Inovação do agro cria novas profissões em busca de sustentabilidade
30 junho 2024 às 09h49
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O agronegócio sempre foi um dos pilares da economia brasileira. O setor é conhecido por romper barreiras, inovar e sustentar o crescimento do país. O agro sempre buscou novas tecnologias para facilitar a manufatura dos processos, otimizar tempo e automatizar.
A inovação começou com o uso de drones, que são cada vez mais utilizados na aplicação de agrotóxicos e fertilizantes e no mapeamento de pragas. Além disso, outras ferramentas de análise de solo, de plantio, colheita e de controle de qualidade auxiliam no gerenciamento de insumos e materiais a fim de reduzir perdas e custos adicionais.
Além dos drones, outras tecnologias são essenciais para o campo. Ao Jornal Opção, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Senar), Dirceu Borges, afirmou que a lista é vasta e servem para auxiliar na produção em massa do setor. “Essas tecnologias trazem uma maior sustentabilidade para o setor, para atividade, competitividade e claro, lucro para os nossos produtores que estão cada vez mais atentos e utilizando essas tecnologias”, diz.
Esses processos são responsáveis por um grande passo na inovação do agronegócio. Eles são utilizados, por exemplo, para monitorar uma plantação com mais facilidade e praticidade, utilizando de informações enviadas por aplicativos.
A tecnologia também auxilia na sustentabilidade, que é algo que vem sendo buscado pelo agronegócio. Elas permitem o aumento do rendimento agrícola, que garante o abastecimento da cadeia produtiva de alimentos, sem prejudicar o meio ambiente.
De acordo com Dirceu, as novas tecnologias aumentam a produtividade e eficiência, com sustentabilidade. Isso, para ele, é “um grande ganho para o agronegócio, onde essas tecnologias vêm aumentar a eficiência, seja na utilização de insumos, seja na automação de tarefas ali, seja na produtividade e também, claro, prezando sempre a sustentabilidade tanto ambiental como do negócio”.
Para ele, o avanço tecnológico traz um equilibrio que ocorre com a diminuição de custos e o aumento da sustentabilidade. “Os benefícios principais são a redução de custos no que tange a econômia e a sustentabilidade ambiental do negócio. O agro tem utilizando, por exemplo, questões de tecnologia na irrigação, onde você tem aí uma irrigação inteligente ou por gotejamento, você tem um aumento de 25 a 30% na eficiência do uso da água e um aumento aí de 15 a 20% na produtividade de algumas culturas”, diz.
“Colhetadeiras inteligentes, autônomos, aumentam aí até 10 a 15% na eficiência operacional nos custos de colheita ou plantio. A agricultura de precisão, onde a gente fala de geolocalização e mapeamento, a gente pode levantar dados aí numa redução de 10 a 15% no uso de insumos agrícolos e aumento de 15 a 20% na produtividade, então isso são dados”, continuou.
Emprego e capacitação
O superintendente avalia que com o avanço tecnológico os empregos mais antigos devem se manter, mas abrindo espaço para novas profissões. “Várias profissões ali no campo se mantêm, como a gente diz, com um perfil aprimorado, mais capacitado para operacionalizar todas essas tecnologias. Mas também vem surgindo outras como engenheiros de automação agrícola, para o desenvolvimento de manutenção de equipamentos automatizados, tem o especialistas em IoTs agrícolas, que fazem a instalação e manutenção desses sensores; técnicos em agricultura de precisão, engenheiro de irrigação, especialistas em bioinsumos, biotecnologia, analista de imagens de satélites, pilotos de drones, esses são os que vêm surgindo. Mas claro que não descartamos os demais”, afirma.
De acordo com o professor Alisson Harmyans, da Escola de Agronomia da UFG, a capacitação contínua amplia chances de emprego com salários melhores. “As capacitações contínuas em novas tecnologias agrícolas ampliam as chances de emprego e melhores remunerações, devido à escassez de mão de obra qualificada e o dinamismo do setor. A cada safra chegam novos mecanismos que facilitam a vida do produtor na corrida por melhores resultados. Na maioria das vezes, a capacitação humana não segue o ritmo da inovação”.
O professor avalia que, do ponto de vista operacional, é necessário capacitação profissional. “O desenvolvimento profissional por meio da capacitação adequada proporciona o conhecimento de mercado e comercialização agrícola, sabendo onde e quando investir. Do ponto de vista operacional, o profissional qualificado, está apto a conduzir novos equipamentos e maquinários, sem receios de aderir as novas tecnologias”, completou.
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