Em “solidariedade” a colegas, alunos de medicina repetem foto polêmica
11 abril 2017 às 13h00

COMPARTILHAR
Depois de relatar casos de assédio que sofreu, escritora denunciou, pelo Facebook, novo caso de futuros médicos fazendo gesto interpretado como apologia ao estupro
Inspirados em um grupo de estudantes de medicina do Espírito Santo, jovens repetiram no início dessa semana foto em que aparecem vestidos de jaleco médico e fazendo gesto que remete ao órgão genital feminino e incitaria o estupro. A denúncia foi feita pela escritora Elika Takimoto em sua conta no Facebook.
Os alunos da nova imagem que tomou as redes nesta terça-feira (11/4) são da Universidade Regional de Blumenau (Furb). A instituição informou que já foi instalada uma comissão para apuração dos envolvidos, obedecendo os preceitos legais.
[relacionadas artigos=”91631″]
Ainda na segunda-feira (10), a escritora Elika Takimoto já havia postado um relato em que conta duas situações de assédio e estupro sofridas por ela em consultórios. Da primeira vez, ela afirma que estava em uma consulta oftalmológica quando tinha apenas dez anos e o médico, se aproveitando da distração da mãe, tirou seu pênis da calça e a forçou a tocar nele.
Depois, prossegue Elika, um ginecologista a apalpou durante uma consulta e ela, adolescente, não soube como reagir. “Que esses ‘futuros médicos’ jamais sejam médicos. Que a Universidade expulse todos e a sociedade entenda que não mais aceitaremos esse tipo de apologia ao estupro e ‘brincadeiras’ com esse tipo de coisa”, pediu ela.
Entenda o caso
Na legenda da foto original que motivou a “homenagem”, os estudantes da Universidade Vila Velha (UVV), do Espírito Santo, além de exibirem o gesto obsceno, também estavam com as calças arriadas e usaram como legenda da publicação a hashtag “Pintos Nervosos”.
Em nota, a assessoria de imprensa da Universidade de Vila Velha confirmou que os alunos estudam na instituição, mas não informou se eles fazem especialização em ginecologia, como foi denunciado nas redes sociais.
Mesmo assim, a instituição disse que repudia a ofensa e que iria ouvir os alunos e instaurar sindicância para responsabilizar os estudantes “que tenham transgredido as normas e códigos de ética”.
Confira a denúncia e o desabafo de Elika: