Ainda não terminou o processo eleitoral de 2014, mas já corre nos bastidores dos partidos que dominam a cena política goiana os nomes dos possíveis quadros que vão entrar na disputa pelos principais Executivos municipais de Goiás

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Montagem

Frederico Vitor

O resultado das eleições proporcionais de 2014 dá uma clara noção de como será a configuração dos partidos para o processo eleitoral municipal de 2016. Nomes que obtiveram boa votação nas urnas neste pleito já se cacifam para futuras candidaturas a prefeito nas principais cidades goianas. Também integram este grupo, figuras políticas que não competiram por uma vaga eletiva, mas que tem agendas de trabalhos como secretários ou ex-titulares de pastas, ou simplesmente por sustentarem história positiva na vida pública.

Goiânia é o ponto de partida para esta análise, já que muitos líderes partidários a considera como importante vitrine política. Apesar do prefeito Paulo Garcia (PT) não passa por um bom momento a frente do Paço Municipal, o nome de Iris Rezende (PMDB) — se não obter a vitória nas urnas para o governo de Goiás no dia 26 de outubro — ainda é muito forte nas hostes das legendas que dão sustentação a administração petista. Apesar de ter saído derrotada a reeleição à Câmara dos deputados, Dona Íris (PMDB) é cotada para levar adiante o projeto político goianiense peemedebista.

Corre nos bastidores de que o deputado federal eleito Daniel Vilela (PMDB), também pode pintar com grande força como possível candidato ao Paço. Segundo deputado federal mais bem votado (179 mil votos) nas eleições deste ano, o filho de Maguito Vilela já tem bases consolidadas em Goiânia. O deputado federal Sandro Mabel (PMDB) sempre circulou bem entre os correligionários da sigla e pode tentar viabilizar seu nome como candidato. Outro peemedebista que merece consideração é o vice-prefeito Agenor Mariano. Ex-vereador e secretário municipal na primeira gestão de Iris, ele está numa posição estratégica e tem total confiança do líder histórico de seu partido.

Mesmo com o peso da má avaliação da atual administração, o PT deve apresentar ao menos um nome a ser trabalhado até 2016. Trata-se do deputado estadual reeleito Humberto Aidar, que já teria sido recrutado pelo grupo do ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide e do deputado federal reeleito Rubens Otoni, para tentar herdar a gestão de Paulo Garcia. Outro que, a princípio é considerado como estranho no ninho, mas que chamou a atenção por seu desempenho eleitoral na capital, foi o de Vanderlan Cardoso (PSB). Dos 474 mil votos que o ex-prefeito de Senador Canedo obteve para o governo estadual, cerca de 170 mil (24,30%) foram conquistados em Goiânia, número que o condiciona à provável candidata a prefeitura da capital.

Na base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB), o presidente da Agetop Jayme Rincon, tem se destacado e não esconde a intenção de concorrer ao Execu­tivo goianiense — dizem que ele é uma unanimidade entre seus aliados. As obras do governo estadual em Goiânia, em especial os viadutos das GOs 070 e 060, a ampliação e iluminação da GO 020, a re­forma do Autódromo Interna­cional Ayrton Senna, o adiantamento das obras no Centro de Excelência e o Hugo 2 na região Noroeste, tem rendido a Rincon boa visibilidade e peso político.

O vereador e deputado estadual eleito Virmondes Cruvinel Filho (PSD), também é lembrado por quem analisa o cenário em 2016, como um nome de renovação.

 

Aparecida de Goiânia

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No segundo maior colégio eleitoral de Goiás, o prefeito Maguito Vilela (PMDB) pode bancar a candidatura de seu secretário Euler Morais (PMDB), considerado o braço direito do peemedebista-chefe. Contudo, há um impasse nas hostes internas do grupo que governa o segundo maior mu­nicípio goiano. O vice-prefeito Ozair José, do PT, que foi candidato a deputado estadual — derrotado, recebeu pouco mais de 13 mil votos — têm dito aos quatro ventos que é o candidato para suceder Maguito.

Porém, Maguito não confirma o acordo. A questão é que nem mesmo o PT tem se simpatizado com o nome de Ozair. Há rumores de que os petistas querem viabilizar a candidatura de Olavo Noleto, que também foi derrotado nas urnas para deputado federal. Se o PT bancar Olavo Noleto, um político pelo qual Maguito tem o maior apreço é provável que o prefeito apoie Euler Morais para seu vice. Em contrapartida, o PT bancaria o vice de um peemedebista em Goiânia.

Na oposição, o candidato natural seria o deputado estadual reeleito Marlúcio Pereira (PTB). Mesmo que a tarefa de desbancar o grupo de Maguito em Apare­cida seja quase hercúlea, seu nome é posicionado como certo como representante da base aliada de Marconi em Aparecida.

 

Luziânia

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Na maior cidade da Re­gião do Entorno do Distrito Federal, Marcelo Melo (PMDB) deve ser o mais forte dos candidatos ao Executivo municipal. Presti­giado pela cúpula nacional peemedebista e pelo Pros, o ex-deputado federal deve entrar na disputa com o importante apoio do ex-prefeito Célio Silveira (PSDB), que foi eleito deputado federal com 110 mil votos.
Considerado imbatível, pela capacidade de articular e agregar, Marcelo Melo é o franco favorito. Seu principal adversário é o atual prefeito Cristóvão Tormin (PSD) que ainda não conseguiu deslanchar sua administração. As bocas miúdas dos bastidores dão conta que a má fase da atual gestão favorece, e muito, as chances de Mar­celo Melo em 2016.

 

Anápolis

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O deputado federal eleito Alexandre Baldy (PSDB) é o nome certo do partido do governador Marconi à prefeitura de Anápolis. Tido como candidato natural, o ex-secretário estadual de Indústria e Comércio, foi o segundo mais bem votado — 29 mil votos, superado por Rubens Otoni com 55 mil votos — na cidade que tem o segundo maior PIB de Goiás. Caso o jovem empresário venha de fato ser candidato em 2016, pode enfrentar nas urnas o atual prefeito João Gomes (PT).

O gestor da “Manchester Goiana” tem a incumbência de levar adiante o legado de Gomide que deixou a prefeitura de Anápolis, para disputar o governo estadual, com alto índice de aprovação. Outro nome que deve disputar eleições em 2016 é o de Frei Valdair (PTB), que não conseguiu se eleger deputado federal. O trabalhista tem o apoio de seu líder partidário Jovair Arantes, e sempre consegue conquistar boa votação junto ao eleitorado anapolino.

 

Senador Canedo

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Misael Oliveira (PDT) certamente vai tentar a reeleição em Senador Canedo. Com as bênçãos de Vanderlan Cardoso (PSB) será um candidato quase imbatível, dizem que o pedetista já está com as “mãos na taça”. Apesar disso, a ta­refa de conquistar um novo mandato não será tão fácil como se imagina. Circula nos bastidores que em 2016 vai desembarcar no município a filha de Iris Rezende, Ana Paula Rezende (PMDB), considerada a herdeira política do líder histórico peemedebista.

O vereador Sérgio Bravo (Pros) conseguiu ser eleito deputado estadual com pouco mais de oito mil vo­tos. Sem dúvidas, é um provável candidato a prefeito de Senador Ca­nedo pela sigla que foi fundada com apoio do empresário Júnior Friboi.

Franco Martins que deve voltar em 2016. Ele fez sucesso como candidato nas eleições de 2012 quando sem nenhuma estrutura e filiado ao DEM de Ronaldo Caiado (DEM), passou sufoco em Misael Oliveira. Atualmente, Franco Martins é filiado ao PP do deputado federal Roberto Balestra e está bastante próximo do vice-governador José Eliton.

 

Trindade

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Na capital fé, o prefeito Jânio Darrot (PSDB) vem fazendo uma administração consistente e deve ser candidato a reeleição. Sua gestão tem sido voltada à recuperação do município e de seus equipamentos públicos, em especial na área da saúde, tendo como destaque a reinauguração do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin). O prefeito tucano poderá ter como principal adversária a deputada federal reeleita Flávia Morais (PDT). Terceira mais bem votada neste pleito para a Câmara dos deputados, com 153 mil votos, a pedetista se cacifa mais uma vez ao Executivo trindadense.

Mesmo tendo sido derrotado nas urnas em 2012, quando tentava a reeleição, o ex-prefeito Ricardo Fortunato (PMDB), possivelmente, vai tentar voltar à prefeitura. Há quem diga que o peemedebista é uma carta fora do baralho por conta do grande desgaste junto aos funcionários públicos e à cúpula da Igreja Católica durante sua mal sucedida administração. Pelo que se desenha, pode existir uma repetição do cenário da última eleição municipal: Jânio, Flávia e Fortunato.

 

Jataí

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Em Jataí, o candidato natural à sucessão de Hum­berto Martins (PMDB) é o deputado federal Lean­dro Vilela (PMDB). Do grupo capitaneado por Maguito Vilela e muito próximo de Júnior Friboi, há quem aposte numa eleição tranquila do peemedebista na segunda maior cidade do Sudoeste Goiano.

Seu adversário deve ser o produtor rural Vitor Priori (PSDB), que disputou eleições em 2012 contra Humberto Martins, e neste ano não obteve sucesso eleitoral quando tentou se eleger deputado estadual.

 

Itumbiara

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O prefeito Chico Bala (PTB) deve se candidatar a reeleição em 2016 para estender por mais quatro anos o projeto político em Itum­biara, iniciado pelo ex-prefeito José Gomes da Rocha. Caso o petebista venha conseguir mais um mandato, o mesmo grupo vai completar 16 anos de poder na mais rica cidade do Sul Goiano.

A oposição deve mais uma vez apostar em Gugu Nader (PT), que deverá ser o único desafiante — até o momento — a tentar colocar um ponto final na supremacia do PTB local. Não será uma tarefa fácil. Pelo contrário. O próprio Gugu Nader vem de su­cessivas derrotas e, neste ano, não conseguiu garantir uma cadeira na Assem­bleia Legislativa.

 

Formosa

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Em Formosa, o atual prefeito Itamar Barreto (PSD) vai tentar a reeleição. Ele deverá enfrentar nas urnas o deputado estadual eleito Ernesto Roller (PMDB), repetindo o duelo de 2012. Contudo, o contexto será outro. O peemedebista que foi secretário estadual de Segurança Pública no governo Alcides Rodri­gues (à época PP e hoje PSB), está prestigiado ao con­seguir quase 25 mil vo­tos nas eleições deste ano para deputado estadual.

Outro nome que deve entrar na disputa é o do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Tião “Caroço” — pela lei, não pode participar da vida partidária, pois tem de julgar com isenção as contas dos prefeitos. Ele nutre grande rivalidade com Ernesto Roller, seu antigo pupilo político, e não esconde a inclinação de tentar derrotar nas urnas o adversário peemedebista.

 

Rio Verde

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O atual prefeito Juraci Martins (PSD) certamente já tem ideia de quem apoiar para sua sucessão. Trata-se do deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) que garantiu mais um mandato na Câmara dos deputados em Brasília, ao obter pouco mais de 90 mil votos nas eleições do dia 5 de outubro. Caso seu nome venha se confirmar, Heuler, provavelmente, deverá enfrentar nas urnas o deputado estadual Karlos Cabral (PT) que não conseguiu se reeleger para mais quatro anos no Palácio Alfredo Nasser.

A aliança entre PT e PMDB que ocorreu em Rio Verde em 2012 não deve se repetir em 2016. Isso porque Paulo do Vale (PMDB) deve sair candidato. O peemedebista, que foi candidato a deputado federal, saiu derrotado do pleito — conseguiu 41 mil votos, destes 28 mil foram de eleitores rio-verdenses. A incógnita que paira sobre o cenário político rio-verdense para as eleições municipais é se Nayara Barcelos (PSB) será candidata. Apoiada por Vanderlan Cardoso para deputada federal nestas eleições — teve pouco mais de 11 mil votos —, a jovem de 27 anos que é ex-mulher de Heuler Cruvinel, pode ser uma surpresa em 2016.