Mostra reúne Amaury Menezes, Confaloni, Poteiro, Sáida Cunha, Siron Franco e mais no Centro Octo Marques

O Centro Cultural Octo Marques inaugura amanhã, 21, às 19 horas, a exposição “Minha vida está aqui” – Sáida Cunha e sua coleção. A mostra ficará em cartaz até o dia 05 de novembro de 2023. A coleção
apresenta o conjunto de 82 trabalhos, sendo 17 obras da artista Sáida Cunha, 22 de Nazareno Confaloni (artista mais representado na coleção) e 43 obras de autoria de outros 15 artistas, pertencentes à sua coleção particular: Amaury Menezes; Ana Maria Pacheco; Antônio Poteiro; Cirineu de Almeida; Cléa Costa; Cleber Gouvêa; Dinéia Dutra; D.J. Oliveira, Elder Rocha Lima; Goiandira do Couto; Iza Costa; Laerte Araújo; Roos; Siron Franco; Tai Hsuan-An.

A curadoria da exposição, assinada por Divino Sobral, oferece um olhar específico sobre a coleção de obras da renomada artista plástica e professora Sáida Cunha. Ela destaca questões que atravessaram a produção de arte em Goiás: o gosto pelo aspecto artesanal desenvolvido pela oficina goiana; a valorização do retrato e da identificação psicológica e social do sujeito; a representação dos temas religiosos tutelados principalmente pelo catolicismo, sob forte influência de Nazareno Confaloni; a representação das paisagens do centro e dos arrabaldes da cidade ou da zona rural associada à pintura feita ao ar livre e a busca pela luz, pela cor e pela identidade local; o importante trabalho dos artistas professores na gênese do sistema de arte em Goiás.

A exposição traça ainda a evolução da pintura de Sáida, desde seus dias como estudante na Escola Goiana de Belas Artes, influenciada pelo ensino e pelas obras de Nazareno Confaloni e D.J. Oliveira, passando por sua produção nos anos 1980 e culminando na segunda metade da década de 1990, período em que sua pintura passou a dialogar com a produção de Amaury Menezes.

A professora desempenhou um papel fundamental na formação de inúmeros estudantes, que foram seus alunos nos ateliês de desenho da Escola Goiana de Belas Artes, onde ela própria se formou e, em 1964, tornou-se professora. Além disso, lecionou na Faculdade de Arquitetura da UCG de 1971 até sua aposentadoria compulsória em 2012. Durante sua trajetória acadêmica, ela teve a oportunidade de conviver de perto com mestres do modernismo goiano e com artistas de destaque da primeira geração formada em Goiânia. Desde jovem, Sáida Cunha também se tornou uma colecionadora de obras de arte, construindo ao longo de décadas um acervo significativo.

O título da exposição “Minha vida está aqui” foi inspirado em uma citação da própria Sáida Cunha, refletindo a profunda conexão pessoal e identificação que a artista mantém com suas obras. De acordo com a organização, a exposição é uma forma de expressar gratidão pela valiosa contribuição de Sáida Cunha à cena artística e, ao mesmo tempo, comemorar os 70 anos do início das atividades da Escola Goiana de Belas Artes, fundada em 1952 e iniciando suas aulas em 1953.