A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, disse à militância do PT neste sábado, 9, que é preciso parar de usar o termo “bolsonarismo” e substituí-lo por “fascismo”. Janja participou de uma mesa na Conferência Eleitoral e Programa de Governo PT, em Brasília, e afirmou que, “se tudo der certo”, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) logo estará preso. Ela não utilizou diretamente a palavra “preso”, mas gesticulou com o símbolo de “atrás das grades”.

Janja criticou o ex-presidente por seus atos antidemocráticos, sua gestão da pandemia, sua interferência na Polícia Federal e suas denúncias sem provas contra as urnas eletrônicas. “A gente precisa começar a chamar as pessoas de fascistas, porque é isso que elas são. É o fascismo que mata, que nos anula, que quer nos anular. Então, a gente precisa deixar esse período para trás e mudar, virar essa chave, começar a usar o termo ‘fascista’. Deixar esse cara lá no lugar que lhe é de direito para a história, que é nada, a lata do lixo”, afirmou a primeira-dama.

Ela também defendeu o projeto do PT para o País, baseado na soberania nacional, na geração de emprego e renda, na educação, na saúde, na cultura, na ciência e tecnologia, na reforma agrária, na reforma tributária, na defesa do meio ambiente e na valorização da diversidade.

Acusações contra Bolsonaro
Bolsonaro foi condenado duas vezes à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) este ano. A primeira foi em junho, por 5 a 2, por ter abusado do poder político e dos meios de comunicação ao criticar as urnas eletrônicas na frente de diplomatas. A segunda, em outubro, também por 5 a 2, por ter abusado do poder político e econômico e praticado conduta vedada nas festividades do dia 7 de setembro de 2022. O vice na chapa, o general Walter Braga Netto, também foi considerado inelegível. Além disso, os ministros aplicaram uma multa de R$ 425 mil. 

O TSE analisou também três ações que acusaram o ex-presidente e o general de usarem eventos oficiais para fazer propaganda eleitoral e de tentarem usar as Forças Armadas para impulsionar a candidatura. Bolsonaro é alvo de inquéritos da Polícia Federal (PF) no Superior Tribunal Federal (STF). Entre os casos em que é investigado estão o das joias recebidas da Arábia Saudita e o dos cartões de vacinação. O ex-presidente é suspeito de ter interferido, pessoalmente e com a ajuda de assessores, para retirar um conjunto de joias, dado pelo governo saudita. O caso foi divulgado pelo Estadão. Como era um presente institucional, ele deveria ficar sob a guarda da Receita Federal, como patrimônio da União.

O ex-presidente também é suspeito de ter falsificado os cartões de vacinação para viajar aos Estados Unidos. Bolsonaro diz que não se vacinou contra a Covid-19, mas a PF descobriu que duas doses da vacina estavam registradas no cartão do Conecte SUS. Mauro Cid foi preso nesta investigação e solto mais tarde após delação premiada.

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