Cientistas brasileiros desenvolveram um sensor para monitorar os níveis de defensivos agrícolas diretamente na casca dos vegetais. Trata-se de uma peça de feita de acetato de celulose, material produzido a partir da polpa de madeira, que pode ajudar a garantir a segurança dos alimentos. A pesquisa das universidades de São Paulo (USP) e Federal de Viçosa (UFV) foi publicada recentemente na revista Biomaterials Advances.

Agrotóxicos são amplamente utilizados para aumentar a produtividade agrícola, mas, segundo estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), apenas 50% dos agroquímicos pulverizados atingem o alvo correto. Por isso, as concentrações das substâncias nos solos, águas subterrâneas, fontes de água e produtos alimentícios deveriam ser constantemente monitoradas. 

Entretanto, as ferramentas geralmente utilizadas para analisar a concentração dos agroquímicos são as técnicas cromatográficas, cujas amostras precisam passar por pré-tratamento,  demandam instrumentos caros e especialistas qualificados. Pela longo tempo de análise e porque as técnicas cromatográficas não são portáteis, produtores rurais frequentemente deixam de medir o nível de toxicidade de seus produtos, que vão parar na mesa do consumidor. 

Os sensores eletroquímicos desenvolvidos por Paulo Augusto Raymundo Pereira, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) e coordenador da pesquisa, são uma alternativa mais viável. Combinando economia, rapidez, produção em larga escala e o fato de serem portáteis, os detectores de acetato de celulose conseguem encontrar agroquímicos diretamente no local do teste, sem necessidade de preparar de antemão as cascas e folhas dos alimentos. 

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