ Jornal Opção[/caption]
As relações entre o pré-candidato a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso (PSB), e a presidente do PSB, Lúcia Vânia, não são ruins — chegam a ser cordiais. Mas aliados da senadora continuam dizendo que ele desaparece — está sempre na Bahia ou enfurnado em Senador Canedo — e não atende candidatos a vereador. Aliados do pré-candidato afirmam que ele não vai repassar dinheiro para candidatos a vereador. Alguns deles, que se apresentam como postulantes, não estão nem definidos.
Confirmando o que o Jornal Opção havia publicado, Lourenço Filho saiu do páreo (não pode ser candidato) e vai bancar seu filho, Lourenço Neto, para prefeito de Uruaçu. Lourenço Neto, que pouco entende de política, é chamado, em tom jocoso, de “Agente Laranja”. É que, se eleito, vai ficar em casa e seu pai será o prefeito de fato. Pelo menos é o que dizem peemedebistas e tucanos. Uma coisa é certa: fale-se bem ou mal do ex-prefeito, mas o fato é que Lourenço Filho ainda tem algum prestígio na cidade. Portanto, Valmir Pedro, o postulante do PSDB, e a prefeita Solange Bertulino, do PMDB, não devem subestimá-lo. Mas resta saber se “transfere” voto para o pupilo.
Valmir Pedro é uma das grandes apostas do PSDB para prefeito de Uruaçu. Ele está montando uma frente política poderosa. O tucano é, tudo indica, o candidato “da sociedade”. Políticos, empresários e populares querem, desta vez, colocá-lo na prefeitura. Nas ruas, as pessoas dizem, brincando a sério: “É preciso ter cuidado senão até o Lourencinho Filho e a Solange Bertulino sobre em seu palanque”. O fato de ser um candidato consistente, o “mais amado” pela sociedade, não significa que Valmir Pedro pode subestimar seus adversários — nem mesmo a desgastada prefeita Solange Bertulino e tampouco Lourenço Laranja Neto.

[caption id="attachment_33363" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]
O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, bateu o martelo. Segundo um deputado, ele enviou um projeto para a Assembleia Legislativa criando um projeto criando uma secretaria extraordinária para nomear o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado.
Convidado pela equipe de Michel Temer para ocupar um cargo federal, Eduardo Machado vai optar por indicar um aliado. Ficando no seu Estado, deve se tornar uma ponte entre o governo local e o governo federal, dada sua interlocução direta com os políticos da gestão de Michel Temer.

[caption id="attachment_46277" align="alignright" width="620"] Economista Simão Cirineu | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Na semana passada, Simão Cirineu estava todo pimpão ao saber que, se Carla Abrão Costa for indicada para o Ministério do Planejamento, poderá voltar a ser secretário da Fazenda.
Porém, apesar de sua alegria, de cada dez tucanos onze (sim, é isto: o “erro” é intencional) preferem vê-lo em Brasília. Quando chefe da Sefaz, Simão Cirineu era tão duro que ganhou o apelido de Cirinão. Não dialogava com ninguém, era autoritário e só pensava em “cortes”.
Ana Carla é rigorosa, faz os cortes necessários, mas, ao menos, é aberta ao diálogo. Ela é chamada de Mãos de Tesoura (apelido que saiu pela primeira vez no Jornal Opção), é duríssima, mas não perde a ternura jamais. Relaciona-se muito bem.
Um político de Brasília conta que a equipe de Michel Temer recebe bem, anota todos os pleitos, em seguida faz o encaminhamento. Porém, quando se volta lá na semana seguinte, nada saiu do lugar. Conclusão: melhorou o atendimento, mas não a ação — o resultado. Por que a equipe de Michel Temer é incompetente e não entende de governo federal? Nada disso. A burocracia é um monstro que tem vida própria e trava as principais ações. Ela é forte não porque executa as coisas, ou põe as coisas para andar. Ela é forte porque paralisa o que quer e como quer. Por malícia, jogo político ou pura maldade.