Um produtor de soja do Estado da Geórgia (EUA) quebrou uma marca que já durava havia sete anos: a de maior produtividade em um hectare irrigado. Alex Harrell colheu 231,8 sacas do produto, ultrapassando por muito o detentor do recorde anterior, o produtor do mesmo Estado Randy Dowdy, que em 2016 havia alcançado 213 sacas de soja.

O que Alex fez nos mostrou qual pode ser o potencial genético da soja neste ambiente. Ele nos mostrou algumas técnicas que podemos usar para melhorar os rendimentos”, destacou o agrônomo Richard Roth, da Universidade da Geórgia.

Para se inscrever no concurso que o premiou, Harrell escolheu uma área de quatro hectares equipados com pivô em um campo arenoso de 24 hectares. Após a amostragem do solo em grade no outono passado, foi aplicada cal em uma taxa variável. Em seguida, o campo foi semeado com uma mistura de culturas de cobertura de inverno de aveia, centeio, triticale e rabanete.

Antes do plantio na primavera norte-americana – no primeiro semestre deste ano –, o campo foi arado para preparar o canteiro de sementes. Gesso e cama de frango também foram aplicados no pré-plantio.

Harrell selecionou Asgrow AG48X9 (Bayer) como sua variedade de soja e plantou em fileiras de 30 polegadas a uma taxa de semeadura de 34,4 mil sementes por hectare em 5 de abril. No dia seguinte à semeadura, Harrell disse que uma “chuva torrencial” caiu na lavoura, o que causou preocupação. A contagem final foi de 31,1 mil plantas por hectare.

Todas as segundas-feiras, desde a emergência até o campo ficar dessecado, Harrell coletava amostras semanais de tecido que usava para informar sua aplicação de nutrição durante a estação.

O controle de ervas daninhas foi obtido com aplicações dos herbicidas XtendiMax e glifosato. Revytek, da Basf, foi o principal fungicida empregado por Harrell. O controle de insetos foi executado em um programa de “tolerância zero”. “Não houve uma única janela de cinco a sete dias em que não fizemos algum tipo de aplicação, seja com gotas em Y, fertirrigação ou pulverização foliar”, disse Harrel. “Os percevejos são um grande problema na Geórgia, junto com as lagartas. Eu não queria que nenhum rendimento fosse perdido para um inseto”, disse o produtor.

Harrell cultiva junto com o seu pai soja, milho, trigo e melancia em cerca de 1,2 mil hectares. Até pouco tempo, ele usava quase o dobro dessa área e produzia, também, algodão e amendoim. “Optamos por reduzir nossa área plantada e estreitar nosso portfólio de culturas. Começamos a nos concentrar em maior retorno sobre o investimento por hectare e rendimentos mais elevados”, conta.

Assim, ele e o pai empregam uma regra de três para um. “Se não estiver me devolvendo 3 dólares para cada dólar que gasto, não estou ganhando dinheiro.” O atual campeão de produtividade reconhece que o seu grande mentor é o detentor da marca anterior. “Ele me deu algo para perseguir e lutar na Geórgia. Se ele conseguiu, eu sabia que também conseguiria.”

Repercussão
Embora a indústria da soja dos Estados Unidos não organize um concurso nacional de produtividade – como acontece no Brasil – as notícias sobre o feito de Harrell foram recebidas com entusiasmo pelo setor. “O que é mais emocionante do que um potencial novo recorde mundial para a soja?” disse a porta-voz da American Soybean Association (ASA), Wendy Brannen. “Estamos muito satisfeitos por Alex e toda a sua operação por terem conseguido implementar práticas agrícolas excepcionais e demonstrar quão eficaz a produção de soja nos Estados Unidos pode ser.”