Caiado descarta filiação ao PMDB e diz que jamais pensou em deixar o DEM

28 novembro 2016 às 10h20

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À rádio CBN, senador garante que não há articulações para trocar de partido. Se mantiver decisão, complica situação da oposição ao governo de Goiás em 2018

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) garantiu, durante entrevista à nacional da rádio CBN, que não existe qualquer negociação para se filiar ao PMDB em 2017. De forma peremptória, ele repeliu o questionamento do jornalista Mílton Jung sobre a possibilidade de uma eventual troca de partido.
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“Eu pessoalmente? De maneira alguma. Estou com muito orgulho no DEM, jamais passou isso pela minha cabeça, não existe nada disso. Tenho uma posição dentro do Democratas mesmo nos momentos mais difíceis do partido. Não tem sentido eu sair”, justificou.
A afirmação de um dos maiores críticos do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), complica a situação da oposição para 2018. Isso porque caciques peemedebistas já avisam, até em “on”, que só apoiarão Caiado ao governo caso ele se filie ao PMDB.
Derrotada desde 1998, a oposição avalia que a próxima eleição é seu passe de ouro para voltar ao Palácio das Esmeraldas — com o tucano-chefe de fora do páreo, veem grandes chances de vitória. Assim, o PMDB, como maior partido oposicionista, não aceita ficar como coadjuvante na chapa e deve bancar — caso o senador se mantenha no DEM — o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, ou seu filho, o deputado federal Daniel Vilela.
O prefeito eleito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), é aliado de primeira hora do senador e tende a defendê-lo como candidato a governador de Goiás em 2018. Contudo, até iristas de carteirinha sabem que será muito difícil convencer o partido a não ter candidato próprio — o que não aconteceria desde a redemocratização.
Vale destacar, ainda, que o Democratas é considerado um partido “nanico” no estado: apenas dez prefeitos eleitos em 2016 (três de mudança), nenhum deputado estadual e nenhum deputado federal.
Crise no governo Temer
O senador goiano comentou, ainda à CBN, a saída do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) da Secretaria de Governo. Apesar de não fazer “juízo de valor”, acredita que houve sim demora para resolver o assunto por parte do presidente Michel Temer (PMDB).
“Não se poderia era continuar aceitando que assuntos de ordem pessoal pudessem comprometer a agilidade de matérias urgentes. A sociedade sabe que a crise deveria ter sido abortada inicialmente quando ocorreu, assuntos de ordem particular não podem atingir a gestão. O presidente não pode confundir cargo com amigos”, alertou.
Porém, Caiado garante que a crise não atrapalhará a análise e aprovação de matérias importantes no Senado. “O líder do governo, senador Aloysio Nunes [PSDB de SP], tem uma grande poder de articulação e tem bom relacionamento com todos os senadores”, arrematou.