A crença de que a Terra já recebeu visitas de extraterrestres está em alta, especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido. No Reino Unido, aproximadamente 20% da população acredita em visitas alienígenas ao nosso planeta, e 7% afirmam já ter avistado um óvni (objeto voador não identificado).

Nos Estados Unidos, essa convicção é ainda mais forte, com 34% dos cidadãos acreditando que os avistamentos de óvnis são evidências prováveis de vida extraterrestre, um aumento significativo em relação aos 20% registrados em 1996. Além disso, 24% dos americanos relatam ter testemunhado um óvni em algum momento.

Embora não haja nenhuma evidência concreta da existência de alienígenas, a crença na sua existência persiste, o que é um tanto antagônico. Além disso, considerando as imensas distâncias entre os sistemas estelares, seria curioso se a primeira prova de vida extraterrestre fosse por meio de uma visita direta. É muito mais provável que as primeiras evidências venham na forma de sinais, como ondas de rádio, emitidos de planetas distantes.

A crença em visitantes alienígenas, antes vista como uma excentricidade, agora é considerada um problema social generalizado, de acordo com um artigo aceito para publicação no periódico Proceedings of the International Astronomical Union. No artigo, argumento que essa crença cresceu a tal ponto que políticos, especialmente nos Estados Unidos, sentem a necessidade de tomar medidas sobre o assunto.

A divulgação de informações sobre supostos Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs, na sigla em inglês), que substituiu o termo “óvnis” nos documentos oficiais, pelo Pentágono, atraiu atenção bipartidária significativa no país.

A crença em teorias de conspiração supera até a crença em visitas alienígenas. Uma pesquisa do Gallup realizada em 2019 revelou que 68% dos americanos acreditam que ‘o governo dos Estados Unidos esconde informações sobre óvnis

A crescente especulação sobre óvnis está alimentando teorias da conspiração e enfraquecendo a confiança nas instituições democráticas. O recente fenômeno de convites humorísticos para invadir a Área 51, embora inicialmente visto como uma piada inofensiva, agora é encarado com maior seriedade, especialmente após a invasão do Capitólio em 2021.

Além disso, o barulho em torno de óvnis e UAPs pode ofuscar a comunicação científica legítima sobre a busca por vida extraterrestre microbiana. Enquanto a ufologia consegue gerar grande atenção midiática, a astrobiologia — a ciência que explora essas possibilidades — enfrenta desafios significativos para se destacar na mesma medida.

O ex-presidente Bill Clinton revelou recentemente que enviou seu chefe de gabinete, John Podesta, à Área 51, uma instalação altamente secreta da Força Aérea dos EUA, para investigar a veracidade dos rumores sobre a presença de tecnologia alienígena no local. A escolha de Podesta para essa missão não é surpreendente, dado seu longo histórico como entusiasta de fenômenos relacionados a óvnis.

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