Caiado reafirma que fusão do DEM com o PTB é “inadmissível”

Em Goiânia, senador goiano defende independência do DEM. Contudo, ideia já se “alastrou” no partido e tem apoio de grandes nomes, como o prefeito ACM Neto

O senador Ronaldo Caiado (DEM) está em Goiânia neste fim de semana e participou de uma reunião organizada pela juventude do partido. No evento, ele voltou a falar sobre a eventual fusão com o PTB, a qual classificou como “inadmissível”.

Para o líder do DEM no Senado, o Democratas foi a única sigla brasileira a atravessar o período do PT sem fazer concessões. Por isso ele rechaça qualquer tipo de movimentação pela fusão do DEM “que tenha como finalidade a aproximação com a base da presidente Dilma Rousseff”.

“Somos o maior opositor ao governo petista hoje em dia, que tenta de todas as formas acabar com o DEM. Resistimos ao PSD, que estava sendo criado para acabar com o Democratas. Sobrevivemos. A hora agora seria de colhermos os frutos da nossa coerência, porque podemos andar de cabeça erguida pelas ruas”, avaliou.

Durante o evento, intitulado de “Conexão Democratas – Debatendo Novas Ideias”, Caiado verbalizou que considera inadmissível para a história do partido se fundir ao PTB. “O PTB tem grande proximidade com o governo. Se nos unirmos a ele o Democratas não será governo, nem oposição, nem nada”, resumiu. “A juventude do DEM tem de tomar uma posição sobre este assunto”, advertiu.

No entanto, Caiado é um dos poucos integrantes do DEM que defende — publicamente e nos bastidores — a manutenção da legenda. O presidente do partido, senador Agripino Maia (RN), estaria articulando, ele mesmo, a fusão dos dois partidos. Grande nome do partido, prefeito de Salvador, ACM Neto, também é tido como a favor da união.

Recentemente, a revista Veja revelou que o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), sucumbiu à tese da fusão.

Críticas

Ainda no evento, o senador explicou que as inúmeras denúncias de corrupção envolvendo o PT exigem uma tomada de posição de toda a sociedade.

Por isso, pediu “empenho” à militância jovem para pressionar o Congresso Nacional e o governo federal por mudanças. Para ele, a próxima manifestação do dia 12 de abril deve representar de forma ainda mais enfática o desejo por novos rumos.

“Depois das últimas manifestações muitas pessoas foram tomadas por um sentimento de frustração porque as mudanças não vieram. Mas este é justamente o momento de demonstrar ainda mais força. O governo não pode pensar que nos acomodamos. Temos de estimular as pessoas a participarem”, clamou.