Caixa-preta de Porsche revela que automóvel estava a 136km/h quando matou motorista de aplicativo em SP

16 julho 2024 às 10h44

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A caixa-preta do Porsche conduzido por Fernando Sastre de Andrade Filho revelou que o automóvel estava a 136 km/h quando colidiu, matando o motorista por aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, que dirigia um Sandero. O acidente ocorreu no dia 31 de março, na zona leste de São Paulo.
Para determinar a velocidade no momento da colisão, a equipe técnica da empresa fez a leitura da unidade eletrônica do PSM (Porsche Stability Management), um sistema de controle de estabilidade da marca alemã. O PSM controla vários dispositivos do veículo em situações como derrapagem ou retirada abrupta do pé do acelerador.
O exame do módulo do veículo foi realizado em um pátio da fabricante, na presença de um especialista do suporte técnico da Porsche, além de uma perita criminal e peritos do Núcleo de Acidentes de Trânsito.
Outro detalhe que chamou a atenção durante a análise foi a presença de um escapamento “não original” acoplado ao motor do veículo, “implicando aumento de ruído e potência com a alteração da passagem dos gases de escapamento”.
Vale mencionar que a velocidade máxima permitida na Avenida Salim Farah Maluf, onde ocorreu a colisão, é de 50 km/h. Anteriormente, o laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, divulgado em 23 de abril, já estimava que o automóvel, modelo Porsche 911 Carrera GTS, estava em alta velocidade, a 156 km/h.
O empresário está preso desde 11 de maio na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. O local é conhecido como “cadeia dos famosos”, por receber detentos envolvidos em crimes de grande repercussão.
Defesa
A defesa se manifestou nos autos sobre a leitura do PSM do veículo: “Trata-se de ‘laudo técnico auxiliar’, que sequer está assinado (fls. 1921) – de leitura de um módulo veicular, sendo que nenhum deles (módulo, leitor e programa de leitura) é homologado ou possui certificação adequada dos órgãos de metrologia do Brasil. Tais dados seriam meramente estimatórios, sem possibilidade de revelar certeza”, afirmam os advogados do empresário.
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