Resultados do marcador: O médico e o monstro

Vítima, que na época tinha entre 3 e 5 anos, disse à polícia que vereador a deixou nua no chuveiro e a espancou – Local descrito pela criança, hoje com 13 anos, pode ter sido um motel
Goiás avaliou que o senador Ronaldo Caiado (DEM) havia mudado e se tornara um político moderno. Ledo engano.
Na semana passada, ao perder o debate sobre a venda da Celg, o senador do DEM perdeu as estribeiras e deixou transparecer quem de fato é: um político dado à truculência. Tanto que ameaçou bater no ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, do PMDB.
O conflito só não transformou em luta de MMA porque Eduardo Braga não quis ir para a rua brigar. Imagine se o ministro tivesse ido. Ronaldo Caiado o teria matado?
O político do DEM é um bom valor, é articulado, mas precisa domar seu temperamento.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), trata o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), com respeito e polidez. O peemedebista sempre elogia o caráter republicano do governo do tucano. Já o filho de Maguito Vilela, o deputado federal Daniel Vilela (PMDB), faz ataques raivosos ao governador Marconi, mesmo sabendo que, se disputar o governo em 2018, não vai enfrentá-lo. A estratégia adotada, portanto, é um ponto fora da curva.
As pesquisas de intenção de votos exibem Iris Rezende, candidato do PMDB a governador de Goiás, estagnado. Isto significa que a bateção de sua campanha, tanto na televisão quanto nos comícios e reuniões, não está funcionando. Mesmo assim, Luiz Felipe Gabriel e Dimas Thomas, longe de fazerem uma campanha propositiva para seu cliente, Iris Rezende, estão propondo mais “bateção”. Pesquisadores e marqueteiros avaliam que candidatos que “batem” de modo excessivo não são levados em consideração pelos eleitores. “Iris está se apresentando de uma maneira que acaba consolidando a imagem de que é, ao mesmo tempo, o médico e o monstro. Ele está assustador, rancoroso, violento — parece o Lobo Mau da fábula. Os eleitores não estão aprovando. O que surpreende é que seus marqueteiros, profissionais de gabarito, não consigam fazê-lo enxergar a realidade. A exposição do bom velhinho imprecador não está pegando bem. Pelo contrário, está pegando muito mal”, diagnostica um pesquisador. Iris está sendo apresentado e, portanto, visto como o político que xinga, mas não propõe uma alternativa crível. Além disso, toda vez que se mostra como moderno, Iris apresenta uma argumentação arcaica, antimoderna. Não adianta se dizer moderno se a forma não o é. O corpo fala, já disseram. Os marqueteiros deveriam tentar levar um Iris mais ameno e menos ácido e árido para a televisão. Afinal, ele não é mocinho de novela mexicana nem bandido de filme de faroeste. É um político de valor, sério e competente.