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Em 2018, se houver intervenção agora, o PSD subirá no palanque do peemedebista

O que o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia quer de verdade é ampliar sua frente política, absorvendo Thiago Peixoto e Vilmar Rocha

[caption id="attachment_82039" align="aligncenter" width="620"] Governador Marconi Perillo com sua equipe e base aliada | Foto: Lailson Damasio/Gabinete de Imprensa[/caption]
Se dependesse só do tucano-chefe, a reforma do governo seria mesmo radicalíssima. Frise-se que houve até a cogitação de uma renúncia coletiva, com o objetivo de limpar o governo das vacas sagradas.
Porém, dadas as alianças político-partidárias, que são decisivas para se ganhar eleições, Marconi Perillo recuou de uma reforma mais profunda.

[caption id="attachment_77448" align="alignright" width="620"] Iris e Gustavo durante caminhada | Foto: Paulo José[/caption]
Segundo um peemedebista, o PMDB vai diminuir os ataques ao governador de Goiás, Marconi Perillo, PSDB, em 2017. Motivo: os prefeitos das cidades maiores, como Iris Rezende e Gustavo Mendanha, não querem guerra.
Os prefeitos estão cada vez mais realistas. Maguito Vilela fez uma excelente administração em Aparecida de Goiânia sem brigar com ninguém.

O fato é que prefeito que não estiver afinado com o governo do Estado terá dificuldade para administrar suas cidades

[caption id="attachment_82285" align="alignleft" width="620"] Lúcia Vânia, Ana Carla Abrão e Marconi Perillo[/caption]
O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, e a senadora Lúcia Vânia, do PSB, beberam o vinho da paz. Depois de um período de crise, em grande parte gerado por intrigas de aliados — querem ver os dois brigados —, voltaram a discutir política e economia em alto nível. Na verdade, o tucano e a presidente do PSB nunca deixaram ser amigos, apesar dos estremecimentos eventuais. O certo é que marcharão juntos em 2018, como candidatos na mesma chapa.

O prefeito eleito afirma que, se Ronaldo Caiado for o candidato da aliança PMDB-DEM, a tendência é que Maguito Vilela dispute o Senado. Aí Iris Araújo estaria fora do processo

O principal prefeito eleito da base governista é Roberto Orión, de Anápolis. Políticos da cidade querem mais espaço no governo de Marconi Perillo

O prefeito de Aparecida e o deputado federal terceirizam seus conflitos políticos e talvez até torçam para que Vanderlan Cardoso retire Iris Rezende de vez do caminho político do PMDB
A deputada federal Magda Mofatto (PR), se Waldir Soares (PR) não for para o segundo turno na eleição para prefeito de Goiânia, tende a subir no palanque de Iris Rezende (PMDB), e não no de Vanderlan Cardoso (PSB). Por quê? Porque, como quer disputar mandato de senadora, não vai fortalecer a senadora Lúcia Vânia (PSB), que deve disputar a reeleição em 2018. Claro que se trata de uma tendência, pois evidentemente o primeiro turno ainda será disputado daqui a vários dias. Mas a lógica do comentário acima é quase irretorquível, apesar de possíveis contestações da parlamentar. O que se disse sobre a líder política de Caldas Novas nada tem a ver com deslealdade; o fato é que Magda Mofatto é uma outsider, e não se liga, de maneira definitiva, a nenhum grupo político. No momento, está tentando constituir e consolidar uma corrente política, com um objetivo definido: cacifar-se para a disputa de uma vaga no Senado, em 2018.

Há quem aposte que, na verdade, o possível candidato do PMDB a prefeito de Goiânia quer reduzir o custo de sua campanha

Jovair Arantes (PTB) desmentiu para aliados que esteja tentando emplacar seu filho, o deputado estadual Henrique Arantes, como vice de Iris Rezende, em Goiânia. O deputado federal continua bancando Luiz Bittencourt para prefeito. O petebista pretende disputar a presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2017 e precisa do apoio do governador Marconi Perillo, que conta com 13 deputados federais. Iris não tem nenhum deputado federal.

[caption id="attachment_64306" align="aligncenter" width="620"] Foto: Renan Accioly[/caption]
A senadora Lúcia Vânia trabalha para que Vanderlan Cardoso seja o candidato único da base governista a prefeito de Goiânia — com o apoio do PSDB e partidos da base aliada. A presidente do PSB estaria articulando com Maguito Vilela: colocaria Marlúcio Pereira para apoiar Gustavo Mendanha (em Aparecida) e, se Iris Rezende não for candidato em Goiânia, conquistaria o apoio do peemedebismo para seu candidato.
Política articulada, Lúcia Vânia está de olho na reeleição em 2018. Magda Mofatto, sua principal concorrente, banca a campanha do delegado Waldir Soares para prefeito de Goiânia.

[caption id="attachment_58178" align="alignright" width="620"] Giuseppe Vecci e Vanderlan Cardoso: os dois podem estabelecer uma aliança no primeiro turno, com o o tucano disputando para prefeito e o segundo como seu vice. Por enquanto, são conversas[/caption]
Políticos não dormem no ponto e articulam em tempo integral. Mesmo sabendo que as atuais pesquisas retratam mais conhecimento do que preferência real, eles se preocupam com os números — e por isso intensificam a pré-campanha que, na verdade, é uma campanha nada disfarçada. No momento, há dois pré-candidatos que descolaram — Iris Rezende, do PMDB, e Waldir Delegado Soares, do PR. Eles são os postulantes mais conhecidos. No segundo pelotão, aparecem Vanderlan Cardoso, do PSB, e Adriana Accorsi, do PT — quase empatados. Em seguida, tentando alcançá-los, aparecem Giuseppe Vecci, do PSDB, Luiz Bittencourt, do PTB, e Francisco Júnior, do PSD.
Os políticos que aparecem com menos destaque nas pesquisas de intenção de voto — Vanderlan Cardoso, Adriana Accorsi, Giuseppe Vecci, Luiz Bittencourt e Francisco Júnior — são aqueles que, nas pesquisas qualitativas, recebem menção como gestores. Porém, menos conhecidos do que os líderes populistas — Iris Rezende e Waldir Soares —, até agora não decolaram.
O fato de não terem decolado preocupa alguns dos postulantes, que começam a conversar entre si. Giuseppe Vecci, Vanderlan Cardoso e Luiz Bittencourt abriram conversações — o que não significa sublinhar que já definiram o quadro de alianças. Na verdade, trata-se de uma abertura ao diálogo, um sinal de boa vontade. Vanderlan Cardoso conversou recentemente com o governador Marconi Perillo e com Giuseppe Vecci.
Ao governador, Vanderlan Cardoso sugeriu que, se sair do jogo, aumentam as chances de Iris Rezende ser eleito no primeiro turno. A um aliado, o pré-candidato do PSB apresentou a versão de que, se não deslanchar até julho, um pouco antes da convenção, pode retirar seu time de campo. Teme uma terceira derrota consecutiva — as duas anteriores foram para o governo do Estado — o que o cristalizaria como um político perdedor. O postulante do Partido Socialista Brasileiro gostaria de obter o apoio do tucano-chefe e de seu grupo político. Ele acredita que, se isto acontecer, aos poucos se aproximará tanto de Iris Rezende quanto de Waldir Soares. Porque sua avaliação como gestor é positiva.
Porém, se Giuseppe Vecci crescer até julho, será possível uma aliança com Vanderlan Cardoso, com aquele para prefeito e este para vice? No momento, parece uma coligação impossível — dado o fato de que o tucano ainda está bem atrás do socialista. Mas, se o deputado federal crescer um pouco mais, aproximando-se de Adriana Accorsi e Vanderlan Cardoso, não será nenhuma surpresa se este retirar sua candidatura para apoiá-lo.
Há outra possibilidade. Vanderlan Cardoso pode ser vice de Giuseppe Vecci em Goiânia e o PSDB pode bancar seu candidato, o empresário Zélio Cândido, para prefeito de Senador Canedo. É possível que, se não deslanchar, o pré-candidato seja substituído por Izaura Cardoso. Se candidato a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso não terá como bancar sua mulher. Entretanto, se optar pela vice do tucano, não haverá problema algum de lançá-la.
Vale ressalvar que nem todos os dados foram lançados. A aliança entre Giuseppe Vecci e Vanderlan Cardoso é possível, mas ainda não está definida. Se for confirmada, não será agora, e sim entre o final de julho e o início de agosto (prazo final das convenções). Acrescente-se que o tucano e o socialista se respeitam e se elogiam, pública e privadamente.

[caption id="attachment_55344" align="aligncenter" width="609"] Marconi Perillo e Maguito Vilela: uma aliança possível para 2018?[/caption]
Pode parecer loucura. Talvez seja loucura. É quase certo que se trata de loucura. Mas há quem acredite — e nada tem de maluco — que, em 2018, se processará um grande acordão político entre o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o PMDB do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Marconi Perillo disputaria o Senado e Maguito Vilela seria o candidato a governador de uma ampla coligação anti-caiadista e anti-irista. Um peemedebista disse ao Jornal Opção: “Quem viver, se quiser, verá”.
A tese é complicada. Mas o peemedebista sugere que há alguma lógica, ou lógicas, como prefere. Ele frisa que o ciclo do tucanato está se esgotando e que uma aliança com Maguito Vilela poderia renová-lo. Ao mesmo tempo, a aliança seria uma maneira de dividir as oposições. Num campo, “encorpados”, marchariam Marconi Perillo e o peemedebista — e, noutro campo, marchariam Ronaldo Caiado, provável candidato a governador, e Iris Rezende.