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Goiânia deve enfrentar variação de nebulosidade e pancadas de chuva nesta segunda-feira, 17
De acordo com o boletim, a capital terá sol com variação de nebulosidade, sem previsão de chuva
O alerta inclui a possibilidade de rajadas de vento, queda de granizo, descargas elétricas e alagamentos
Comurg registrou mais de 30 ocorrências relacionadas à queda de árvores e galhos após a forte chuva que atingiu Goiânia
Após um outubro seco, o início de novembro marca a retomada das chuvas em Goiás
O dia 26 de outubro representa uma festa na música brasileira. Festa para um rei negro já entronizado na dimensão do infinito. Milton Nascimento completa 83 anos, se é que o tempo ainda se aplica a quem vive em outra frequência. Talvez Bituca, como é carinhosamente chamado pelos amigos, nem perceba a data com exatidão, imerso no universo silencioso em que as mentes vão se desligando do mundo racional. Mas cada ano de Milton no plano terreno é motivo de celebração, no Brasil e onde quer que sua voz tenha chegado.

Quando o país descobriu Milton, no palco de um festival em 1967, algo mudou para sempre. A música popular brasileira ganhou novos contornos, e o Brasil ganhou uma nova alma sonora. Bituca trouxe consigo um mundo: os trens de Minas transportando melodias impregnadas do lamento africano, do grito latino pela liberdade, do improviso do jazz, da harmonia da bossa nova e da solenidade barroca das igrejas mineiras. Tudo convivendo num mesmo sopro, numa mesma melodia.
A música de Milton é o Brasil visto de dentro. Uma travessia entre o sagrado e o cotidiano, entre o chão vermelho das Geraes e o infinito das estrelas. Sua voz, aguda, terna e andrógina é um instrumento em si, uma espécie de oráculo sonoro que parece vir de outro plano. Poucos artistas no mundo alcançaram essa comunhão entre o humano e o transcendente.

Milton cantou com todos e para todos. Dividiu a cena com gigantes como: Elis Regina, Gal Costa, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, mas seu território musical sempre foi intransponível. É uma geografia própria, de montanhas e nuvens, habitada por irmãos de fé: Fernando Brant, Márcio Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Ronaldo Bastos, Lô Borges e Toninho Horta. Juntos, criaram o Clube da Esquina, um dos momentos mais luminosos da história da MPB, um manifesto poético sobre amizade, liberdade e pertencimento.
Hoje, quando o corpo já se curva ao peso do tempo e da doença, o espírito de Milton continua erguido em cada acorde de Travessia, em cada grito de Maria, Maria, em cada saudade de Cais. Ele se despediu dos palcos em 2022, diante de uma multidão emocionada no Mineirão, como quem encerra um ciclo e retorna à sua montanha interior. Mas o silêncio que se segue à sua voz não é vazio, é ressonância.
Milton Nascimento é a prova de que a música não se mede por notas, mas por presenças. A dele é uma das mais intensas que já habitaram a história do Brasil. Aos 83 anos, Milton Nascimento é memória viva de um país que ainda se descobre no espelho da própria canção.
E enquanto houver alguém que ouça “Canção da América” e sinta vontade de abraçar um amigo, Milton continuará existindo, não apenas como artista, mas como verbo: o verbo sentir.
Sugiro ouvir “Cais” é uma das obras mais simbólicas da estética de Milton. É uma canção que parece nascer do silêncio, um convite à escuta interior. A harmonia se move em ondas suaves, com acordes suspensos e transições inesperadas que sugerem a ideia de partida, travessia e retorno, temas recorrentes em sua obra.
Fique atento! Milton canta como quem medita. O timbre etéreo e o controle do vibrato criam uma sensação de transcendência; há um lirismo quase litúrgico. Observe os acordes abertos e as resoluções sutis, eles não buscam o repouso tonal tradicional, mas um equilíbrio flutuante, que espelha o sentido da palavra “cais”: o lugar entre terra e mar, segurança e viagem. O piano dialoga com o baixo e a bateria em textura mínima, mas profundamente expressiva. Cada nota tem peso emocional.
“Para quem quer se soltar, invento o cais...”
O verso inaugural já define a canção como metáfora da liberdade, do recomeço e do acolhimento. E quando ele canta, parece falar de todos nós: dos que partem, dos que ficam, dos que buscam um porto onde repousar a alma. Porque Milton não canta apenas notas: ele acende luzes. E cada vez que sua voz for ouvida, o Brasil se reencontra consigo mesmo, mais sensível, mais humano, mais inteiro.
Ouça “Cais” e deixe que a música de Milton te devolva o que o tempo não conseguiu levar.
A Livraria Palavrear fará 8 anos, sexta-feira, 24 de outubro. É o aniversário do meu sonho. A livraria que a Natália menina/adolescente/mulher sempre sonhou.
Desse jeitinho, como se alguém tivesse materializado, literalmente, cada pensamento que sempre tive de como seria uma livraria. E foi. A escrita, sempre que é para falar da Palavrear, será emocionada e apaixonada, porque é assim que eu a vivo.
Livrarias de rua parecem sempre ter um ar utópico, algo pertencente à categoria de negócios feitos para não dar certo. Ainda bem que não o são. Ainda.
Pois a Palavrear está aqui, como uma celebração de que os livros ainda resistem, permanecem e seguem como uma das formas para ler o mundo.
Sempre digo que, por trás de cada livraria, há uma pessoa sonhadora. Assim, vou continuar sonhando com muitos anos a mais para a Palavrear, mesmo que um de cada vez.
Acreditando na sobrevivência, resistência e lutas, mínimas e necessárias, de uma livraria de rua. Pois investir nos livros exige um bocado de otimismo e perseverança. E otimismo. E paciência. E paciência. E mais uma dose de otimismo.
Sou, por natureza, uma otimista angustiada, e é assim que conduzo uma livraria de rua. Vejo um mercado que sangra aos poucos, mas que sempre tem os que, como eu, são afeiçoados pelo passeio nas estantes, pela descoberta de novos livros, autores, editora; pela epifania de que, em uma livraria de rua, o tempo pode ter seu descompasso.
A Palavrear ter nascido no mesmo dia do aniversário de Goiânia não é uma coincidência. Faz parte da nossa essência o senso de comunidade, de criar um espaço vivo e acolhedor para as pessoas se encontrarem, trocarem ideias e celebrarem a cidade através dos livros.
Nossa comemoração esse ano é mais modesta. As agruras de um comércio esbarram também em um negócio afetivo, mas ainda assim é uma celebração e agradecimento a cada cliente.
Modesta, mas nem por isso menos importante no nosso principal objetivo: agradecer a cada um dos clientes que apoiaram e mantiveram a Palavrear viva nesses 8 anos.
Na sexta, feriado aqui em Goiânia, teremos a nossa tradicional feira de livros, com muitos descontos. E mais do que uma feira, a celebração é um agradecimento aos leitores e à cidade que ajudaram a construir a história da Palavrear. Um presente para quem acolhe a literatura.
Além de oito editoras com um desconto ainda mais especial, sendo elas:
- Cia das Letras;
- Record;
- Unesp;
- Dublinense;
- Veneta;
- Carambaia;
- Boitempo;
- Editora 34.
E também um brunch, das 09h às 12h, pensado especialmente para a data, também em homenagem ao aniversário de Goiânia. Um convite para festejar a existência e a resistência das boas histórias nessa cidade.
Sabemos que nosso desconto não vai ser nem de perto o que a Amazon pratica em algumas datas, e nem é nossa intenção isso. Afinal, para ela ter esse desconto, como já destacamos várias vezes, ela sufoca pequenas editoras e, futuramente, a bibliodiversidade e pequenas livrarias, que deixarão de existir.
Ela é uma gigante que trabalha com volumes enormes, e muitas vezes vende livros até abaixo do preço de custo, porque ganha em outras frentes.
Nós, livrarias de rua, fazemos o oposto: cada livro vendido ajuda a manter o espaço vivo, a pagar os salários da equipe que te atende, a luz que acende o cantinho de leitura, o café quentinho que te espera, o aluguel dessa casa linda que acolhe, os eventos literários gratuitos que a gente faz com tanto carinho.
Comprar aqui é escolher fazer parte de uma comunidade que acredita que livro é mais do que produto. Ele é encontro, é conversa, é afeto.
Para evitar o predadorismo, temos aí a Lei Cortez, que é o respeito ao preço de capa, onde os lançamentos devem ter o mesmo preço por 12 meses.
Mais justo para todo mundo, não é mesmo?
Ano passado li ou ouvi, em algum lugar, não me lembro ao certo, que “7 anos para uma livraria de rua é como 91”. Gostei da analogia e, seguindo essa lógica, 8 anos da Palavrear equivalem a 104.
8 anos para uma livraria de rua é uma vitória! Não só para quem está envolvido no negócio, mas para a comunidade que se cria em torno dela: a livraria.
Livrarias são ponto de encontro, espaços de trocas e afetos. Por aqui, já vimos amizades serem feitas, relações estreitadas, afeições serem construídas, relacionamentos iniciarem. Vimos crianças crescerem, famílias aumentarem, casamentos acontecerem.
Somos muito mais que uma livraria. Uma comunidade. Afeto. Dedicação. Amor em cada evento que fazemos gratuito.
Dedicação em cada lembrancinha presenteada como experiência a mais no Clube Contemporâneo. Afeto em toda decoração do Clube Palavreando pelo Mundo. Comunidade em cada um que chega para o Clube de Poesia Goiabeira.
E temos um orgulho danado de abrigar, aos pés da nossa goiabeira, esse clube de poesia, que nasceu e foi fundado por três queridos participantes do Clube Contemporâneo: Adriana, Renato e Ricardo.
Fica aqui registrado meu agradecimento por me acolher nesse caminho e fazer da Palavrear o cenário onde a poesia se encontra.
Obrigada por nos escolherem.
Agradeço a cada um que permanece nos clubes, aos que ocupam a livraria, aos que confiam em nossa curadoria, nossa indicação.
A quem prioriza a compra aqui, nesse espaço físico.
A quem escolhe esperar o livro chegar, na contramão da pressa, da entrega rápida, ao avesso de um mundo que não pensa em pausas.
A quem caminha ao lado, que vive, respira e faz a Palavrear.
A quem escolhe a casa e suas sombras para clubes de leitura, mesmo com as adversidades externas.
A cada cliente que passa para um café. Aqueles que vêm todos os dias. Os que vêm de vez em quando. Os que vão a todos os clubes. Os que vão só em um. Os que acompanham os livros, mas não vão, mas sempre estão por aqui, entre nossas prateleiras.
A cada um, de verdade: meu muito obrigada por fortalecer, manter e gostar da minha, da sua, da nossa Palavrear.
P.S: não posso finalizar sem agradecer a duas pessoas, em especial:
José, meu eterno livreiro. Acho sempre inconcebível, chegar na Palavrear e não te ver.
Adriana Crispim, representando todos os clientes Palavrear: meu eterno obrigada por ser, viver, pensar e respirar a Palavrear. Se chegamos até aqui, aos oito anos, foi graças também a sua amizade, amor pelos livros/livraria, e sua incondicional parceria. Seguimos juntas!
Então, nesse aniversário de oito anos, a gente te convida pra celebrar com a gente:
Para aproveitar o desconto especial, claro, mas também para brindar à história que construímos juntos, página por página. A celebrar a livraria de rua, independente, feita de pessoas para pessoas, com alma.
Feita de quem ama livros.
Vem comemorar com a gente, esses oito anos de muita paixão, muita dedicação, muito trabalho. Pois é amor, mesmo quando existe medo, angústias e preocupação.
“Onde termina a identidade de um livreiro e começa a sua livraria?” Jorge Carrión

Cimehgo emite alerta para 131 municípios goianos
Ao menos 62 municípios estão em alerta para risco de tempestade, incluindo Goiânia
Previsão indica que a umidade pode chegar a níveis entre 21% e 30% no período da tarde em diversas regiões do estado
Mesmo com o frio, o inverno deste ano não deve ter os fenômenos do El Niño ou La Niña, que alteram os padrões climáticos
Previsão do tempo indica níveis entre 21% e 30% durante o período da tarde, o que caracteriza nível de atenção, segundo a OMS
Temperaturas devem cair, especialmente no Sudoeste goiano, após passagem da frente fria
Combinação de calor e umidade da frente fria pode causar pancadas de chuva irregulares
A recomendação é para que os foliões, que ainda têm pelo menos dois dias de carnaval, redobrem os cuidados com a hidratação e o uso contínuo de protetor solar
