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Investigado na Operação Lava Jato, o lobista Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, se apresentou nesta terça-feira (18/11) na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Baiano, que é apontado como operador do PMDB no esquema na Petrobras, estava foragido desde a última sexta-feira (14). Nos depoimentos dos delatores, Fernando era citado como quem cobrava propina em nome da legenda partidária, que nega as acusações. Agora o mandado de prisão do foragido Adarico Negromonte Filho é o único que falta para ser cumprido os 25 emitidos pela Justiça.
Envolvidos são suspeitos de participação em um esquema criminoso de superfaturamento de contratos e obras da Petrobras

Segundo os procuradores, parte dos desvios de recursos públicos eram repassados a partidos políticos por meio do doleiro Alberto Yousseff

Cada uma das diretorias dos partidos envolvidos no esquema tinha um operador indicado de dentro do esquema de lavagem

“É uma pena, temos uma tese jurídica que era importante no STJ”, lamentou seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay
O processo de coleta de depoimentos e provas vai até o dia 24 de julho. A partir desta data, o relator tem 10 dias úteis para apresentar o parecer final
Paulo Roberto da Costa repudiou e acusou a imprensa por divulgar “dezenas de fatos irreais"
Segundo o juiz, os comprovantes estavam no escritório do doleiro Alberto Youssef, durante o cumprimento dos pedidos de busca e apreensão da Operação Lava Jato
O juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a Polícia Federal (PF) concluiu que a pessoa que trocou mensagens com o doleiro Alberto Youssef é o deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR). Diante da conclusão, o juiz decidiu que enviará ao Supremo, na próxima semana, parte da investigação da Operação Lava Jato na qual o deputado é citado. De acordo a lei, autoridades com prerrogativa de foro só podem ser investigadas com autorização da Corte. Segundo o juiz, André Vargas não é investigado na Operação Lava Jato. No entanto, a suspeita de envolvimento entre o parlamentar e o doleiro foi descoberta durante as investigações. “Durante a investigação, especificamente a interceptação telemática de Alberto Youssef, foram colecionadas, em encontro fortuito de provas, mensagens trocadas com pessoa que se identificava como 'Vargas'. Somente mais recentemente, após as buscas e apreensões, a Polícia Federal concluiu que referida pessoa seria André Vargas, deputado federal, e depreendeu, do conteúdo das mensagens, possível caráter criminoso”, informou o juiz. Moro também ressaltou que está reunindo todas as provas do suposto envolvimento de Vargas e o doleiro para enviá-las ao Supremo. “Em relação a André Vargas, consta possível recebimento de vantagem de Alberto Youssef, consistente no pagamento de viagem de avião, e ainda possível tráfico de influência para a obtenção pela empresa Labogen S/A Química Fina e Biotecnologia de Parceria para Desenvolvimento Produtivo – PDP junto ao Ministério da Saúde”, escreveu. “Nenhum desses fatos é objeto das ações penais acima referidas e nenhum deles está, após a identificação do suposto envolvimento de André Vargas, sendo investigado atualmente perante este juízo”, acrescentou o magistrado. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada em abril diz que Vargas usou um avião do empresário para uma viagem a João Pessoa. Segundo o jornal, o empréstimo da aeronave foi discutido entre os dois por mensagens de texto no início de janeiro. Em outros textos, Vargas e o doleiro discutiram assuntos relacionados com contratos com o Ministério da Saúde. As informações do juiz foram repassadas ao ministro Teori Zavascki por causa do julgamento de uma reclamação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contra decisão do juiz federal que determinou sua prisão. A Agência Brasil procurou a assessoria de Vargas, mas não conseguiu entrar em contato.
Paulo Roberto Costa é acusado de desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima

Dos 31 mandados de prisão temporária e preventiva cumpridos, 15 pessoas permanecem presas. Dois suspeitos seguem foragidos
[caption id="attachment_1720" align="alignright" width="764"] Doleiro Alberto Yousseff, preso pela Operação Lava-Jato e apontado como chefe do grupo[/caption]
Os relatórios finais da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, foram concluídos na última terça-feira (16/4), final do prazo legal. Quarenta e seis pessoas foram indiciadas por formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Entre os indiciados estão o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
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Outros dois doleiros também foram indiciados, mas suas identidades estão sendo mantidas sob sigilo pela PF, sendo que nos próximos dias poderão ser apresentados complementos aos relatórios finais com base em estudo do material apreendido. Há possibilidade de investigações autônomas dos crimes de corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, desvio de recursos públicos, sonegação fiscal e fraude em licitação.
A Operação Lava-Jato foi deflagrada em 17 de março após investigações que chegaram a um esquema ilegal que movimentou R$ 10 milhões. Segundo a PF, o grupo, liderado por Alberto Yousseff, também praticou os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisa. O cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão foram divididos em duas etapas, sendo que a segunda ocorreu no último dia 11. Na ocasião o alvo foram contratos intermediados por Paulo Roberto Costa enquanto funcionário da Petrobras. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da estatal no Rio de Janeiro.
O saldo das duas etapas contabiliza 25 veículos apreendidos, centenas de joias e obras de arte apreendidas e que ficarão em custódia do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Um total de R$ 6 milhões em espécie foi apreendido. Foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e 12 de temporária, sendo que 15 pessoas permanecem detidas e duas seguem foragidas. Cento e cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos.